terça-feira, 8 de abril de 2025

Carta aos Médiuns

 


Irmão, se a mediunidade

Faz parte de tua ação,

Procura nos Evangelhos

A senda de redenção.

 

Sei que choras, sei que lutas,

Sei que padeces, porém,

Teu serviço na Verdade

É o santo esforço do Bem.

 

Faculdades numerosas

Não representam a luz.

Bom médium é todo aquele

Que anda sempre com Jesus.

 

Humildade, tolerância,

Amor e compreensão

Devem ser toda a ciência

De tua demonstração.

 

Foge sempre do elogio

De espíritos displicentes.

Do quadro de teus amigos

Prefere os mais exigentes.

 

Um médium, por suscetível,

Pode, às vezes, se perder.

Sê forte. Toda opinião

Tem sua razão de ser.

 

Não olvides, no caminho,

Que acima das devoções,

Deve estar o cumprimento

De tuas obrigações.

 

Trabalha. Não comercies

Com as coisas santas de Deus.

Teus esforços são sagrados

No abrigo e no pão dos teus.

 

Sobre o anseio das pessoas

Coloca os princípios santos.

Caridade esclarecida

Evita-nos muitos prantos.

 

Muita gente te procura

Sob impressões singulares.

Não te perturbe o egoísmo

Dos casos particulares.

 

Na escola da dor terrestre

Cada qual tem sua cruz;

Não podes modificar

A ordenação de Jesus.

 

Não provoques o invisível.

Em qualquer mediunidade,

Não se pode prescindir

De toda a espontaneidade.

 

Não guardes a pretensão

De seres maior que alguém.

Deus tem muitos instrumentos

No eterno labor do Bem.

 

Cada médium tem seu campo

Determinado de ação.

Multiplica os bens divinos,

Guardados na tua mão.

 

Publicidade? Não tenhas

Desejos e ânsias fatais.

A vaidade, por vezes,

Vem da letra dos jornais.

 

Pensa muito, estuda muito.

Qualquer provisão de luz

Aumenta o valor divino

De tua ação com Jesus.

 

Não te entregues no caminho

A todo cientificismo.

Ciência sem consciência

É porta aberta de abismo.

 

Não desdenhes o ambiente

Onde o teu campo produz,

Nem a pequena aventura

Que te impressiona ou seduz.

 

Se fores mistificado

Não te esqueças mesmo aí,

Que tudo é lição do Além

Que não se esquece de ti.

 

Ora e vigia. E que Deus

Das luzes da Perfeição,

Aclare o teu pensamento,

Conforte o teu coração. 

Casimiro Cunha, do livro Cartas do Evangelho, por Francisco Cândido Xavier

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