quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Jesus, Espiritismo e a Lei

 


 Por Felinto Elízio Duarte Campelo 

“Não julgueis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruí-los, mas sim dar-lhes cumprimento.” (Mateus, 5:17)

Em sua peregrinação terrena, Jesus ocupou-se em ensinar à humanidade preceitos básicos de sua doutrina: AMOR e PERDÃO.

Não se limitou, no entanto, à pregação verbal, ensinou com o próprio exemplo.

Compadecendo-se daqueles que sofriam no corpo ou na alma o acicate da dor, curou enfermos, deu visão a cegos, fez andar paralíticos, doou audição e voz a surdos-mudos, foi pródigo na distribuição de amor a todos sem distinção de cor, crença, posição social, idade ou sexo.

Do mesmo modo, o Mestre exemplificou o perdão irrestrito quando, do alto da cruz, exclamou cheio de piedade: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

Divulgando os dois princípios fundamentais do Cristianismo, Jesus apresentou o AMOR em sua dupla acepção aos fariseus a respeito do mandamento maior da lei: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração de toda a tua alma e de todo o teu entendimento; este é o maior e o primeiro mandamento. E aqui tens o segundo, semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo com o a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos”. Ao PERDÃO, trouxe uma concepção perenal ao falar a Simão Pedro: “Não te digo que perdoes até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes”.

O decálogo é a lei de Deus transmitida mediunicamente por Moisés à humanidade, lei que Jesus não veio desfazer e, sim, enriquecê-la com novas normas de conduta apoiadas nos dois sublimes sentimentos que aureolam o espírito: AMOR e PERDÃO.

Por sua vez, o Espiritismo não chegou para aniquilar ou mesmo para modificar a lei, combater religiões, criar áreas de atrito; a doutrina trazida pelos Espíritos sob a égide de Jesus e codificada por Allan Kardec veio lembrar-nos a viver e agir conforme o Evangelho.

É missão do Espiritismo fazer-nos voltar à pureza e à simplicidade do Cristianismo primitivo, deturpado que foi, no correr dos séculos, no atendimento de interesses alheios às suas origens, com o enxerto de rituais e outros costumes pagãos, em prejuízo do crescimento espiritual do homem.

Aos espíritas, pois, compete a tarefa de se evangelizarem, de fazer cumprir a lei, de amar a todos, independentemente de castas, credos etc., de exercitar o perdão sem limites, em qualquer circunstância.

 

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