segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Boas Notícias

Destaque de notícias positivas relacionadas ao mês de outubro, publicadas em sites especializados.


Cultura de Paz



Momento Glorioso do Nobel

Por Cesar Vanucci *

“As mulheres precisam ter as mesmas oportunidades que os homens para influenciar nos acontecimentos.” (Thorbjoern Jagland, do Comitê de premiação do Nobel)


A grande maioria dos viventes deste conturbado planeta azul não saberá por certo explicar, assim à queima roupa, onde estão localizados no mapa o Iêmen e a Libéria. Alguém menos desinformado poderá, talvez, dizer que são integrantes de um grupo de países em que a pobreza crônica da população atinge as raias da calamidade. Com estruturas políticas e administrativas esfaceladas, vêem-se sacudidos permanentemente por traumáticos conflitos e submetidos a rígidas e arcaicas normas de convivência social, nascidas de um caldo de cultura política e religiosa, pode-se afirmar, primitivo.

Pois foi justamente desses dois países esquecidos, longínquos e inacessíveis nas dobras geográficas, marcados por inimagináveis desventuras sociais, que emergiram neste ano da graça de 2011 os ganhadores do Premio Nobel da Paz. Melhor afirmando, as ganhadoras da mais cobiçada láurea instituída com o objetivo de galardoar o mérito de homens e mulheres comprometidos com a causa da construção humana.

A presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, sua compatriota e militante pela Paz, Leymah Gbowee, e a ienemita Tawakkul Karman, líder ativista do movimento conhecido por “Primavera árabe” - movimento esse que vem emitindo inquietantes sinais de enfraquecimento no próprio Iêmen, à conta de manobras diplomáticas de bastidores – foram as Mulheres escolhidas. A premiação recompensou-as por sua luta pacífica e heróica pela segurança das mulheres e de seus direitos de participação nos processos voltados para o bem estar social, conforme assinalou o Comitê Nobel norueguês, responsável pelas indicações.

O presidente do Comitê, Thorbjoen Jagland, na ocasião do anúncio das ganhadoras do Premio Nobel da Paz, deixou expresso, por sinal, um conceito muito pertinente sobre o papel da Mulher no mundo contemporâneo. Disse o seguinte: “Não podemos jamais alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo se as mulheres não obtiverem as mesmas oportunidades que os homens para influenciar nos acontecimentos em todos os níveis da sociedade.”

A liberiana Ellen, contando hoje 72 anos, ganhou um lugar na história ao se tornar, em 2005, a primeira mulher eleita como chefe de Estado no continente africano, em um país de quatro milhões de habitantes traumatizados por guerras civis que, ao longo de várias décadas, deixaram 250 mil mortos, destruíram as já precárias infraestruturas de serviços básicos e arrasaram a economia. A partir da posse trabalhou incansavelmente para garantir a paz no país, retomar os caminhos do desenvolvimento econômico e social e promover a ascensão da mulher no meio comunitário, em sucessivas e corajosas tentativas de desfazer seculares laços de servidão machista. Seu acesso à liderança política foi bastante favorecido pela ação destemida da outra liberiana agraciada.

Com efeito, Leymak, conhecida por “Guerreira da Paz”, notabilizou-se por chefiar um movimento pacífico de Mulheres que eletrizou a nação. Convocou uma “greve de sexo”, numa arregimentação de consciências jamais vista no país, que levou liberianas de todas as confissões religiosas, além das linhas de divisão étnica, a negarem sexo aos homens até que cessassem os combates da interminável guerra civil que devastava a nação. Os “senhores da guerra”, abalados com a insólita e bem sucedida iniciativa, não só apressaram as negociações para por fim ao sangrento conflito, como associaram as lideranças femininas às negociações de paz e garantiram, a partir dali, a participação das mulheres nas eleições, o que acabou conduzindo, depois, Eller Johnson Sirleaf à Presidência.

A ienemita Tawakkul Karman, primeira mulher árabe homenageada com o Nobel, ignorava, até ser surpreendida com o anúncio da premiação, tivesse tido o nome lançado para receber a láurea. “Este premio – asseverou – é dedicado a todos os ativistas da Primavera Árabe. “Trata-se de uma honra para todos os árabes, muçulmanos e mulheres”, acrescentou, lembrando as lutas difíceis enfrentadas, tanto antes como durante a chamada “Primavera Árabe”, que lhe valeram até prisão, em favor dos direitos das mulheres, da democracia e da paz.

