terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Oração no Natal

 


Jesus, que neste Natal, Seu olhar de luz penetre nossa alma, como a brisa morna da primavera, e acorde a esperança adormecida sob as folhas secas das ilusões, dos medos, da indiferença, do desespero...

Que Seu perfume, suave como a ternura, envolva todo o nosso ser, confortando-nos e despertando a alegria que jaz esquecida por trás das lamúrias e distrações do caminho...

Que o bálsamo do Seu amor acalme as nossas dores, silencie as nossas queixas, socorra a nossa falta de fé.

Que, neste Natal, o calor da Sua bondade se derrame sobre o nosso Espírito e derreta o gelo milenar do egoísmo que nos infelicita e faz infelizes nossos semelhantes...

Que Seu coração generoso afine as cordas da harpa viva que vibra em nossa intimidade, e possamos cantar e dançar, até que o preconceito fuja, envergonhado, e não mais faça morada em nós...

Que o Seu canto de paz seja ouvido por todos os povos, do Oriente e do Ocidente, e as guerras nunca mais sejam possíveis entre a raça humana...

Que, neste Natal, Suas mãos invisíveis e firmes sustentem as nossas, e nos arranquem dos precipícios dos vícios, da ira, dos ódios que tanto nos infelicitam...

Que a água cristalina da Sua misericórdia percorra nossa alma e remova o lodo do ciúme, da inveja, do desejo de vingança, e de tantos outros vermes que nos corroem e nos matam lentamente...

Que o bisturi do Seu afeto extirpe a mágoa que se aloja em nosso íntimo e nos turva as vistas, impedindo-nos de ver as flores ao longo do caminho...

Que, neste Natal, a pureza da Sua amizade faça com que possamos ver apenas as virtudes dos nossos amigos, e os abracemos sem receio, sem defesas, sem prevenções...

Que Seu canto de liberdade ecoe em nós, para que sejamos livres como as falenas que brincam na brisa morna, penetrada pela suavidade da luz solar...

Que o sopro da Sua fé nos impulsione na direção das estrelas que cintilam no firmamento, onde não mais se ouvem gemidos de dor, e onde a felicidade plena já é realidade.

Ensine-nos, Jesus, a amar, a fazer desabrochar em nossa alma esse sol interior que nos fará luz por inteiro...

Ajude-nos a desenvolver o gosto pelo conhecimento, para que possamos encontrar a verdade que nos libertará da ignorância pertinaz...

E, por fim, Jesus, que neste Natal cada ser humano possa sentir a Sua presença sábia e amiga, convidando a todos a uma vida mais feliz...

Tão feliz que Sua mensagem não mais seja um tímido eco repercutindo em almas vacilantes, mas que seja uma grande melodia que vibra o amor em todos os cantos da Terra...

 Redação do Momento Espírita.

Em 1º.12.2017.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Natal, Jesus nascendo em nossos corações


 

Por Carlos Pereira

O Natal, para além das luzes cintilantes e dos presentes que se acumulam sob a árvore, é um convite profundo à renovação interior. Sob a ótica espírita, esta celebração não se limita ao nascimento histórico de Jesus em Belém, mas se expande como símbolo eterno: o Cristo renascendo, silenciosamente, em cada coração disposto a acolher sua mensagem de amor.

O Evangelho nos recorda que Jesus veio ao mundo em simplicidade, envolto em humildade e ternura. Esse gesto nos ensina que o verdadeiro brilho não está nas aparências, mas na essência. O Natal, portanto, é oportunidade de refletirmos: estamos permitindo que o Cristo desperte em nós? Estamos abrindo espaço para que sua luz ilumine nossas atitudes, pensamentos e palavras?

Quando falamos de “Jesus nascendo em nossos corações”, falamos de transformação íntima. É o momento em que deixamos de lado o egoísmo para abraçar a fraternidade. É quando substituímos a indiferença pela compaixão, e o orgulho pela humildade. Cada gesto de bondade, cada palavra de consolo, cada oração sincera é como uma manjedoura que se abre para acolher o Mestre.

O Espiritismo nos convida a ver o Natal não como um dia isolado, mas como um estado contínuo de espírito. Jesus não deve nascer apenas em dezembro, mas em cada amanhecer. Ele nasce quando perdoamos, quando estendemos a mão ao necessitado, quando cultivamos a paz em nossos lares. Assim, o Natal se torna permanente, e o Cristo passa a caminhar conosco em cada instante.

O nascimento de Jesus simboliza também a esperança de que sempre é possível recomeçar. Por mais difíceis que sejam as provas da vida, o Natal nos lembra que a luz vence a sombra, e que o amor é capaz de transformar qualquer dor em aprendizado. É o convite para que cada coração se torne um templo vivo, onde o Cristo possa habitar e florescer.

