sexta-feira, 18 de abril de 2025

A Carta do Mundo

 


Em todos os departamentos da Terra, reconhecemos a cooperação dos grandes missionários com a Sabedoria Divina.

De época a época, de civilização a civilização, vemo-los, à maneira de abelhas laboriosas e felizes, retirando o mel da ciência nas flores maravilhosas da vida, esparsas no campo infinito da Natureza.

O mundo sofria as calamidades mefíticas, mas a Medicina respeitável saneou o pântano e continua vencendo a enfermidade e a morte.

Vagueava a fome entre populações exaustas; todavia, o comércio esclarecido solucionou o problema doloroso.

Os perigos do mar afligiam os continentes, dificultando as comunicações; entretanto, o navio rápido venceu o dorso do abismo.

As sombras noturnas invadiam as cidades e os campos, desafiando as lanternas bruxuleantes; contudo, a lâmpada de Edison resplandeceu, expulsando as trevas.

Moviam-se as máquinas primitivas, pesadamente, extorquindo copioso suor dos servos cativos; no entanto, a energia elétrica diminuiu os sacrifícios do braço escravizado.

Questões difíceis dos povos atormentavam as administrações nas metrópoles distantes entre si; mas o avião, qual poderosa ave metálica, cortou os céus, eliminando a separação.

A cultura exigia canais para beneficiar as mais diversas regiões do Planeta e o rádio respondeu às reclamações, unindo os países uns aos outros.

Corações apartados no plano material padeciam angústias, sequiosos de intercâmbio, e o telefone, de algum modo, curou semelhante ansiedade.

Nos hospitais e nos lares, a dor física torturava milhões de sofredores; a anestesia, porém, aliviou-lhes o padecimento.

Em todos os ângulos da evolução terrestre, observamos o concurso dos apóstolos humanos nas edificações divinas. Transitam nas artes ë nas ciências, no comércio e na indústria, no solo e nas águas, construindo, colaborando e melhorando, sob os desígnios superiores que nos assinalam os destinos.

Para quase todos os flagelos que atormentam a Humanidade, encontraram lenitivo e socorro.

Todavia, para um deles, todo o esforço tem sido vão. Monstro de mil tentáculos, envolve as criaturas desde o sílex, rastejando entre as nações cultas de hoje, como se arrastava entre as tribos selvagens de ontem. Envenena as fontes da mais adiantada cultura, turva a mente dos pensadores mais nobres, obscurece o sentimento dos mais fiéis mordomos da economia terrestre, investe as posições mais simples, tanto quanto as situações mais altas. Não reconhece a inteligência, nem a sensibilidade; alimenta-se de ódio e ruínas, mastiga violência e morte em todas as latitudes do Globo. Derruba templos e oficinas, lares e escolas, pratica ignominiosos crimes com assombrosa indiferença. Ri-se das lágrimas, espezinha ideais, tritura esperanças...

Esse é o monstro da guerra que asfixia a Europa e a América com a mesma força com que constringia a garganta do Egito e da Babilônia.

Por cercear-lhe a ação esmagadora, organizam-se ligas e cruzadas, tratados e alianças em todos os tempos; improvisam-se conferências em Londres e Paris. Em Washington e Moscou, renova-se a geografia e modificam-se os sistemas políticos.

O flagelo, contudo, prossegue dominando, destruindo, esfrangalhando, matando...

Para extinguir-lhe a existência nefasta, só existe um recurso infalível – a aplicação dos princípios curativos e regeneradores do Médico Divino. Esses princípios começam na humildade da manjedoura, com escalas pelo serviço ativo do Reino de Deus, com o auxilio fraterno aos semelhantes, com a adaptação à simplicidade e à verdade, com o perdão aos outros, com a cruz dos testemunhos pessoais, com a ressurreição do espírito, com o prosseguimento da obra redentora através da abnegação e da renúncia, da longanimidade e da perseverança no bem até ao fim da luta, terminando na Jerusalém libertada, símbolo da Humanidade redimida.

Será, todavia, remédio das nações, quando as almas houverem experimentado a sua essência divina.

Não é receituário atuando, problematicamente, de fora para dentro. É medicação viva, renovando de dentro para fora.

Não é demagogia religiosa. É vida permanente.

Não se trata de plataforma verbalista e, sim, de transformação substancial.

Jesus encontrou os discípulos, um por um.

O indivíduo é coluna sagrada no templo do Cristianismo.

Negue cada qual a si mesmo – disse-nos o Mestre –, tome a sua cruz e siga-me.

Eis por que o Evangelho é a Carta do Mundo que glorificará a paz na Terra, depois de impressa no Coração do Homem.

Por: Irmão X, Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 16 de abril de 2025

O mais difícil

 


Diante das águas calmas, Jesus refletia.

Afastara-se da multidão, momentos antes.

Ouvira remoques e sarcasmos.

Vira chagas e aflições.

O Mestre pensava...

*

Tadeu e Tiago, o moço, João e Bartolomeu aproximaram-se. Não era aquele um momento raro? E ensaiaram perguntas.

- Senhor – disse João - , qual é o mais importante aviso da Lei na vida dos homens?

E o Divino passou a responder:

- Amemos a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos.

- E qual a virtude mais preciosa? – indagou Tadeu.

- A humildade.

- Qual o talento mais nobre, Senhor? – falou Tiago.

- O trabalho.

- E a norma de triunfo mais elevada? – indagou Bartolomeu.

- A persistência no bem.

- Mestre, qual é, para nós todos, o mais alto dever? – aventurou Tadeu novamente.

- Amar a todos, a todos servindo sem distinção.

- Oh! Isso é quase impossível – gemeu o aprendiz.

- A maldade é atributo de todos – clamou Tiago - ; faço o bem quanto posso, mas apenas recolho simples espinhos de ingratidão.

- Vejo homens bons sofrendo calúnias por toda parte – acentuou outro discípulo.

- Tenho encontrado mãos para auxiliar – disse outro.

E as mágoas desfilaram diante do Mestre silencioso.

João, contudo, voltou a interrogá-lo:

- Senhor, que é mais difícil? Qual a aquisição mais difícil?

Jesus sorriu e declarou:

- A resposta está aqui mesmo em vossas lamentações. O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar... A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência. 


Hilário Silva, do livro A Vida Escreve, por Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Efeitos do Livro Espírita

 


Alguns dos efeitos do livro espírita evangélico, lido e aplicado em diversos setores da experiência humana, tais quais sejam:

no sentimento - renovação;

no raciocínio - lógica;

na palavra - dignidade;

no trato - gentileza;

nas relações - amor fraterno;

nos compromissos - lealdade;

no lar-entendimento;

na família - amparo mútuo;

na sociedade - compreensão;

na equipe - entrosagem;

na solidão - companhia;

na ciência - responsabilidade;

na filosofia - critério;

na religião - discernimento;

na arte - elevação, -

no trabalho - rendimento;

na luta-altruísmo;

na profissão - eficiência;

no estudo - orientação;

no repouso - segurança;

na distração - proveito;

na queda - reerguimento;

no remorso - reajuste;

na tentação - defesa;

na alegria - temperança;

na dor - paciência;

na prova - reconforto;

na aflição - alívio;

no abatimento - esperança;

na mocidade - guia;

na velhice - apoio;

na saúde - preservação;

na doença - remédio;

na fraqueza - força;

na angústia - socorro;

na morte - vida imperecível.

Em todas as situações, o livro espírita-crístão é caridade e serviço, e, onde estejam o serviço e a caridade, aparece o auxílio positivo, tanto aos outros quanto a nós.

Albino Teixeira, pelo médium Francisco Cândido Xavier

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