sábado, 8 de novembro de 2014

Carlos Baccelli em Entrevista


Carlos Baccelli e Chico Xavier


O médium uberabense Carlos Antônio Baccelli é considerado, atualmente, um dos principais biógrafos de Chico Xavier. Ao todo, ele e sua esposa, Márcia Baccelli, já escreveram 14 volumes que falam da vida e da trajetória do maior divulgador da doutrina espírita, além de dez livros mediúnicos publicados em parceria com o próprio Chico.

Há mais de 30 anos trabalhando na divulgação do Espiritismo, Baccelli passou grande parte desse tempo ao lado do amigo, desde que o conheceu em uma das reuniões da Comunhão Espírita Cristã. "Para minha surpresa, em uma dessas reuniões, Chico pediu para que alguém fosse me chamar, pois desejava me conhecer mais de perto. A partir desse momento, nasceu uma grande amizade entre nós", conta. Baccelli lembra que, quando a irmã Dalva Borges, que era a presidente, precisava se ausentar mais cedo do local, muitas vezes, o médium mineiro o deixava em seu lugar, tomando conta dos trabalhos. "Ficar pertinho do Chico era uma alegria indescritível", afirma.

Com o passar do tempo, os laços de amizade se tornaram cada vez mais sólidos. Baccelli diz que escrever sobre Chico Xavier sempre foi, ao mesmo tempo, simples e complexo, pelo fato deste nunca falar muito de si próprio, o que se tornou um obstáculo para uma maior aproximação, mesmo sendo amigos por quase 30 anos. A idéia de escrever a respeito do médium surgiu quando passou a produzir textos mensais para o jornal A Flama Espírita, de Uberaba (MG), e diversos outros periódicos, espíritas ou não. Logo, as matérias foram organizadas e deram origem ao livro Chico Xavier à Sombra do Abacateiro. "Hoje, eu e Márcia, minha esposa, que também escreve sobre Chico, temos uma pequena coleção biográfica de uma vida tão grandiosa", explica.
Nesta entrevista, Carlos Baccelli fala um pouco mais sobre o amigo Chico Xavier, o início de seu trabalho psicográfico e os livros produzidos em parceria com o médium mineiro.

Como aconteceu a sua primeira psicografia?
Carlos Baccelli – Estava em casa e senti um impulso para escrever, como se, naquele instante, alguém me envolvesse e conduzisse à pequena mesa de estudos em meu quarto. A mensagem foi grafada rapidamente e assinada por Irmão José, o benfeitor que tutela nossas atividades. Posteriormente, psicografando no Grupo Espírita da Prece a convite de nosso Chico, ao terminar de ler a página que eu recebi naquela noite, ele me disse: "Baccelli, tenho a impressão de que já ouvi essa voz antes". Chico se referia à voz de Irmão José, que leu sua própria mensagem através de mim. Mais tarde, tudo se esclareceu: o referido benfeitor espiritual era o mesmo que trabalhava com a médium Maria Modesto Cravo, a quem o Dr. Inácio Ferreira se refere em seus livros Sob as Cinzas do Tempo e Do Outro Lado do Espelho.

Atualmente, quais são suas principais atividades dentro da doutrina espírita, incluindo obras sociais?
Carlos Baccelli – Dirijo a Casa Espírita Bittencourt Sampaio, que freqüento há mais de 30 anos, e o Lar Pedro e Paulo, que é um de seus departamentos assistenciais. Várias obras que escrevo são mediúnicas e, outras, de minha própria autoria, todas publicadas por diversas editoras. Viajo pelo Brasil para realizar palestras, seminários e, quando possível, sessões de psicografia, em um desdobramento das atividades mediúnicas que acontecem aos sábados e domingos, pela manhã, no Lar Pedro e Paulo, uma instituição que abriga idosos de ambos os sexos.

Até o momento, quantos livros você já psicografou? Quais deles você destacaria?
Carlos Baccelli – Algumas dezenas de livros mediúnicos de nossa co-autoria já foram publicados pela editora Ideal, outros pelo IDE, pela Didier e, mais recentemente, pela LEEPP. Considero os livros de autoria espiritual de Odilon Fernandes, Inácio Ferreira, Paulino Garcia, Irmão José, Eurípedes Formiga, entre outros, de significativa importância doutrinária. Particularmente, destaco as obras Conversando com os Médiuns, Do Outro Lado do Espelho, Vigiai e Orai, Jardim de Estrelas e As Duas Faces da Vida.

Qual foi o último livro psicografado?
Carlos Baccelli – Foi As Duas Faces da Vida, de Paulino Garcia, um jovem que, sob a orientação do dr. Odilon Fernandes, vem escrevendo uma série sobre suas experiências no mundo espiritual. Outro livro, este já no prelo para lançamento em novembro, é Na Próxima Dimensão, do dr. Inácio Ferreira, que, inclusive, narra lances do desencarne de Chico Xavier.

Você chegou a escrever algum trabalho em parceria com Chico?
Carlos Baccelli – Sim, temos dez livros mediúnicos publicados em parceria: oito pelo Ideal (Instituto de Difusão Espírita André Luiz), de São Paulo (SP), e dois pelo IDE (Instituto de Difusão Espírita), de Araras (SP). Sinceramente, pelas oposições que podia constatar, considerava um feito termos ido tão longe a cada vez que saía um livro de nossa parceria mediúnica. No entanto, desde o princípio, quando ele me visitou em meu consultório odontológico e me convidou para o trabalho conjunto dos livros, Chico me alertou a respeito das dificuldades que os próprios companheiros espíritas criariam para nós neste sentido.

