sábado, 10 de dezembro de 2022

Natal feliz e consciente

 


Por Doris Madeira Gandres

Aproxima-se o Natal, festa de amor e alegria em quase todo o planeta. Ocasião em que, de um modo geral, mais nos preocupamos com a festa e a alegria do que em avaliar o verdadeiro sentido e significado dessa data, na verdade tão importante, porque nos permitiu a convivência com uma criatura que, em apenas 33 anos de existência, nos trouxe uma nova visão da vida, das leis naturais que regem toda a criação e, sobretudo, nos trouxe um novo entendimento de Deus, Deus Pai, Deus Amor, Justiça e Misericórdia.

Essa criatura, esse menininho, Jesus de Nazaré, mais tarde nos falaria sobre “ser preciso renascer de novo para conhecer o reino dos céus”, demonstrando-nos assim uma das maiores provas do amor e da misericórdia divina.

Nós espíritas que abraçamos voluntariamente essa doutrina esclarecedora certamente já sabemos a grande oportunidade que é para o espírito a encarnação e a reencarnação ilimitada, tantas quantas forem necessárias ao aprendizado e ao progresso e evolução espiritual.

O Natal, que se renova a cada ano, deve significar para nós o renascimento da esperança, o recrudescimento da fé e de uma onda de boa vontade, de solidariedade e fraternidade que possa se espraiar e alcançar até aos mais recônditos locais, atingir até mesmo os irmãos em humanidade que não festejam o Natal de Jesus por abraçarem outros conceitos religiosos...

Vamos, consequentemente, aproveitar essa oportunidade sempre renovada para meditarmos acerca de todos os espíritos que estão chegando agora, para reiniciar a caminhada evolutiva. E nos perguntar, pelo menos nós espíritas, como nos estamos preparando para o “natal” de cada um desses irmãos. O que estamos fazendo para nos transformar em “marias e josés”, capacitando-nos o mais e o melhor possível em amor para acolher em nossos braços, em nosso coração, não apenas os que chegam no seio da nossa família, entre nossos amigos, mas também, sempre que necessário, os desconhecidos, os que se encontram em hospitais, abrigos, orfanatos, ou até pelas ruas ao desabrigo e ao relento...

Cada um desses pequeninos, nascendo em manjedouras ou em palácios, traz consigo um acervo do passado e uma tarefa para o presente, com o objetivo de preparar um futuro melhor. Precisamos, portanto, cuidar de ser para eles não o que satisfaça nossos anseios e aspirações egoísticas, mas sim aqueles de que necessitam para que possam dar bom cumprimento à sua programação, atingir suas metas e, desse modo, promover sua ascensão espiritual.

A nossa Doutrina Espírita é, fundamentalmente, educação, individual e coletiva, visando a libertação de cada homem e da humanidade pelo caminho claro e universal da razão e do amor. No livro A Educação Segundo o Espiritismo, de Dora Incontri, escritora espírita e pedagoga, encontramos o seguinte esclarecimento: “O homem bem educado é necessariamente um educador. Educar é elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser. É ajudar o outro a evoluir.”

Afirmativas absolutamente coerentes com os ensinamentos do nosso Mestre Maior, Jesus de Nazaré, educador por excelência.

Por isso, repito, nós espíritas, que conhecemos o Mestre Jesus e também o Espiritismo, que nos desvendou com a maior transparência os ensinos desse Mestre, firmemente embasados nas leis divinas, doutrina que nos despertou para o uso da razão e do bom senso, até mesmo quanto ao amor e à caridade bem compreendidos, não podemos nos subtrair à responsabilidade de bem entender o significado do Natal, natal de renovação de valores cada vez mais sedimentados nesse precioso e indispensável conhecimento que já temos, ainda que incipiente e precário, ainda que muito ainda nos falte para a sua efetiva prática em nossa vida no dia a dia...

 

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