A escolha deste ano, conhecidas as edificantes trajetórias de vida das três mulheres africanas contempladas, bem provavelmente permitirá ao Premio Nobel da Paz atingir seu momento mais glorioso na simpatia da opinião pública mundial.


* Cesar Vanucci é jornalista

Fonte: Viva Pernambuco, 14/10/2011



Ciência


Alzheimer: receptor cerebral torna-se alvo para medicamentos


Uma pequena parte de um receptor cerebral acaba de ser anunciado por um grupo de cientistas nos Estados Unidos como um alvo promissor para o desenvolvimento de novos medicamentos contra Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. A pesquisa sobre o receptor, um aminoácido denominado NMDA (N-metil-D-aspartato), foi feita na Universidade de Buffalo e teve seus resultados descritos em artigo publicado nesta semana na Nature Communications. As informações são da Agência Fapesp.

"É a primeira vez que essa região do cérebro se mostrou útil como um alvo de drogas. Se pudermos encontrar um composto químico que se ligue nessa região e prenda as subunidades dos receptores NMDA, o resultado será muito importante na busca de alternativas de tratamentos para danos provocados por acidentes vasculares cerebrais (AVC), Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas", disse Gabriela Popescu, principal autora do estudo.

A pesquisa foi focada nos receptores cerebrais para o neurotransmissor glutamato, que está envolvido com tais doenças bem como outras condições, como o glaucoma. Os dois principais receptores no cérebro para o glutamato são o NMDA e o AMPA, ambos com papéis fundamentais na memória e no aprendizado humano. Os dois são compostos de quatro subunidades, sendo que dentro de cada receptor essas subunidades são organizadas em pares.

Como os dois receptores têm estruturas semelhantes, os cientistas estimavam que eles funcionassem de modo parecido. "Mas quando alteramos a interface de seus pares - o local em que as duas subunidades se agrupam com cada par -, verificamos que o NMDA funciona da maneira oposta do AMPA", contou Popescu.

Ao travar as duas subunidades juntas, o grupo conseguiu obter uma redução expressiva na atividade do NMDA e, conseqüentemente, uma diminuição na quantidade de cálcio que entra os neurônios em resposta ao glutamato. O excesso de cálcio devido à maior atividade de receptores NMDA é o que eventualmente terminará por matar neurônios, levando aos sintomas comuns que ocorrem após um AVC ou doenças neurodegenerativas.

A droga Namenda, um dos medicamentos atuais que atuam no receptor NMDA, tem como alvo um local diferente dentro do receptor daquele pesquisado pelo grupo da Universidade de Buffalo. Os pesquisadores esperam que o novo alvo possa resultar no desenvolvimento de drogas mais eficientes.


Fonte: Terra Notícias, 13/10/2011


Brasil dobrará produção de remédio contra doença de Chagas, diz ministro

País entregará 225 mil comprimidos para Médicos Sem Fronteiras.
Produção deve atingir 3 milhões de unidades até 31 de dezembro.

Carolina Lauriano Do G1, no Rio


O Brasil vai dobrar a produção do medicamento para a doença de Chagas, o Benzonidazol, devido a um aumento de 113% na demanda pelo remédio. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (19), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante entrevista coletiva sobre a Conferência Mundial dos Determinantes Sociais em Saúde, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Com isso, a produção nacional passará de 1,5 milhão de comprimidos para 3,2 milhões, até 31 de dezembro. O Brasil é o único fabricante mundial do produto.

O evento contou com a presença da diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, além de participantes de 120 países.

“O Brasil assume não só compromisso de reduzir doença de Chagas, como vamos fazer a entrega imediata de 225 mil comprimidos para os Médicos Sem Fronteiras”, afirmou Padilha.

Segundo ele, a medida foi adotada a partir de demandas da OMS e da Organização Panamericana de Saúde.