De onde vem todo o material que serve de base para suas obras?
Carlos Baccelli – O material do qual se constituem as obras sobre Chico Xavier é, em grande parte, de próprio punho, mas também foram aproveitados textos de outros autores considerados relevantes. Quase todo o material fotográfico dos livros, que são verdadeiros álbuns, foi conseguido por mim, eu sempre comparecia às reuniões munido de uma máquina fotográfica. Chico também fazia chegar às minhas mãos documentos, páginas e fotos mais raras, que enriqueceram o trabalho.

Tantos anos convivendo com Chico Xavier devem ter gerado muitas histórias marcantes para contar. Você poderia nos citar algumas?
Carlos Baccelli – Existem muitas passagens especiais, mas nunca prestei mais atenção nas histórias do que na pessoa que ele era. O fenômeno mediúnico pode ser encontrado em qualquer centro espírita e, às vezes, até fora, porém, estar diante de um mestre de algum espírito encarnado é raro. Ele era uma pessoa especial, singular, insubstituível. Temos muitos companheiros bons dentro da doutrina e fora dela, mas não com o brilho espiritual de Chico Xavier. Tenho muita saudade dele, vontade de vê-lo outra vez, mas sem a necessidade de conversar, apenas de contar com sua presença, que irradiava muito e ensinava bondade. Hoje em dia, é muito difícil encontrarmos juntas duas coisas que são as que mais precisam estar unidas: fé e sinceridade. E encontrávamos essas duas virtudes em Chico, ele era transparente, a mesma pessoa o tempo todo e em qualquer lugar, não representava. Tive a oportunidade de estar com ele no centro espírita e em sua casa, tivemos encontros semanais durante muitos anos. Em todo esse período, pude notar que, apesar das limitações físicas, ele prosseguia em seus propósitos, porque somente Jesus se isentou de tais obstáculos. Apesar das dificuldades, Chico superava as limitações. Costumo dizer que, para mim, ele não era um anjo executando a tarefa de um homem, mas, pelo contrário, era um homem executando a tarefa de um anjo, de um espírito iluminado superior, e isso o fazia maior. Ele lutou contra todos os problemas que também enfrentamos: familiares, profissionais, de sobrevivência, de relacionamento com as pessoas. No entanto, era sincero quando dizia ser um cisco, não acreditava ser uma estrela. Essa era a diferença, por isso, não deixava se idolatrar. Às vezes, falávamos alguma coisa em tom de elogio e ele nos dizia: "Eu aceito o que você está dizendo como incentivo para que eu venha a ser o que ainda não sou". Eu considero esses momentos mais marcantes, talvez os mais difíceis de serem expressados com palavras verbalizadas ou escritas, pois eram apenas sentidos. Próximos de Chico, todos os presentes podiam ouvir o que ele dizia, mas o que se sentia era muito maior.

Depois da partida de Chico para o plano espiritual, você pretende escrever mais alguma obra biográfica sobre ele ou prestar alguma homenagem?
Carlos Baccelli – Estou sempre atento, mas, infelizmente, não tenho mais acesso à farta documentação remanescente. Imagino que aqueles que possuem esses dados não estarão dispostos a cedê-los graciosamente e, de minha parte, só posso lamentar. Porém, ainda em abril deste ano, às vésperas de seu desencarne, ocorrido no final de junho, publicamos a obra Chico Xavier, o Apóstolo da Fé pela LEEPP, homenageando seus 75 anos de mediunidade. Vale lembrar também que o livro Chico Xavier, Mediunidade e Paz está sendo traduzido para o italiano.

Qual é a sua maior lembrança de Chico Xavier?
Carlos Baccelli – Minha maior lembrança dele é a sua alegria. Chico se esforçava para estar sempre bem e costumava brincar com suas próprias limitações físicas. Quando começou a ter dificuldades para caminhar, ele disse: "Há muitos anos que venho tratando do corpo, agora chegou a hora de tratar do esqueleto". Ele era tão sábio quanto os espíritos mais elevados que por ele se expressavam, a bondade de seu coração superava sua grandeza mediúnica.

Em sua opinião, como fica a doutrina espírita com a partida de Chico Xavier? Aumenta a responsabilidade de outros médiuns?
Carlos Baccelli – A doutrina é dos espíritos e, portanto, ela é mais do Chico agora do que sempre foi. Creio que a responsabilidade continua do mesmo tamanho, pois quem não se sentia responsável ontem, não se sentirá hoje. Infelizmente, o que vemos são vários companheiros de ideal, médiuns ou não, extrapolando. Até sobre o desencarne do Chico há quem queira tirar proveito. Muitos podem estar perto da mediunidade de Chico, mas estão longe de seus exemplos.

Existem muitas pessoas afirmando terem recebido mensagens de Chico Xavier após o seu desencarne. Como você analisa essa questão?
Carlos Baccelli – Como uma coisa natural. Não digo que sejam ou deixem de ser verdadeiras, pois a mediunidade é um mundo muito vasto e complexo, nossos pensamentos são ondas que estão à disposição de quem se habilite a captar e cada um faz isso de uma maneira. Como acontece com mensagens atribuídas ao dr. Bezerra de Menezes, André Luiz, Eurípedes Barsanulfo, entre outros, não podemos dizer que sejam ou não verídicas. É por isso que temos de estudar, ler O Livro dos Médiuns na parte em que Allan Kardec trata da identidade dos espíritos, porque não se identificam pelo nome ou pela assinatura, mas pelo pensamento. Acredito que as idéias de Chico estejam por aí, soltas no ar à disposição dos sensitivos, porém, a questão agora é a maior ou menor fidelidade a elas. Na mediunidade, normalmente entendemos que o espírito vem ao médium, embora, às vezes, seja o médium que pode ir ao espírito. Não podemos esquecer que um médium é um espírito se comunicando com outro. Quando você quer falar com uma pessoa, liga ou vai atrás dela e esta pode recebê-la ou não, depende de sua vontade.

