Por Doris Madeira Gandres
Aproxima-se o Natal, festa de amor
e alegria em quase todo o planeta. Ocasião em que, de um modo geral, mais nos
preocupamos com a festa e a alegria do que em avaliar o verdadeiro sentido e
significado dessa data, na verdade tão importante, porque nos permitiu a
convivência com uma criatura que, em apenas 33 anos de existência, nos trouxe
uma nova visão da vida, das leis naturais que regem toda a criação e,
sobretudo, nos trouxe um novo entendimento de Deus, Deus Pai, Deus Amor,
Justiça e Misericórdia.
Essa criatura, esse menininho,
Jesus de Nazaré, mais tarde nos falaria sobre “ser preciso renascer de novo
para conhecer o reino dos céus”, demonstrando-nos assim uma das maiores provas
do amor e da misericórdia divina.
Nós espíritas que abraçamos
voluntariamente essa doutrina esclarecedora certamente já sabemos a grande
oportunidade que é para o espírito a encarnação e a reencarnação ilimitada,
tantas quantas forem necessárias ao aprendizado e ao progresso e evolução
espiritual.
O Natal, que se renova a cada ano,
deve significar para nós o renascimento da esperança, o recrudescimento da fé e
de uma onda de boa vontade, de solidariedade e fraternidade que possa se
espraiar e alcançar até aos mais recônditos locais, atingir até mesmo os irmãos
em humanidade que não festejam o Natal de Jesus por abraçarem outros conceitos
religiosos...
Vamos, consequentemente,
aproveitar essa oportunidade sempre renovada para meditarmos acerca de todos os
espíritos que estão chegando agora, para reiniciar a caminhada evolutiva. E nos
perguntar, pelo menos nós espíritas, como nos estamos preparando para o “natal”
de cada um desses irmãos. O que estamos fazendo para nos transformar em “marias
e josés”, capacitando-nos o mais e o melhor possível em amor para acolher em
nossos braços, em nosso coração, não apenas os que chegam no seio da nossa
família, entre nossos amigos, mas também, sempre que necessário, os desconhecidos,
os que se encontram em hospitais, abrigos, orfanatos, ou até pelas ruas ao
desabrigo e ao relento...
Cada um desses pequeninos,
nascendo em manjedouras ou em palácios, traz consigo um acervo do passado e uma
tarefa para o presente, com o objetivo de preparar um futuro melhor.
Precisamos, portanto, cuidar de ser para eles não o que satisfaça nossos
anseios e aspirações egoísticas, mas sim aqueles de que necessitam para que
possam dar bom cumprimento à sua programação, atingir suas metas e, desse modo,
promover sua ascensão espiritual.
A nossa Doutrina Espírita é,
fundamentalmente, educação, individual e coletiva, visando a libertação de cada
homem e da humanidade pelo caminho claro e universal da razão e do amor. No
livro A Educação Segundo o Espiritismo, de Dora Incontri, escritora espírita e
pedagoga, encontramos o seguinte esclarecimento: “O homem bem educado é
necessariamente um educador. Educar é elevar, estimular a busca da perfeição,
despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser. É ajudar o
outro a evoluir.”
Afirmativas absolutamente
coerentes com os ensinamentos do nosso Mestre Maior, Jesus de Nazaré, educador
por excelência.
Por isso, repito, nós espíritas, que conhecemos o Mestre Jesus e também o Espiritismo, que nos desvendou com a maior transparência os ensinos desse Mestre, firmemente embasados nas leis divinas, doutrina que nos despertou para o uso da razão e do bom senso, até mesmo quanto ao amor e à caridade bem compreendidos, não podemos nos subtrair à responsabilidade de bem entender o significado do Natal, natal de renovação de valores cada vez mais sedimentados nesse precioso e indispensável conhecimento que já temos, ainda que incipiente e precário, ainda que muito ainda nos falte para a sua efetiva prática em nossa vida no dia a dia...
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