Ainda hoje, estamos buscando
compreender a proposta de Jesus, na constante tentativa de vivenciá-la em todos
os aspectos de nossa vida. Mas, as várias interpretações sobre a Sua pessoa,
vida e doutrina originaram diversas concepções, inúmeras opiniões, que acabaram
por promover a separação entre as pessoas e o surgimento de incontáveis
polêmicas a Seu respeito.
Muito discute-se, por exemplo, se
Ele realmente existiu ou se foi fruto da imaginação humana; se fez os milagres
que Lhe são atribuídos; se, de fato, morreu na cruz ou se apenas fingiu morrer;
se apareceu aos Seus amigos depois de morto através da ressurreição; se teve
relações íntimas com Maria Madalena. Ou mais: porque suas palavras ainda influenciam
pessoas de todas as línguas, de todos os níveis sociais, econômicos e
culturais, com muitas delas afirmando, categoricamente, que creem nele e o que
amam profundamente? Sendo a Sua doutrina de uma incontestável grandeza moral,
porque o cristianismo ainda não conseguiu ordenar uma sociedade, senão ideal,
pelo menos razoavelmente mais equilibrada e feliz? Teria a Sua proposta falhado
nesse sentido?
Muitas dessas questões causam
bastantes controvérsias entre os que se propõem a respondê-las, o que faz de
Jesus o personagem mais comentado da história humana, bem como o mais
documentado dos escritos antigos e atuais.
Hermínio Correa de Miranda, em
Cristianismo: a mensagem esquecida, nos traz contundentes reflexões sobre
algumas dessas questões:
"É inadmissível a ideia de
que o cristianismo não tenha uma contribuição de vital importância para a
reordenação da caótica sociedade em que vivemos. Tem. Mas que tipo, que modelo
de cristianismo produzirá esse milagre?
(...) O que precisa ser identificada,
com urgência, é a verdadeira face do cristianismo e recuperado o conteúdo da
esquecida mensagem do Cristo, sem as complexidades teológicas, sem a rigidez
cadavérica do dogma, sem o ritualismo vazio.
(...) Ao contrário do que fomos
induzidos a crer, o pensamento de Jesus é de desconcertante simplicidade e
nitidez, pois a Verdade é tão simples, iluminada e transparente quanto
transcendente. Não há necessidade de toda uma vasta arquitetura teológica e hierárquica
para gerir a nossa vida espiritual. O próprio Cristo deixou isso bem claro ao
ensinar que a Verdade se oculta sutilmente aos sábios e presunçosos e se
mostra, em todo o esplendor da sua singular beleza, aos simples, mansos e
humildes.
(...) O Reino de Deus - tema
central da pregação de Jesus - se resume na realização do amor na intimidade de
cada um.
Feito isso, descobrimos, felizes e
perplexos, que também no mundo em que vivemos - seja ele onde for - estará
implantado o império da paz. " [1]
***
Jesus representa um personagem
histórico cuja repercussão perdura até os dias atuais, a começar pelo próprio
calendário, universal, baseado na era cristã. No entanto, não deixou nada
escrito e, historicamente, são pouquíssimas as
referências a Seu respeito.
As mais comentadas e conhecidas
são as que constam da obra Antiguidades Judaicas, composta em grego entre 93-94
d.C. pelo historiador judeu, com cidadania romana, Flávio Josefo (37-100 d.C.).
Ela traz a história dos hebreus desde a criação de Adão e Eva até a queda de
Jerusalém (70 d.C.), sendo considerada a mais importante de Flávio Josefo, bem
como uma das maiores de toda a antiguidade. Às vezes, ela é traduzida para o
português como História dos Hebreus, ou História dos Judeus ou, ainda, como
Antiguidades dos Judeus.
Nela, portanto, encontram-se duas
referências a Jesus. A primeira, por ocasião da morte do discípulo Tiago, que
foi lapidado, tem-se: "Tiago, o irmão de
Jesus, chamado Cristo."
[2] Bastante concisa, portanto.