Atualmente, há uma preocupação e uma ansiedade muito grande de alguns médiuns no sentido de receberem mensagens psicografadas. Se por um lado, elas podem aliviar um pouco os corações angustiados, por outro, muitas pessoas acabam duvidando da autenticidade da mensagem e acabam sofrendo mais ainda. Por que situações como essa acontecem dentro dos centros espíritas?
Carlos Baccelli – O assunto é muito vasto e não conseguiríamos resumir em poucas palavras, mas vamos fazer algumas considerações. Em uma de suas epístolas, Paulo afirmou que a profecia é para os que acreditam, não para os que duvidam. Na realidade, excetuando-se uma ou outra mensagem na qual o espírito consegue ser ele mesmo através de um médium, como, por exemplo, era o caso de Chico Xavier, podemos questionar quase todos os comunicados do além. Inclusive, pode-se indagar também sobre uma materialização. Portanto, se a dúvida existe com relação a um fenômeno físico, por que não em relação a um de ordem intelectual, mais inacessível aos nossos sentidos físicos? Tomé, um dos 12 discípulos, questionou os companheiros sobre a aparição de Jesus e, não contente em vê-lo, pediu ao Mestre que tocasse em suas chagas. Então, Jesus disse: "Tomé, em verdade, você está crendo no que viu, agora, bem-aventurados os que não viram e creram".

E o que deve ser feito para que haja credibilidade nas mensagens?
Carlos Baccelli – Temos de entender que não é só o médium que deve estar preparado para receber a mensagem, bem como o espírito para transmiti-la, mas os familiares também. Não adianta termos uma boa semente nas mãos se a terra não está pronta. O que precisamos nas casas espíritas, mais do que mediunidade, é o incentivo ao estudo. Por meio do conhecimento da doutrina, os médiuns adquirem maior discernimento e, vez por outra, os espíritos que se comunicam com eles também serão constrangidos a isso. Eles agirão com mais cautela, pois incluirão os parentes encarnados no universo de suas preocupações e pesarão a receptividade das mensagens. Penso que a mediunidade é muito importante no centro espírita, mas o que está faltando é um maior conhecimento da doutrina. O médium é um auxiliar dos espíritos, mas isso não exclui a necessidade de estudar. Quando Chico começou, ele teve uma professora que se ofereceu para lhe transmitir algumas noções de português. Temos que desmistificar o fato de que o médium só será autêntico se for analfabeto, isso é um tabu. Eu diria que, quanto menos preparado em todos os sentidos, maior será o obstáculo para os espíritos. Psicografar é a parte mais fácil da mediunidade, difícil é materializar o espírito da doutrina por meio do bom exemplo, das boas obras, da boa vontade, da humildade.

Qual foi a maior lição que você extraiu desses vários anos de convivência com Chico Xavier?
Carlos Baccelli – A maior lição não pode ser resumida em uma frase ou palavra, teria que ser transmitida através do silêncio. O maior exemplo dado por ele deveria ser resumido na reflexão sobre tudo que Chico foi e continua sendo, que inspirou, inspira e continuará inspirando o movimento espírita. Mas a lição com a qual mais me identifico é o fato dele ter continuado a cumprir os deveres na condição de médium. Apesar das críticas que recebia e das dificuldades pessoais, ele perseverou esse tempo todo sem se desviar, sem deixar de ser fiel às suas origens e condições, continuou sempre o mesmo. Hoje em dia, quando publica um livro ou vai falar em uma tribuna para muitas pessoas, o médium se transforma, perde a simplicidade. Chico nunca a perdeu, jamais deixou de ser aquele homem simples que começou em Pedro Leopoldo aos 17 anos de idade e recebeu sua primeira mensagem no dia 08 de julho de 1927. O maior desafio que ele nos deixou é o de sermos médiuns como ele. Publicar livros, psicografar mensagens, conversar com os espíritos, tudo isso é fácil. Difícil é professarmos nossa crença com sinceridade, para que as pessoas sintam em nós o cheiro de verdade que sentiam em Chico Xavier. Ninguém o procurava apenas por conta dos espíritos, mas também porque sentiam nele algo da presença de Jesus Cristo, o perfume do evangelho, uma fonte de água pura. Talvez elas nem se dessem conta disso.

Para você, quem foi Chico Xavier? Qual a sua importância para o planeta?
Carlos Baccelli – Para mim, Chico Xavier foi o maior fenômeno mediúnico de todos os tempos, o legítimo continuador de Allan Kardec. Eu o nivelo a Francisco de Assis, cuja vida – e isso é uma opinião quase unânime entre os cristãos – foi a que mais se aproximou da vivida por Jesus Cristo.


Este artigo foi publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 05

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

No Teu Interior



A rigor, sombra ou luz são estados de tua própria alma.

Alegria ou tristeza emergem em teu interior.

Toda criatura encerra consigo um poder transformador.

O teu sorriso é luz que acendes na face, iluminando a Vida.

Alivia o teu coração do peso de toda mágoa.

Experimenta sentir contigo a leveza do perdão.

Não vibres negativamente contra os teus semelhantes.

Nem te regozijes com o fracasso de teus desafetos.

O coração mais endurecido não resiste a um ato de ternura.

Aproxima-te dos que se distanciam de ti, sem colaborares para que a distancia se faça ainda maior.

Se da parte dos outros pode haver descaso, da tua pode existir indiferença.

Muitos têm inimigos, porque fazem questão de tê-los.


Irmão José

Do livro “Dias Melhores”, de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Biografia de Carlos Alberto Baccelli


Carlos A. Baccelli Nascido em Uberaba - MG, em 9 de novembro de 1952, é filho de Roberto Baccelli e Maria Odette Prata Baccelli. Casado com a Professora Márcia Queiroz Silva Baccelli é pai de dois filhos, Thiago e Marcela.

