O chamado “Dogma de Cristo” é uma criação da teologia cristã, mas não dos Evangelhos, onde a posição de Jesus é bem clara, considerando-se ele mesmo como filho de Deus e nosso irmão, pois também se chamava a si próprio de filho do homem. O Natal de Jesus, portanto, não é o Natal de Deus. A visão mediúnica do Cosmos, descrita por Chico Xavier, dá-nos a ideia grandiosa do Criador através da sua obra.
A posição espírita no assunto é considerada herética pelas religiões cristãs, que chegam mesmo a negar ao Espiritismo a sua natureza cristã. Com mais razão, com mais lógica, os espiritistas consideram herética a doutrina que faz de Jesus a encarnação de Deus. Mas nem por isso os espiritistas deixam de participar das comemorações do Natal, que consideram como o dia da fraternidade humana por excelência, traduzida em caridade efetiva na assistência aos necessitados. Assim o principio do amor supera as divergências teológicas, unindo todos os cristãos na adoração espiritual do Cristo e no cumprimento da sua lei única: a de amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
O fundamento do universo é uma lei única: a lei do amor. Dela derivam todas as leis conhecidas e desconhecidas. Deus é amor, definiu João no seu Evangelho. E Jesus resumiu toda a Lei e os Profetas na lei áurea do amor. É o poder do amor que faz as galáxias girarem no infinito e as constelações atômicas girarem no finito.
Do livro Na Era do Espírito, cap. 28, obra de J. Herculano Pires, Francisco Cândido Xavier e Espíritos Diversos.)
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