O educador
Rubem Alves escreveu, certa feita, que as palavras têm o poder de enfeitiçar.
Ele se
referia ao processo de educação do ser humano.
Se
agasalhamos conceitos, frases ouvidas ou lidas, podemos nos transformar.
É assim que,
lendo e relendo o Sermão da Montanha conseguiremos nos pacificar e passarmos a
agir de forma mais equilibrada, mais serena.
Mas, se as
palavras têm o poder de modificar a mente, de nos permitir a melhoria das
próprias atitudes, igualmente guardam a capacidade de modificar a alma, de
energizá-la.
Em si
mesmas, as palavras são neutras. Assim, pretensas maldições simplesmente
grafadas no papel não guardam sentido algum.
De igual
forma, preces e bênçãos, estruturadas em fórmulas mortas, impressas, nenhum
efeito surtirão.
No entanto,
ganham sentido no momento em que as impregnamos com nossos sentimentos. Elas,
então, passam a ter a vida e a energia que lhes atribuímos.
A partir
disso, poderão fazer morada em alheios corações, que, por sintonia, lhe deem
guarida, conferindo-lhes importância.
Portanto, as
palavras que nos saem da boca ou as que resultam de nossas ações, não têm
apenas o peso do seu significado.
Em verdade,
muito mais do que o significado, o seu peso está em relação direta com o sentimento
que carregam.
Em nossos
contatos diários, se nossas palavras são sinceras e nascem do afeto, do bem
querer, da vontade de ajudar, se constituirão em bênçãos, em vibrações de
bem-estar para todos que com elas sintonizem.
A mãe, ao
beijar a fronte do filho, desejando-lhe um bom dia, uma boa jornada, a
companhia divina, o está impregnando com seus verdadeiros sentimentos de amor.
Alguém que
deseje ao outro paz, felicidades, alegrias o está envolvendo nessas vibrações.
Como nossa
boca fala do que se encontra repleto o coração, como nos explica Jesus, as
palavras haverão de refletir sempre os nossos sentimentos, embora possamos
disfarçar, com belas palavras, o que nos vai no íntimo.
Por isso, a
importância de atentarmos para a nossa intimidade, de pensarmos no que falamos,
no que escrevemos, enviando a terceiros.
É lei da
natureza a troca das energias que nos são próprias e que nutrimos, por nossa
própria escolha.
É nosso
dever, portanto, vigiar os sentimentos, o falar, aquilo que escrevemos.
Pensemos
antes de remeter, a quem quer seja, o que tenhamos escrito, em momentos de
intempestividade ou desconforto.
Busquemos a
harmonia de nossas vibrações, resguardando o próximo, não lhe endereçando
energias que poderão lhe provocar mal-estar.
De uma
maneira ou outra, as vibrações com que impregnarmos nossas palavras faladas ou
escritas, nos chegarão de retorno.
Aqueles que
cruzam nosso caminho levarão a nossa mensagem para onde forem, igualmente
compartilhando-a, com outros tantos.
Evitemos,
dessa forma, os destemperos, as alterações bruscas de humor, os rompantes de
raiva, capazes de nos intoxicar, criando enfermidades para nós mesmos e
mal-estar aos que convivem conosco.
Seja a nossa
a disposição para abençoar, bendizer, agradecer. Sejamos promotores de
alegrias, de entusiasmo, de bem-estar onde quer que transitemos.
Sejam nossas
as palavras que traduzam os melhores sentimentos, amparando o caminho alheio.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.10.2017.
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