Formado em Odontologia, é funcionário aposentado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Há 43 anos cooperando com as atividades da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, Baccelli é idealizador e fundador de várias instituições espíritas em Uberaba, entre as quais o Grupo Espírita “Pão Nosso”, o Lar Espírita “Pedro e Paulo”, o Grupo Espírita “Irmão José”, a “Casa do Caminho”, esta última de amparo às vítimas do HIV.

Como escritor e jornalista, é autor de várias obras de significativa importância para a Doutrina: “O Espiritismo em Uberaba”, “Chico Xavier, Mediunidade e Coração”, “Chico Xavier, Mediunidade e Vida”, “Chico Xavier, Mediunidade e Luz”, “Chico Xavier, Mediunidade e Ação”, “Chico Xavier, Mediunidade e Paz”, “Chico Xavier, à Sombra do Abacateiro”, “Chico Xavier e Emmanuel”, “Chico Xavier, 70 anos de Mediunidade”, “As bênçãos de Chico Xavier”, “O Evangelho de Chico Xavier”, “Chico Xavier o Apóstolo da Fé”, “Orações de Chico Xavier”, “Chico Xavier a Reencarnação de Allan Kardec”, “100 Anos de Chico Xavier”, “Chico Xavier, o Médium dos Pés Descalços” e outros.

Foi durante muito tempo diretor da Aliança Municipal Espírita de Uberaba e secretário da “Comunhão Espírita Crista”, antiga casa de trabalho do médium Chico Xavier. Com Chico Xavier, no “Grupo Espírita da Prece”, publicou vários livros em parceria mediúnica editados pelo IDEAL, de São Paulo, e pelo IDE, de Araras - livros que lhe abriram caminhos para o trabalho mediúnico que agora se amplia com outros que têm sido publicados pela “DIDIER” de Votuporanga - SP e Editora LEEPP de Uberaba - MG, totalizando já 134 títulos publicados.

Como orador tem viajado pelo Brasil e pela Europa levando consigo a mensagem da Terceira Revelação, sendo que, por quase 3 anos consecutivos apresentou na TV local o apreciado programa “Espiritismo Explicando”. Como se percebe pelas suas múltiplas atividades, Baccelli procura não perder tempo e, nesse resumo, não se encontraram em registro as tarefas que desenvolve na periferia de Uberaba, junto às comunidades carentes.


domingo, 2 de novembro de 2014

Homenageado do Mês


Nesse mês o Manancial de Luz homenageia o médium e orador espírita mineiro, Carlos Alberto Baccelli pela passagem de sua data natalícia. Fundador de várias instituições espíritas em Uberaba, sua cidade natal, Baccelli além de grande divulgador da doutrina espírita é também colaborador há mais de trinta anos das atividades da Casa Espírita Bittencourt Sampaio. Conviveu ao lado do médium Chico Xavier por mais de vinte e cinco anos e com ele lançou dez obras psicográficas, tendo hoje uma vasta bibliografia espírita publicada.

Conheça nesse especial um pouco da vida e obra dessa eminente personalidade espírita da atualidade.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Material Didático para Evangelizadores Espíritas


Encerramos o especial do mês de outubro “Evangelizar para o Futuro”, divulgando uma relação de material didático para download, destinados ao auxílio a evangelizadores em sua tarefa de levar o conhecimento e as lições doutrinárias espíritas às crianças e jovens.

TEXTOS

A Educação
A criança (nossa missão)
A criança obsidiada
A Importância da Evangelização
Bullying
Criança Ïndigo e Cristal
Mensagem de Blandina aos evangelizadores
O Adolescente: Possibilidades e Limites - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira
O Amor e as diferentes formas de amar
Psicografia de André Luiz sobre a criança

CURSOS

Curso "Brincando e Estimulando a Criança"
Apostila do Evangelizador (pdf)


TEXTOS. ARTIGOS. APOSTILAS. LIVROS

Indicadores da Qualidade na Evangelização

Artigos sobre Evangelização infantil
A importância de fazermos o evangelhos com os filhos
A importância dos filhos na evangelização
A droga na infância
Chacras
Curso de preparação de evangelizadores
Como contar história na evangelização infantil
Crianças que bebem
Como aproximar os adolescentes na casa Espírita
Dificuldade dos pais se aproximarem dos filhos na adolescência
O que é Evangelização Infantojuvenil? (FEB)
Hábitos do bom evangelizador
O que há por trás dos contos infantis
O Livro dos Espíritos para infância e Juventude vol I - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos para infância e Juventude vol II - Allan Kardec
Primeiras lições de moral na infância
Técnicas para evangelizar (apostila)


PPS

Formas de Relacionamento entre pais e filhos - Carolina Von Scharten
Saúde da Relação pais e filhos - Carolina Von Scharten
A Educação e o Centro Espírita - Cláudia Werdine
Mediunidade na Infância

PDF

A qualificação do Evangelizador Infanto-Juvenil: reflexões e sugestões


BLOGS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA

O Manancialzinho - espiritismo para crianças e jovens.
Escolinha Espírita - aulas e material didático para evangelizadores.
Aulas para Evangelização Infantil
Blog Renascer
Pelos Caminhos da Evangelização
Evangelização Infantil
Evangelizar é Saber Amar

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Homenagem ao Dia do Livro



O Livro


Ei-lo! Facho de amor que, redivivo, assoma
Desde a taba feroz em folhas de granito,
Da Índia misteriosa e dos louros do Egito
Ao fausto senhoril de Cartago e de Roma!

Vaso revelador retendo o excelso aroma
Do pensamento a erguer-se esplêndido e bendito,
O Livro é o coração do tempo no Infinito,
Em que a idéia imortal se renova e retoma.

Companheiro fiel da virtude e da História,
Guia das gerações na vida transitória,
É o nume apostolar que governa o destino;

Com Hermes e Moisés, com Zoroastro e Buda,
Pensa, corrige, ensina, experimenta, estuda,
E brilha com Jesus no Evangelho Divino.


