Aperfeiçoar para o bem é impositivo da lei divina
O ser humano está fadado à plenitude e o seu processo de iluminação é inevitável, cabendo-lhe estruturar-se nos princípios ético-morais que proporcionam a harmonia interior e bem-estar emocional, de tal forma que se sinta estimulado pela necessidade do desenvolvimento das faculdades superiores, que o caracterizam como herança sublime do amor de Deus.
Aperfeiçoar para o bem é impositivo da lei divina.
Na verdade, não será por efeito milagroso, mas através do esforço combinado entre a vontade e a razão.
O estudo sério e o interesse pela transformação moral e pela aquisição da harmonia é que farão com que a mudança de comportamento aconteça, a fim de que o indivíduo usufrua dos benefícios de grande importância para a saúde pessoal e a felicidade de viver.
Enquanto o ser humano não despertar para sua realidade existencial, responsabilizando-se pelas mudanças que devem operar em seu mundo íntimo para modificar o seu comportamento, nada mudará. Vale ressaltar que ninguém poderá auxiliar nessa mudança que é exclusivamente sua, pois ela é pessoal e intransferível.
Todavia, o maior obstáculo a transpor é o interesse pessoal, o conjunto de viciações que vêm se repetindo ao longo de variadas existências corporais e que cristalizaram a mente no domínio do personalismo.
Sabemos que são inúmeros os desafios para a marcha ascensional.
Para tanto, o Criador nos oferece a bênção de sucessivas reencarnações, a fim de que, em cada etapa, o Espírito desenvolva uma faculdade e uma aptidão ou diversas, ao mesmo tempo, dependendo do esforço pessoal de cada um, para que supere as fases negativas e vivencie fases saudáveis e libertadoras.
O autoconhecimento é o objetivo maior da renovação espiritual. Esse é o grande desafio a ser seguido por todos aqueles que se comprometeram com seriedade, nas nobres finalidades do Espiritismo com Jesus e Kardec.
O meio prático e eficaz de consegui-lo é através do conhecimento de nós mesmos, o que exige constante autoavaliação, corrigindo o que estiver errado, melhorando os traços que compõem a nossa personalidade: o caráter, o temperamento, vícios, hábitos, desejos, enfim, valores morais que podem e devem ser renovados e aprimorados diariamente.
A nossa tendência inicial, contudo, é avaliar no próximo os seus vícios e defeitos, esquecendo-nos de nós mesmos, no serviço que nos compete.
É imprescindível lembrar que, perante a imortalidade, cada qual responderá por si próprio, na edificação dos princípios do bem na intimidade.
A mudança para melhor não implica em destruir o que já fomos, mas dar nova direção e maior aproveitamento a tudo que conquistamos, inclusive os erros. O que importa, acima de tudo, não é a transformação aparente, mas aquela que vem de dentro, do íntimo.
Os homens, todavia, estão a longa distância da grande verdade, e somente a custo abrem o entendimento às realidades da alma.
Atentemos, porém, para o fato de que ninguém parte ao chamado da Vida Eterna senão para transformar-se, depurar-se.
Dessa forma, não asfixiemos em nós os germens da vida edificante que nascem, todos os dias, em nossos corações, ao influxo da misericórdia Divina.
Os ensinamentos cristãos apelam para a renovação e aprimoramento individual, em todas as circunstâncias. Muitos, pelo contrário, cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração, e, quando interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece.
Mas o Evangelho de Jesus, à luz da obra de Kardec, contém uma fonte abundante e perene para a edificação de novos valores morais e renovação de nosso comportamento. Aí encontraremos a diretriz segura para a nossa transformação.
Muitos supõem que renovar é negar, ou mesmo, castigar a si. Entretanto, o objetivo do projeto de mudança espiritual é tornar o ser humano mais feliz e integrado à sua divina tarefa perante a vida.
A disponibilidade para servir e aprender é, portanto, o programa ético mais eficaz e completo para os que desejam a autoiluminação.
Jesus, há dois mil anos, espera pela nossa transformação espiritual, acima de tudo.
Dessa forma, é bom lembrar a ação e a renovação aproveitáveis, na obra divina, no mundo, para que os homens se ergam desse mundo na qualidade de Espíritos gloriosos, pois esta é a finalidade maior da escola humana.
Maria Margarida F. Moreira
Bibliografia:
FRANCO, Divaldo Pereira, pelo Espírito Joanna de Ângelis. Atitudes Renovadas, 1ª Edição – Capítulos 2 e 12, 2010, Salvador - BA.
OLIVEIRA, Wanderley Soares de, pelo Espírito Ermance Dufaux. Reforma Íntima Sem Martírio. Editora Dufaux, 15ª Edição, 2006, Belo Horizonte – MG.
RIZZINI, Carlos Toledo. Evolução para o Terceiro Milênio, 18ª Edição – Parte IV, Capítulo 6, 2009, Editora Edicel, Sobradinho – DF.
XAVIER, Francisco C., pelo Espírito Emmanuel. Pão Nosso, 25ª Edição – Lições 135/136, 2005, Rio de Janeiro.
XAVIER, Francisco C., pelo Espírito Emmanuel. Fonte Viva, 20ª Edição – Lição 107, 1995, Rio de Janeiro - RJ.
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