Mais vale sofrer que gerar o
sofrimento, de vez que todos quantos padecem, arremessados à vala da provação
pela crueldade dos outros encontram em si mesmos os necessários recursos de
reconforto e de reajuste, ao mesmo tempo que os empreiteiros do mal suportarão
as lesões mentais que impõem a si mesmos, nos conflitos da consciência.
Mais vale arrastar os
constrangimentos do escárnio que se nos atire em rosto que zurzir contra o
próximo os látegos da ironia, porque as vítimas da injúria facilmente se apoiam
na fé com que renovam as próprias forças, ao passo que os promotores do sarcasmo
transportarão consigo o fel e o vinagre com que acidulam os sentimentos
alheios.
Mais vale ser enganado que
enganar, no trato da vida, porquanto as pessoas enganadas denotam alma simples
e sincera, compreendendo-se que os enganadores andarão embrulhados na sombra a
que se empenham toda vez que procurem enevoar a estrada dos semelhantes.
Mais vale ser criticado em serviço
que criticar, de vez que os perseguidos por zombaria ou maledicência no
trabalho respeitável a que se afeiçoam estão produzindo o bem que são capazes
de realizar, entendendo-se que os censores ficam naturalmente na obrigação de
fazer mais e melhor do que aqueles aos quais intentam levianamente reprovar.
Em matéria de decepções e
desilusões, sempre que te vejas à frente daqueles que te ludibriam a confiança,
lembra-te de Jesus e ora por eles, porque, enquanto os que choram lavam os
olhos espirituais para a descoberta de novas trilhas de progresso e renovação,
no campo da vida, os que fazem as lágrimas carregarão as correntes invisíveis
da culpa, não se sabe até quando.
Emmanuel, do livro Paz e renovação, psicografia de Francisco Cândido Xavier
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