Olavo Bilac

Fonte: XAVIER, Francisco C. Parnaso de Além-túmulo. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. p. 411. Edição Comemorativa – 70 anos

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Fundamentos da Evangelização Espírita



O Que é Evangelização Espírita Infantojuvenil


[...] educar uma criança e um jovem à luz do Espiritismo é semear luz pelos caminhos do futuro… (Vianna de Carvalho)

Evangelização Espírita Infantojuvenil é toda a atividade voltada ao estudo da Doutrina Espírita e à vivência do Evangelho de Jesus junto à criança e ao jovem.

Sua ação visa:

- promover a integração do evangelizando consigo mesmo, com o próximo e com Deus;

- proporcionar o estudo da lei natural que rege o Universo e da “natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas relações com o mundo corporal” (Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Preâmbulo); e

- oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como ser integral, crítico, consciente, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível. (Cecília Rocha e equipe. Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infantojuvenil. 4. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.)

Na Instituição Espírita, a atividade de Evangelização abrange as aulas de evangelização espírita, momento especial de convivência, aprendizado, reflexão, compartilhamento de experiências e construção de vínculos de amizade e de fraternidade entre as crianças e os jovens frequentadores.

A ação evangelizadora envolve, ainda, pais e familiares, convidando-os a participarem de grupos ou reuniões voltados ao estudo de temas relacionados à vida em família, fundamentados à luz da Doutrina Espírita.

A relevância da tarefa é destacada por vários benfeitores espirituais, dentre eles, Guillon Ribeiro, ao afirmar que “é imperioso se reconheça na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita”; e Vianna de Carvalho, ao sintetizar que:

[...] à Evangelização Espírita Infantojuvenil cabe a indeclinável tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã.

Quem é o Evangelizador ?


Abençoados os lidadores da orientação espírita, entregando-se afanosos e de boa vontade ao plantio da boa semente! (Guillon Ribeiro)

Considerando-se que o coração infantojuvenil é abençoado solo onde se deve albergar a sementeira de vida eterna (Vianna de Carvalho), a evangelização espírita apresenta-se como verdadeiro campo de semeadura e o evangelizador como responsável semeador.

Sua ação deve ser pautada nos princípios da fraternidade, do afeto e da fidelidade doutrinária, de modo a oportunizar às crianças e aos jovens momentos de aprendizado e de convívio com vistas ao conhecimento espírita e à vivência dos ensinamentos de Jesus.

Sensibilidade, coerência, empatia, responsabilidade, conhecimento, alegria e zelo são algumas das características dos evangelizadores, que buscam a construção de espaços interativos de aprendizado e de confraternização junto aos evangelizandos.

Para tanto, o evangelizador deve valer-se da adequada e contínua preparação pedagógica e doutrinária, para que

[...] não se estiolem sementes promissoras ante o solo propício, pela inadequação de métodos e técnicas de ensino, pela insipiência de conteúdos, pela ineficácia de um planejamento inoportuno e inadequado. Todo trabalho rende mais em mãos realmente habilitadas.” (Guillon Ribeiro).

Mediante a relevância da ação evangelizadora, Bezerra de Menezes sintetiza o caminho a ser trilhado, afirmando que “com Jesus nos empreendimentos do Amor e com Kardec na força da Verdade, teremos toda orientação aos nossos passos, todo equilíbrio à nossa conduta”, e convida a todos para abraçarem, com empenho e afinco, a tarefa de evangelização junto às almas infantojuvenis, “com a mesma ansiedade e presteza com que o agricultor cedo acorda para o arroteamento do solo, preparando a sementeira de suas esperanças para abundantes messes da colheita pretendida”.

Quem é o Evangelizando?


O evangelizando é um ser espiritual, criado por Deus e que participa dos dois planos da vida: do físico e do espiritual.

Nesse processo de autoaperfeiçoamento, o educando se transforma e transforma a realidade que o circunda.

Como foco do processo educativo, deve ser visto de forma integral, ao mesmo tempo que integrado com seu grupo social e com a Natureza, da qual faz parte.

Quem é a Criança?


[...] a criança e o jovem evangelizados agora são, indubitavelmente, aqueles cidadãos do mundo, conscientes e alertados, conduzidos para construir, por seus esforços próprios, os verdadeiros caminhos da felicidade na Terra. (Guillon Ribeiro)

A criança é um Espírito reencarnado, dotado de habilidades desenvolvidas ao longo de suas múltiplas existências, bem como de necessidades em fase de aperfeiçoamento.

A Evangelização no período da infância representa ação relevante e imperiosa, capaz de contribuir com o processo de aprimoramento da criança, considerando-se que:

- Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo (O Livro dos Espíritos, questão 383); e que

- [...] o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 8, it. 3).

Considerando a criança como ser histórico — herdeiro de experiências pretéritas — e eterno, em constante processo de aprimoramento, o tempo presente mostra-se favorável ao correto investimento na alma infantil, fortalecendo-a para a jornada reencarnatória e apontando roteiros seguros pautados na vivência do amor. Nesse sentido, Amélia Rodrigues alerta-nos que evangelizar é trazer Cristo de volta ao solo infantil como bênção de alta magnitude, convidando a todos para uma ação condizente e coerente com a mensagem cristã.

Quem é o Jovem?


A criança é sementeira que aguarda, o jovem é campo fecundado, o adulto é seara em produção. Conforme a qualidade da semente, teremos a colheita. (Amélia Rodrigues)

O jovem é um Espírito em fase de desenvolvimento, definições e escolhas. A juventude é um período propício à reflexão acerca da vida e ao alinhamento dos objetivos reencarnatórios, mediante os contextos e as possibilidades que se apresentam, convidando o jovem ao exercício do autoconhecimento, da reforma íntima e ao cultivo de atitudes responsáveis por meio do seu livre-arbítrio e do reconhecimento da Lei de Causa e Efeito.Identifica-se, nesse momento, o benéfico efeito do estudo e da vivência da mensagem cristã desde a fase da infância, cujo conhecimento fortalece as almas infantojuvenis para a adequada tomada de decisões e para a escolha de caminhos saudáveis e coadunados aos ensinamentos espíritas.