De acordo com Padilha, a decisão foi tomada nesta manhã, em reunião com a diretora geral da OMS e toda a indústria nacional farmacêutica brasileira.

"A discussão do acesso aos medicamentos é decisivo para o tema das determinantes sociais, porque assim como precisamos agir para reduzir desigualdade sociais, as políticas de saúde não podem reproduzir ou intensificar as desigualdades", disse ele.

A conferência, que será realizada no período de 19 a 21 de outubro, pretende debater as conseqüências das desigualdades sociais na saúde. O Brasil foi escolhido pela OMS para ser sede do evento.

A abertura do evento vai ocorrer ainda nesta tarde, no Forte Copacabana, com a presença do presidente da República em exercício, Michel Temer.


Remédios biotecnológicos

Outra decisão fruto desta mesma reunião, de acordo com Padilha, é que a Anvisa publica, nesta quarta, um conjunto de regras sobre registro e produção de medicamentos biotecnológicos.

“Os produtos biotecnológicos são a nova fronteira de medicamentos para tratamentos de câncer, doenças anti-inflamatórias e doenças infecciosas. São os novos tratamentos mais eficazes e seguros para a população”, disse.

Como exemplo da importância da medida, Padilha explicou que 1% dos medicamentos oferecidos pelo SUS é biotecnológico, mas compromete 34% do orçamento do sistema.

Padilha acredita que o Brasil poderá dar um passo decisivo na produção desses remédios.

“Isso é um estímulo importante para produção nacional dos produtos biotecnológicos, que pode permitir remédios mais baratos e com isso o SUS poder ampliar o tratamento e atendimento à população”, afirmou.

A Anvisa também publica nesta quarta um guia de registro de dois produtos biotecnológicos: a heparina (anticoagulante) e o alfainterferona, importante para doenças infecciosas.

Além disso, uma câmara técnica permanente será criada pela Anvisa. “Serão chamados especialista tanto na área médica como também na área de produção, que vão propor novas regras de registro desses produtos e novas políticas”, explicou o ministro.


Fonte: G1 -Globo Notícias 19/10/2011


Meio Ambiente

Cientistas cobram atenção do Senado em relação ao Código Florestal


Documento de entidades oferece sugestões para o novo projeto.
SBPC discorda da possibilidade de anistia a quem desmatou até 2008.


A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Ciências apresentaram sugestões concretas para os senadores que analisam a proposta de alteração do Código Florestal, já aprovada pela Câmara.

As duas entidades elencaram dez pontos que preocupam ou precisam ser levados em conta pelos senadores ao votar a questão. É a segunda contribuição das instituições, que lançaram, em abril, um livro para ajudar na modernização do Código Florestal.

Pela lei atual, não se pode plantar ou ocupar áreas de várzea, encostas inclinadas e topos de morro, consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs). Os cientistas discordam da possibilidade, no texto do novo Código, de regularizar áreas desmatadas até 22 de julho de 2008 - que não precisariam voltar a ter cobertura vegetal.

"A definição de área rural consolidada deve ser retirada do texto, visto não poder haver consolidação de áreas sobre áreas legalmente protegidas, pois não há direito adquirido no setor ambiental", afirmam.

Na opinião dos pesquisadores, porém, "a produção de arroz de várzea, a pecuária extensiva no Pantanal, agricultura de várzea no Amazonas e a produção de café, de maracujá e uva nas encostas devem ter um tratamento diferenciado e especial", já que ocupam pequena extensão territorial.

Na proposta em análise pelos senadores, os mangues, por exemplo, perdem a proteção. Mas os cientistas defendem que essas áreas - berçários de inúmeras espécies - sejam mantidas como APP.

"As áreas de manguezais que, por algum motivo, tenham sido degradadas historicamente, tendo sua função ecológica comprometida, devem passar por um processo de recuperação ambiental", dizem eles.

Para os cientistas, todas as APPs nas margens de rios (as matas ciliares) também devem ser preservadas. E, naquelas em que essa vegetação foi degradada, elas devem ser integralmente restauradas. A lei hoje exige uma proteção mínima de 30 metros ao longo dos cursos d'água. A íntegra do texto pode ser lida no site www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_315.PDF.


Fonte G1 - Globo Notícias 17/10/2011

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