sexta-feira, 30 de agosto de 2024

A fé

 


Quando se fazem referências à fé há os que afirmam que a fé é uma coisa doentia, covarde. Própria dos fracos e oprimidos, que necessitam dela para poderem sobreviver.

Ou então, que fé é a recompensa imerecida pelo que você ainda não fez.

Examinando a história de todos os tempos, verificamos que é exatamente o oposto.

Somente homens de extremada fé foram capazes de realizações que assombraram os seus iguais.

Graças à fé, os primitivos cristãos enfrentaram as dores dos mais horrendos suplícios e a morte, entre cânticos e preces, motivo mesmo que arrastava outros tantos a buscarem aqueles ensinos do Carpinteiro, que assim movimentava homens e mulheres na direção dos Céus.

Movido pela fé e seu acendrado amor ao semelhante, Frei Damião de Vesteur buscou a ilha abandonada de Molokai, tornando-se um igual entre hansenianos, à época caçados como animais e simplesmente jogados naquele local.

Mais do que lhes ser o enfermeiro dos corpos, ele lhes foi o médico das almas. Encontrou um rico havaiano que todos diziam haver desaparecido, ali, infectado.

A amargura o tomara por inteiro e ele acariciava, de forma constante, um revólver, afirmando que um dia, quando não mais suportasse o rol das dores, ele haveria de buscar a morte por suas próprias mãos.

Damião lhe falou com tamanha fé dos objetivos da vida e da dor, da vida que não perece para além da tumba que, um dia, recebeu de presente, envolvido em embrulho improvisado, a arma daquele homem.

O bilhete que acompanhava o instrumento, laconicamente afirmava: Estou morrendo e morro com dignidade. Não necessito mais dele. Você me convenceu.

Nos relatos evangélicos, é o próprio Jesus que, mais de uma vez, em Se referindo às curas operadas por Ele, afirmava aos curados: Tua fé te salvou.

A fé é chama Divina que aquece o Espírito e lhe dá forças para tudo superar: mágoas, decepções, revoltas, traições e até mesmo a morte.

Para a aquisição do equilíbrio, é imprescindível a fé, para que o homem sobreviva ao clima de desespero que irrompe de todo lado, ante as problemáticas sempre mais afligentes que invadem a Humanidade.

O homem não pode prescindir da valiosa contribuição da fé.

Alberto Santos Dumont, ao verificar a aplicação do seu invento na guerra, amargurou-se e buscou a morte pelo suicídio.

Alfredo Nobel em descobrindo que a dinamite fora usada para extermínio de povos, entrou em profunda tristeza e assim ficou até a sua desencarnação.

Se eles tivessem fé, poderiam ter aguardado e verificado no tempo, com a marcha do progresso, os benefícios dos seus inventos colocados a bem da Humanidade.

Alimentar a fé é um dever do homem, dever que não deve ser deixado para mais tarde, pois a fé é necessária para sustentar a própria paz.

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A fé é virtude espontânea e conquista intelectual.

Sua função é fornecer forças para solucionar problemas, não afastar o seu portador dos testemunhos necessários para a sua evolução.

A fé é, em suma, um tesouro de inapreciável valor que caracteriza os homens nobres, no serviço da Humanidade.

Redação do Momento Espírita

 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Os aspectos da fé segundo o espiritismo

A Fé humana, a fé divina e a fé raciocinada

O palestrante espírita e atuante em atividades de juventude da Federação Espírita de Rondônia, Jorge Elarrat responde sobre os aspectos da fé segundo o espiritismo e exemplifica como cada um deles se manifesta.

 


segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Fé e obras

 

                   

 Por Felinto Elízio D. Campelo

“Porque, assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” (Epístola do Apóstolo Tiago, 2:26.)

A Doutrina Espírita assenta toda a sua filosofia religiosa no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso mesmo, exalça a fé enquanto faz a apologia da obra, enfatizando o binômio: Fé com obras ou Obras com fé.

A vida de Jesus é o exemplo de atividade operosa na fé inabalável.

Ainda criança, ensaiou os primeiros passos no trabalho de doutrinação quando, no Templo em Jerusalém, maravilhou os próprios rabinos com a firmeza de argumentos e profundo conhecimento da lei divina.

Jovem, dedicou-se ao árduo serviço de carpinteiro junto ao seu pai, mostrando-nos que é com o trabalho digno que se constrói uma vida honrada.

Adulto, dedicou-se à tarefa de divulgar o Reino de Deus ao tempo em que curava os enfermos, expulsava os Espíritos obsessores, dava visão aos cegos, fazia ouvir e falar os surdos-mudos, levantava os caídos.

Asseverou-nos Jesus que, se tivéssemos fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, seríamos capazes de deslocar montanhas; mas também foi muito claro ao dizer-nos que a cada um seria dado conforme suas obras.

Atentemos ainda para o que escreveu o Apóstolo Tiago nos versículos 14, 22 e 24 da epístola epigrafada:

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Porventura a fé poderá salvá-lo?

“Bem vês que a fé cooperou com as obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.

“Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé”.

Razões de sobra, portanto, têm os espíritas de dar prioridade às atividades sociais e assistenciais paralelamente ao trabalho de evangelização, comprovadamente eficazes por serem orientadas pela fé cristã isenta de misticismo e de ostentação.

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