A ação orientadora da Evangelização é destacada por Guillon Ribeiro², ao afirmar que “sua ação preventiva evitará derrocadas no erro, novos desastres morais”; e por Francisco Thiesen3, ao expor que:

Dignificados pelo conhecimento e vivência dos postulados espíritas-cristãos que aprenderam na Infância e na Juventude, enfrentam melhor os desafios que os surpreendem, ricos de esperança e de paz, sem se permitirem afligir ou derrapar nas valas do desequilíbrio, da agressividade, da delinquência.

Afeto, criatividade, movimento, idealismo, arte e informação são alguns dos muitos elementos que permeiam o mundo jovem e que, associados ao conhecimento espírita e à vivência dos ensinamentos cristãos, contribuem para a formação de verdadeiras pessoas de bem.


Qual o Papel da Família?


Conquanto seja o lar a escola por excelência [...] [os pais] jamais deverão descuidar-se de aproximá-los dos serviços da evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir. (Bezerra de Menezes)

A família assume relevante função no processo evolutivo dos Espíritos reencarnantes. A maternidade e a paternidade constituem verdadeiras missões, visto que “Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem” (O Livro dos Espíritos, questão 582). Os pais e familiares representam, nesse sentido, evangelizadores por excelência, assumindo séria tarefa educativa junto às crianças e aos jovens que compõem seu núcleo familiar:

[...] inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?” (Santo Agostinho, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 14, it. 9).

Tendo em vista a relevante orientação, os núcleos familiares devem promover um ambiente doméstico afetuoso, coerente e evangelizador, de modo a favorecer o desenvolvimento moral dos filhos e a orientá-los para o caminho do bem. A reunião de Evangelho no Lar representa especial momento de estudo em família, convivência e aprendizagem, e os grupos e reuniões de pais oferecidos pelas Instituições Espíritas podem auxiliá-los a melhor compreenderem a sublime oportunidade da maternidade e da paternidade. Portanto, “que os pais enviem seus filhos às escolas de evangelização, interessando-se pelo aprendizado evangélico da prole, indagando, dialogando, motivando, acompanhando…” (Guillon Ribeiro).


Fonte: FEB (Federação Espírita Brasileira)

sábado, 25 de outubro de 2014

Juventude, Evangelização e Literatura

Programa “Livros que Iluminam” tendo como debate a literatura e a evangelização espírita do jovem, com o convidado Cirne de Araújo, diretor da FEB (Federação Espírita Brasileira) e coordenador da Juventude.


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Arte - Da Evangelização Espírita para a Vida


"A beleza é um dos atributos divinos. Deus colocou nos seres e nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração, às vezes de entusiasmo. A Arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna." Léon Denis - O Espiritismo na Arte

O que existe na Arte que nos toca profundamente, nos emociona tanto?

Que força é esta que provoca lágrimas, que traz alegria, que nos faz refletir sobre a vida e até viajar para outras terras?

É uma emanação divina, sem dúvida, traduzida na sensibilidade de nossos sentimentos. E são eles, os sentimentos, os mais importantes integrantes destes entendimentos sobre a Arte e seus objetivos em nossas vidas.

A Arte deve ter como matéria-prima fundamental os sentimentos. São eles que nos fazem vislumbrar a "poesia do ideal, que nos transporta para fora da esfera acanhada de nossas atividades", conforme tão bem nos ensina Kardec, em Obras Póstumas. São nossos sentires que encaminham nossas almas para as regiões da vida espiritual, que é nossa verdadeira vida, e a que aspiramos a reencontrar um dia, segundo aponta Léon Denis na obra primeiramente citada.

A obra artística precisa colocar o espírito em relação íntima com Deus, precisa alimentar-se de bons sentimentos, e reconduzir estas benéficas percepções aos corações humanos. "Sustentada e inspirada por uma fé sincera, por um nobre ideal, é sempre uma fonte fecunda de instrução, um meio incomparável de civilização e aperfeiçoamento." Léon Denis - O Espiritismo na Arte

Com esta última citação faz-se, então, o elo entre a Arte e o Espiritismo, estes dois grandes instrumentos de evolução. Assim, ao colocarmos a Arte a serviço da divulgação doutrinária, da sensibilização das almas, teremos um produto muito maior do que a simples soma das partes. A claridade do Espiritismo ganha uma bela forma de alcançar o coração, e o encanto da Arte recebe fontes inesgotáveis de inspiração...

É neste contexto que inserimos todas as atividades da evangelização espírita, este pilar indispensável na formação e educação de todos nós.

O instrumento "Arte" irá enriquecer os estudos, facilitar a assimilação, e contribuir muito com o desenvolvimento da sensibilidade nas crianças, jovens e adultos.

Da evangelização espírita para a vida, as obras artísticas que verdadeiramente são "O Belo criando o Bom", como versa André Luiz, em Conduta Espírita, serão sempre mananciais de excelentes conteúdos educativos.

Para que possamos compreender a amplitude de atuação da Arte na Evangelização Espírita, classificamos didaticamente as expressões artísticas do mundo em número de sete. Neste artigo, a nossa abordagem se faz sobre quatro delas: a Arquitetura, Escultura , Pintura e Literatura.

Arquitetura

A Arquitetura reflete por inteiro a história da Terra. Castelos, catedrais, edifícios, casas, são o retrato do que se passa nos valores da alma. Assim, todo estudo neste sentido, quando tiver por objetivo ilustrar e representar pensamentos, idéias e concepções dos homens, será bem-vindo. Analisar o povo Egípcio, por exemplo, e suas construções, sua cultura, seu contato com o planeta Terra, torna os estudos mais agradáveis e, principalmente, melhor absorvidos.

