Por Walkiria Lúcia de Araújo Cavalcante
“Porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado.” (S. Lucas, cap. XIV, v. 11)
Autoridade, segundo Michaelis eletrônico, vem do latim auctoritate, tendo como uma de suas definições “direito ou poder de mandar”. Todos nós possuímos autoridade, seja no lar, no trabalho ou num grupo ao qual pertençamos. Pode ser que esta autoridade não perdure em todos os momentos de nossas vidas, mas em algum, já a possuímos.
Como o próprio “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – ESE, comenta em seu capítulo XVII, item 9, a autoridade não nos foi dada para mandarmos ou tratarmos o nosso próximo como propriedade. Podemos pensar neste momento que não existe mais escravidão e com isso não há o que se falar em propriedade. Consultando a questão 829 de “O Livro dos Espíritos” nos deparamos com o seguinte questionamento: “Haverá homens que estejam, por natureza, destinados a ser propriedade de outros homens? ‘É contrária à lei de Deus toda sujeição absoluta de um homem a outro homem. A escravidão é um abuso da força. Desaparece com o progresso, como gradativamente desaparecerão todos os abusos”. Gostaríamos de destacar “toda sujeição absoluta de um homem a outro homem”; como sabemos há pais tiranos, filhos rebeldes, chefes déspotas e cônjuges que não dignificam o lar que construíram. Então, se pararmos para pensar, veremos que esta visão de que o outro é nossa propriedade não está perdida no tempo nem foi abolida pela a Lei Áurea.
O poder anda de mãos dadas com a fortuna, mas nem um nem outro é instrumento de “perdição” ou de subjugação do próximo; antes, é um veículo libertador de vidas, de sofrimentos. Já aprendemos em “O Livro dos Espíritos”, questão 811, que não existiu e nem será possível a igualdade absoluta das riquezas na condição evolutiva do nosso planeta atualmente. Pois “a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres”. A nossa sociedade, da forma como está, e mais ainda, com os Espíritos com os quais estamos vinculados à Terra, não pode experimentar uma forma de comando diferente da que existe. É o freio e a espora que necessitamos para aprender de forma mais intensiva. Dia chegará que não haverá mais necessidade disso; os superiores e os inferiores continuarão existindo, mas será a superioridade moral que nos distinguirá.
“Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo” (ESE, cap. XVII, item 9). Nós somos responsáveis uns pelos outros e isto fica mais claro quando falamos sobre a autoridade. Somos responsáveis não só pelo mau uso que fizermos da autoridade que possuímos, como também, pelo alcance na vida dos outros. Cabe aos fortes ajudarem aos mais fracos, os que estão à frente ajudar aqueles que estão caminhando mais atrás, da mesma forma que somos ajudados. Ora estamos na condição daquele que recebe, ora estamos na condição daquele que ajuda constantemente em vários momentos de nossas vidas.
A justiça da reencarnação é um dos mais belos lauréis que possuímos. Ela nos ensina que aquele que foi rico hoje, poderá reencarnar numa condição pobre; e vice-versa. Não que seja uma regra obrigatória o reencarnar numa rica e na seguinte pobre. Não é assim. Reencarnamos na condição que melhor vai servir de aprendizado e de reajuste. Na questão 814 de “O Livro dos Espíritos” vemos isto claramente: “Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria? ‘Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com frequência”. E “O Livro dos Espíritos” vai mais além, nos informando que a riqueza nos torna freqüentemente egoístas, orgulhosos e insaciáveis e a miséria faz brotar em nós as queixas contra a Providência.
Mas da mesma forma que aquele que comanda tem suas obrigações e responderá pelo mau comando que exerça, também o comandado responderá pelas faltas que cometer. E aqueles de nós que possuímos a luz da Doutrina Espírita para nos nortear, somos mais culpados ainda. Não podemos nos eximir de nossas responsabilidades porque os outros não o fazem. O primeiro juiz que possuímos é a nossa consciência. Não nos esqueçamos dela em todos os momentos de nossas vidas. Ela é a voz silenciosa que nos fala no íntimo, mostrando o caminho a seguir. Façamos a nossa parte para que diante do todo sejamos aquela gotinha de diferença, segundo falava Madre Tereza de Calcutá: “Posso ser uma gota no oceano, mas sem essa gota o oceano ficaria menor.”