“Natal, Jesus nascendo em nossos corações” é mais do que um título: é uma proposta de vida. Que possamos, inspirados pela mensagem espírita, transformar o Natal em um exercício diário de amor e caridade. Que cada gesto nosso seja uma estrela a iluminar o caminho de alguém. E que, ao final, possamos dizer: o Cristo vive em nós, e através de nós espalha sua luz ao mundo.

 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

O ciclo da renovação


 

Por Sidney Fernandes

A civilização egípcia foi a primeira a adotar o calendário solar de 365 dias, baseada na observação da Estrela Sírio e na inundação anual do Rio Nilo. Os egípcios dividiram o ano em 12 meses de 30 dias, com 5 dias adicionais chamados epagômenos. Ao longo do tempo, esse conceito foi refinado por diversas culturas, alinhando-se os calendários aos ciclos astronômicos.

A divisão do tempo em anos e meses gerou reflexões filosóficas sobre a vida, como a do escritor Mário Quintana, que transformava o cotidiano em poesia. Sua expressão “engarrafamento do espírito de Natal” simboliza o contraste entre o espírito natalino e os excessos típicos dessa época. A ideia de guardar o espírito de Natal em uma garrafa para cada mês do ano seguinte nos convida a manter vivos, ao longo desse período, os princípios de bondade, generosidade e empatia que o Natal representa.

O início de um novo ciclo convida à reflexão sobre nossas escolhas e atitudes. Ao olhar para dentro de nós, temos a chance de renovar nossas intenções e recomeçar com mais consciência. Este é um momento propício para avaliar o que fizemos, aprender com os erros e buscar melhorias contínuas.

É natural que recordemos seletivamente os momentos felizes, mas a reflexão sobre os erros cometidos também é essencial. Esse processo não é para buscar culpados, mas para entender o que deve ser ajustado em nossa trajetória pessoal. A catarse, ao limpar os traumas, nos prepara para a evolução.

No calendário chinês, 2025 está sendo o Ano da Serpente, que nos convida a enfrentar medos e buscar sabedoria através da introspecção e da mudança. Esse conceito se alinha ao que nos ensina a Doutrina Espírita: a transformação moral é um processo contínuo. A frase “Reconhece-se o verdadeiro homem de bem pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” resume esse princípio. É um convite à reflexão sobre nossa conduta e a busca incessante pelo autoconhecimento e evolução pessoal.

Sócrates, filósofo que influenciou Santo Agostinho, nos deixou o legado da introspecção e do autoconhecimento como caminho para a sabedoria. Agostinho, em sua experiência de renovação, recomendava o autoexame diário, para avaliação das ações praticadas durante o dia e questionamento sobre o que poderia ser melhorado. Esse processo de reflexão contínua é um poderoso instrumento de transformação.

Relacionamentos harmoniosos são fundamentais para a felicidade. Cultivar o diálogo, a empatia e o perdão são atitudes essenciais. Por outro lado, deixar para trás o que não nos serve mais, como mágoas e vícios, é um ato de libertação. Cada atitude altruísta toma o lugar de uma ação egoísta, contribuindo para a construção de um mundo mais justo e amoroso. Assim, ao nos comprometermos com a reforma íntima, estaremos preparados para enfrentar qualquer novo ciclo com determinação e esperança.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

O Natal no plano espiritual

O vídeo “Como é o Natal no plano espiritual?” apresenta reflexões sobre como a data natalina é vivenciada além da vida material, segundo a visão espírita. Ele mostra que, no plano espiritual, o Natal é celebrado como um momento de união, fraternidade e renovação de sentimentos elevados, destacando a importância da gratidão, da solidariedade e da conexão com valores universais de amor e paz. A produção busca explicar de forma acessível como essas comemorações espirituais reforçam o aprendizado moral e o crescimento interior, trazendo ao público iniciante no Espiritismo uma compreensão mais ampla sobre o significado da data.

Esse conteúdo é especialmente interessante para quem deseja entender como tradições humanas, como o Natal, são interpretadas na ótica espiritualista, mostrando que além das festas e símbolos materiais, há uma dimensão de aprendizado e evolução que se estende ao mundo espiritual.


 

 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Evocação de Natal

 


“O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar.

Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais.

Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-iam indiferentes com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.

Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os tais quais eram.

Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.

Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.

Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas da perseguição e do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.

É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.”

Emmanuel

Do livro “Antologia Mediúnica do Natal” – Espíritos Diversos – psicografia Chico Xavier

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