Da mesma forma, toda vez que estivermos construindo algo, como cidades, casas, paisagens do mundo espiritual com nossas crianças, estaremos, de certa forma, colocando em prática a utilização da arquitetura.

Além de tudo isso, se desejarmos ir bastante a fundo nesta Arte, podemos estudar as questões de criações fluídicas no espaço, abordar as bases da ideoplastia, etc...

Escultura e Pintura

Intimamente ligada à Arquitetura, a Escultura também fornece diversas formas de utilização para estes propósitos.

O contato com a Escultura e a Pintura fazem parte do aprendizado basilar na infância, desenvolvendo diversas potencialidades íntimas, facilitando muitas outras conquistas e descobertas na vida.

O barro, as massas e as tintas, favorecem o desenvolver da criatividade, auxiliam na conquista de sensibilidades, e são excelentes maneiras de se fixar conteúdos e lições. Tais atividades devem, sempre, é claro, virem acompanhadas de bons objetivos, e não funcionarem apenas como simples preenchimentos de tempo.

Literatura

Eis a Arte mais desenvolvida nos campos da Doutrina Espírita...

As obras literárias que o Espiritismo oferece, são nascentes benditas de conhecimento e clarificação. Basear programas de estudo em livros, ilustrar e enriquecer temas com romances, contos, será sempre um caminho luminoso para o aprendizado. A biblioteca "verdadeiramente" Espírita é um tesouro inestimável, cujo alicerce estará sempre nas cinco obras básicas de Allan Kardec.

Tendo esta consciência, o trabalhador espírita deverá incentivar ao máximo o hábito salutar da leitura, começando por ele mesmo, aprofundando seus estudos através de obras que apresentem boa qualidade. E é neste ponto, quando destacamos "obras de boa qualidade", que ampliamos o alcance da utilização da literatura às obras não espíritas também. Toda obra ou criação literária, que apresentar um conteúdo útil aos propósitos do educador, será muito bem acolhida. Assim, as lendas, as fábulas e romances que trouxerem em si a mensagem do bem, poderão ser aproveitadas nas ilustrações das aulas, engajando nos recursos bibliográficos do estudo.

A sensibilidade e o senso crítico do evangelizador serão fundamentais para a tarefa de procurar, analisar e julgar sua oportunidade.

Assim, por exemplo, as boas reportagens em revistas, os artigos de jornal, e até as pequenas histórias dos gibis, poderão fazer parte dos instrumentos que utilizaremos para levar a mensagem espírita ao nosso público.

Não poderíamos esquecer, é claro, da poesia, esta forma literária encantadora, que através dos versos, dos ritmos e das rimas leva uma mensagem benfazeja aos corações.


Andrey Cechelero

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Palavras aos Evangelizadores da Infância


“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir aqueles incumbidos de educá-lo.” (O Livro dos Espíritos, 383)

A visão que se tem da criança pela ótica espírita difere fundamentalmente da que é sustentada pelas doutrinas que pregam a unicidade da existência corpórea.

Para essas correntes de pensamento religioso, a criança traz, ao nascer, apenas os ascendentes biológicos, que seriam herdados dos antepassados, próximos ou remotos. A concepção espírita difere, também, de outras doutrinas reencarnacionistas que consideram a volta do Espírito ao mundo material apenas com fins punitivos ou, quando muito, para o cumprimento de uma missão.

O Espiritismo não nega a reencarnação missionária, e ensina que aquilo que é visto como punição é apenas o funcionamento da lei de causa e efeito. Entretanto, vai além, ampliando a compreensão da própria vida, ao revelar o aspecto evolutivo da reencarnação.

Vista sob essa ótica, a criança é um Espírito imortal, detentor de imensa bagagem de experiências vivenciadas em outras épocas, herdeira de si mesma, que retorna à Terra a fim de adquirir novos conhecimentos e, principalmente, de reformular sua maneira de proceder, ajustando-a, tanto quanto possível, aos postulados do Evangelho de Jesus. Assim, aprendemos, no Espiritismo, que reencarnamos para prosseguirmos a nossa jornada evolutiva. Ao responderem a Kardec a respeito da utilidade de passar pelo estado de infância, os Espíritos Superiores atribuíram a responsabilidade da execução dos procedimentos educativos, não só aos pais, mas a todos aqueles que têm oportunidade de propiciar à criança ensinamentos e exemplos que a ajudem a adquirir novos conhecimentos e a reformular seu modo de proceder, ou seja, de reeducar-se através do esforço consciente, no sentido de exteriorizar sua luz, herança divina de que todos os Espíritos somos dotados, conforme ensinamento de Jesus (Mt, 5: 16).

Escola de Evangelização: Posto Avançado do Mundo Espiritual– Dentre esses “incumbidos de educá-lo”, conforme expressão dos Espíritos, estamos nós, evangelizadores da infância, ligados a esses irmãos recém-chegados do Mundo Espiritual, não pelos laços da consanguinidade nem do parentesco físico, mas pelos mais sagrados elos da nobre tarefa que assumimos perante o Evangelizador Maior.

Entendemos, assim, que fomos admitidos num trabalho que é continuação daquele iniciado no Mundo Espiritual, na preparação do Espírito para sua volta às lides terrenas. Ao considerarmos a Escola Espírita de Evangelização como um Posto Avançado do Mundo Espiritual, devemos meditar sobre a extensão e a responsabilidade da tarefa que nos é atribuída.