Fonte: Jornal O Clarim, abril de 2010
“Porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado.” (S. Lucas, cap. XIV, v. 11)
Autoridade, segundo Michaelis eletrônico, vem do latim auctoritate, tendo como uma de suas definições “direito ou poder de mandar”. Todos nós possuímos autoridade, seja no lar, no trabalho ou num grupo ao qual pertençamos. Pode ser que esta autoridade não perdure em todos os momentos de nossas vidas, mas em algum, já a possuímos.
Como o próprio “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – ESE, comenta em seu capítulo XVII, item 9, a autoridade não nos foi dada para mandarmos ou tratarmos o nosso próximo como propriedade. Podemos pensar neste momento que não existe mais escravidão e com isso não há o que se falar em propriedade. Consultando a questão 829 de “O Livro dos Espíritos” nos deparamos com o seguinte questionamento: “Haverá homens que estejam, por natureza, destinados a ser propriedade de outros homens? ‘É contrária à lei de Deus toda sujeição absoluta de um homem a outro homem. A escravidão é um abuso da força. Desaparece com o progresso, como gradativamente desaparecerão todos os abusos”. Gostaríamos de destacar “toda sujeição absoluta de um homem a outro homem”; como sabemos há pais tiranos, filhos rebeldes, chefes déspotas e cônjuges que não dignificam o lar que construíram. Então, se pararmos para pensar, veremos que esta visão de que o outro é nossa propriedade não está perdida no tempo nem foi abolida pela a Lei Áurea.
O poder anda de mãos dadas com a fortuna, mas nem um nem outro é instrumento de “perdição” ou de subjugação do próximo; antes, é um veículo libertador de vidas, de sofrimentos. Já aprendemos em “O Livro dos Espíritos”, questão 811, que não existiu e nem será possível a igualdade absoluta das riquezas na condição evolutiva do nosso planeta atualmente. Pois “a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres”. A nossa sociedade, da forma como está, e mais ainda, com os Espíritos com os quais estamos vinculados à Terra, não pode experimentar uma forma de comando diferente da que existe. É o freio e a espora que necessitamos para aprender de forma mais intensiva. Dia chegará que não haverá mais necessidade disso; os superiores e os inferiores continuarão existindo, mas será a superioridade moral que nos distinguirá.
“Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo” (ESE, cap. XVII, item 9). Nós somos responsáveis uns pelos outros e isto fica mais claro quando falamos sobre a autoridade. Somos responsáveis não só pelo mau uso que fizermos da autoridade que possuímos, como também, pelo alcance na vida dos outros. Cabe aos fortes ajudarem aos mais fracos, os que estão à frente ajudar aqueles que estão caminhando mais atrás, da mesma forma que somos ajudados. Ora estamos na condição daquele que recebe, ora estamos na condição daquele que ajuda constantemente em vários momentos de nossas vidas.
A justiça da reencarnação é um dos mais belos lauréis que possuímos. Ela nos ensina que aquele que foi rico hoje, poderá reencarnar numa condição pobre; e vice-versa. Não que seja uma regra obrigatória o reencarnar numa rica e na seguinte pobre. Não é assim. Reencarnamos na condição que melhor vai servir de aprendizado e de reajuste. Na questão 814 de “O Livro dos Espíritos” vemos isto claramente: “Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria? ‘Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com frequência”. E “O Livro dos Espíritos” vai mais além, nos informando que a riqueza nos torna freqüentemente egoístas, orgulhosos e insaciáveis e a miséria faz brotar em nós as queixas contra a Providência.
Mas da mesma forma que aquele que comanda tem suas obrigações e responderá pelo mau comando que exerça, também o comandado responderá pelas faltas que cometer. E aqueles de nós que possuímos a luz da Doutrina Espírita para nos nortear, somos mais culpados ainda. Não podemos nos eximir de nossas responsabilidades porque os outros não o fazem. O primeiro juiz que possuímos é a nossa consciência. Não nos esqueçamos dela em todos os momentos de nossas vidas. Ela é a voz silenciosa que nos fala no íntimo, mostrando o caminho a seguir. Façamos a nossa parte para que diante do todo sejamos aquela gotinha de diferença, segundo falava Madre Tereza de Calcutá: “Posso ser uma gota no oceano, mas sem essa gota o oceano ficaria menor.”
Fonte: Jornal O Clarim, abril de 2010
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