“Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento!”(O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 8.)
Existem coisas que só se faz por amor. Quem está amando sabe disso.
Por amor nos entregamos. Por amor passamos noites em claro. Por amor renunciamos ao conforto. Por amor tomamos decisões, assumimos riscos... nossas posturas são coerentes com nosso sentir, não medimos esforços, nem ficamos “em cima do muro”.
Quando amamos dizemos “sim quando for sim” e “não quando for não”. O coração repleto de amor ouve críticas maldosas sem guardar rancor, percebe o olhar desdenhoso sem desesperar-se.
Quem ama cuida do objeto amado, é fiel a ele. Com alegria apresenta seu amor aos amigos, para que seja admirado e também amado.
Quem ama não mede esforços, está no mundo, mas caminha por sobre as nuvens, pois sua alma é liberta e seu coração, mergulhado na compaixão, extravasa alegria por onde passe.
Somente quem ama tolera a ignorância, a maldade, a inveja, o despeito, e continua cultivando o amor que traz em si. Pois quem ama vê com lucidez, com clareza, enquanto os outros têm a vista nublada.
Quem ama escreve cartas, se entrega na confecção de frases que expressem a beleza que mora dentro e que deseja sair. Quem ama expressa o amor com respeito, com zelo, não menospreza, nem macula. Quem ama vê o objeto amado por inteiro e não se perde em sofismas, ou retóricas sem sentido.
Somente quem ama alteia a voz por onde passa enaltecendo o bem que faz ter esperanças num mundo novo, cheinho de paz.
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Allan Kardec demonstrou seu amor. Allan Kardec se entregou. Por amor passava noites em claro a trabalhar pela Doutrina. Por amor renunciava horas de lazer, momentos de ócio.
Renunciou a si mesmo. Renunciou até mesmo ao seu próprio nome, em prol da identidade universal do Espiritismo.
Por amor, o Codificador tomava graves decisões, sabendo dos riscos, assumia posturas coerentes com as novas verdades, não titubeava, nem se deixava levar a atitudes comodistas.
Acolhia a proposta do “sim” e do “não” em qualquer situação. Por amor à Doutrina, Allan Kardec ouvia críticas ferinas, sem ser afetado pela mágoa, sofrendo a incompreensão até dos mais caros companheiros de ideal.
Kardec manteve-se fiel aos postulados que tanto amava. Com alegria viajava pela Europa apresentando a Veneranda Doutrina por onde passasse, para que todos a pudessem também amar.
Kardec estava no mundo, mas o via com outros olhos, pois o futuro desvelado lhe repletou a vida de esperança e paz. Como discípulo de Jesus, tolerava a ignorância, a maldade, a inveja e o despeito de muitos que se sentiam contrariados pelas luzes de que o Codificador se fazia portador.
Kardec via o mundo com clareza, lançando mão de seu amor e bom senso para observar a realidade. Escrevia e respondia cartas cujo conteúdo doutrinário de beleza ímpar esclarecia e consolava a muitos. Demonstrava em suas epístolas o amor que guardava em si, compartilhando-o com as mentes inquietas e sofridas daquela época.
Kardec, com seu amor pela Verdade, zelava por ela, respeitando-a em cada linha, em cada letra, em cada detalhe de seu espírito... Cuidava de sua pureza, anotando sem obstruir as informações dos Nobres Mentores da Vida.
Allan Kardec é exemplo fiel do que pode fazer alguém que ama, e que acredita no amor que renovará a Humanidade. É tempo de segui-lo, a fim de melhor entendermos Jesus!
Cristian Macedo
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