Conscientes dessa grave responsabilidade, qual seja a de iluminar consciências, urge que nos preparemos convenientemente através da oração sincera, da meditação serena, do estudo edificante, a fim de que nossa palavra, portadora de carga magnética gerada na convicção profunda, e não apenas na informação superficial, possa tocar os pequeninos, pois quem não está convencido do que diz raramente consegue convencer alguém. Como exemplo, é oportuna a lembrança das palavras do Benfeitor Alexandre, citadas no livro “Missionários da Luz”, à página 311: “O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe a grandeza em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã”. Desse modo, a palavra suave, embora firme, nos abrirá as portas do entendimento da criança, propiciando-nos oportunidade à semeadura das lições do Evangelho, agora explicado à luz da Doutrina Espírita.

Três preocupações importantes: o pensar,o sentir e o fazer – Devemos ter consciência de que a Escola Espírita de Evangelização – chamada afetivamente de “escolinha” – é, malgrado o pouco tempo de que dispomos para o convívio com a criança, apesar da incompreensão de muitos dirigentes de centros espíritas e das dificuldades materiais, a escola que mais esclarece no mundo, aquela mais propícia à implantação dos tempos novos, em face dos ensinamentos libertadores, capazes de levar o evangelizando a uma mudança de mentalidade, que o capacitará a colaborar efetivamente na implantação de uma sociedade mais justa, mais fraterna, dos tempos novos, conforme preconizam os Espíritos.

Importa seja lembrado também que o Espiritismo, ao trazer-nos de volta os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade, objetividade e pujança originais, tira-nos aquele sentimento místico do comparecimento ao templo – assim chamado casa de Deus– e nos revela o mundo como oficina da nossa vivência religiosa, portanto do nosso aperfeiçoamento. Tira-nos, também, outro referencial religioso, além do templo, qual seja a figura do sacerdote, do pastor, do guru.

Tendo isso em mente, devemos meditar sobre o que representamos para a criança, que nos observa efetivamente como referencial religioso, embora nos empenhemos em mostrar-lhe as figuras veneráveis que, através dos tempos, têm trazido suas contribuições para a iluminação da criatura humana, no que se destaca a figura maior de Jesus.

Assim pensando, devemos nos empenhar, com toda a força do nosso entendimento, no sentido de nos aprimorarmos cada vez mais para a execução do nosso trabalho junto à criança. Esse aprimoramento envolve três aspectos principais, que devem ocupar o primeiro plano das preocupações do evangelizador: o pensar, o sentir e o fazer. Na casa espírita a Evangelização da Criança deve ter primazia– O pensar nos leva à reflexão, à conscientização plena do valor do nosso trabalho.

Quando meditamos sobre nossa atuação no setor de evangelização infantil, devemos avaliar o nível do nosso comprometimento com a tarefa; que espaço ela ocupa em nossa mente; quantas horas por semana dedicamos ao preparo da mensagem que levaremos à criança, que espera de nós a orientação a fim de que caminhe com segurança neste mundo tão conturbado em que vivemos. Sem que nos julguemos grandes missionários ou Espíritos iluminados, é justo que tenhamos consciência da relevância e do valor da tarefa a que nos dispomos, ainda que a nossa turma de evangelizandos seja pequena, que seja “turma” de um só! E quando nos ocorra a dúvida a respeito da validade do nosso esforço, devemos nos lembrar de que no trabalho mediúnico de desobsessão – que deveria denominar-se “evangelização do desencarnado” – um grupo de várias pessoas se empenha, às vezes durante muito tempo, no encaminhamento de um único Espírito que trilha caminho equivocado, não raro por não ter sido evangelizado na infância.

Ao serem examinados os resultados das tarefas desenvolvidas nas instituições espíritas, fica evidente que a Evangelização da criança é a atividade mais importante, de vez que beneficia o Espírito desde a fase infantil, influenciando seu proceder, dando-lhe diretrizes que o ajudarão não só nesta sua passagem pela Terra, mas que servirão como farol a iluminar-lhe a consciência em sua vida de Espírito imortal. Por isso é que, embora reconhecendo o valor das outras tarefas desenvolvidas nos centros espíritas, chega-se facilmente à conclusão que a Evangelização da Criança deveria ter primazia, deveria ser atividade olhada com a maior responsabilidade por parte dos dirigentes das instituições espíritas, por ser a encaminhadora do Espírito, numa verdadeira continuação do trabalho iniciado no Mundo Espiritual, durante os preparativos para sua volta.

Todos temos em nós o amor, em estado de latência– É a consciência profunda do insubstituível valor da tarefa que nos deve alentar nos momentos de desânimo, quando a incompreensão dos dirigentes da casa onde trabalhamos, a falta de espaço físico, de material apropriado, a falta de cooperação dos próprios pais, as dificuldades com a criança, todas essas dificuldades quiserem nos tirar dessa seara bendita a que fomos convocados.

O Evangelizador deve empenhar-se, também, no desenvolvimento da sua capacidade de sentir. Todos temos em nós o amor, em estado de latência. Essa herança divina, que se revela através dos séculos sucessivos, pode ter sua exteriorização acelerada pelo esforço consciente da criatura. E o Evangelizador é desafiado ao esforço de amar, pois quem não ama não tem condição de suscitar nos pequeninos o desejo de amar. O pensar é muito importante, imprescindível mesmo. Mas o pensar sem o sentir pode levar-nos a uma postura muito fria, muito calculada que, embora matematicamente certa dentro dos parâmetros meramente pedagógicos, vistos do ângulo acadêmico, não se coaduna com o espírito do trabalho de evangelização, que deve primar pelo incentivo ao desenvolvimento das virtudes preconizadas pelo Evangelho.

Dentro dessa visão, o nosso fazer nos aponta o caminho do esforço na preparação das aulas, no que tange ao conteúdo a ser ministrado, ao material a ser usado, mas, principalmente, o caminho do esforço da preparação da nossa capacidade de sentir, de amar, iluminando-nos para que possamos iluminar consciências.

José Passini
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