A segunda, conhecida como
Testimonium Flavianum, é contestada por alguns estudiosos, pois não a
consideram como sendo de autoria do próprio Flávio Josefo, porém, de algum
simpatizante dos cristãos, que a modificou e melhorou tempos depois de escrita:
"Nesta época viveu Jesus, um
homem excepcional, porque realizava coisas prodigiosas. Conquistou muitos
adeptos entre os judeus e até entre os helenos. Quando, por denúncia dos
notáveis, Pilatos O condenou à cruz, os que Lhe tinham dado afeição não
deixaram de O amar, porque Ele apareceu-lhes ao terceiro dia, de novo vivo,
como os divinos profetas o haviam declarado. Nos nossos dias ainda não acabou a
linhagem dos que, por causa dele, se chamam cristãos." [2]
Diante desses dois exemplos
históricos a respeito de Jesus, um bastante conciso e o outro contestado por
alguns, os Evangelhos representam fonte primária para o conhecimento Daquele
que cativou a muitos, motivando em alguns deles o desejo de contar Sua vida,
Seus feitos e ensinamentos. O termo evangelho significa "boa notícia"
ou "boa nova", e se refere à vinda de Jesus como o messias esperado
pelos judeus, bem como o salvador de toda a humanidade.
E como os Evangelhos retratam a
Sua história, muitos acreditam que o seu conteúdo represente a realidade dos
fatos. Entretanto, inúmeros estudos já comprovaram que eles não podem ser tidos
como livros históricos propriamente dito, pois, entre vários outros motivos,
foram compostos em diferentes épocas, após a crucificação de Jesus.
O primeiro deles é o mais curto, o
Evangelho de Marcos, compilado a partir de 70 d.C. Os Evangelhos de Mateus e de
Lucas foram produzidos posteriormente a Marcos; e o Evangelho de João foi
escrito bem mais tarde ainda, entre 90 e 110. O Ato dos Apóstolos é um relato
"histórico" dos primeiros seguidores de Jesus e deve ter sido escrito
entre 64 e 85.
Existem mais de 5.700 manuscritos
referente à vida de Jesus. E esse número elevado deve-se também às escavações
arqueológicas, em Israel, nas grutas de Qumran, em 1947, com a descoberta de
escritos antigos que ficaram conhecidos como Manuscritos do Mar Morto. Foram
encontrados também, em 1945, perto da cidade de Nag Hammadi, na região do Alto
Egito, uma coleção de textos gnósticos do período do cristianismo que vai desde o seu princípio
até o Primeiro Concília de Niceia, ocorrido em 325 d.C.
Quanto às controvérsias que sempre
existiram em torno da pessoa e dos feitos de Jesus, Allan Kardec deixa
registrado, logo no primeiro parágrafo de O Evangelho segundo o Espiritismo,
algumas de suas considerações, até para apresentar, ao público leitor, o
objetivo da obra que estava lançando, o que ocorreu no ano de 1864 na cidade de
Paris:
"Podem dividir-se as matérias
contidas nos Evangelhos em cinco partes: os atos comuns da vida do Cristo, os
milagres, as profecias, as palavras que serviram para o estabelecimento dos
dogmas da Igreja e o ensinamento moral. Se as quatro primeiras partes foram
objeto de controvérsias, a última manteve-se inatacável. Diante desse código
divino a própria incredulidade se inclina; é o terreno onde todos os cultos
podem se reencontrar, a bandeira sobre a qual todos podem se abrigar, quaisquer
que sejam suas crenças, porque jamais foi objeto de disputas religiosas, sempre
e por toda parte levantadas pelas questões de dogma. (...) Para os homens em
particular, é uma regra de conduta abrangendo todas as circunstâncias da vida,
privada ou pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas sobre a
mais rigorosa justiça; é, enfim, e acima de tudo, o caminho infalível da
felicidade esperada, um canto do véu levantado sobre a vida futura. É esta
parte é o objeto exclusivo desta obra." [3]
***
Muitos autores, ao longo dos
séculos, abordaram Cristo sob diferentes aspectos espirituais: Sua divindade,
Seus atos sobrenaturais, Seu reino celestial, Sua ressurreição etc. No entanto,
se em sua época, Jesus foi considerado um perturbador da ordem social e religiosa,
no decorrer desses 2017 anos, pelo contrário, foi tão valorizado, que se tornou
um personagem histórico distante de qualquer tipo de investigação,
caracterizando-se até uma abominação ou pecado questionar-se alguns de Seus
ensinamentos ou aspectos de sua história.
Sobretudo nos últimos 200 anos,
descobrir e saber quem foi Jesus não mais se encontra restrito ao estudo
teológico ou religioso, mas outras áreas do pensamento humano já estão se
interessando por essa possibilidade.
Como exemplo, no Brasil, temos
Augusto Cury, médico psiquiatra, professor e escritor, autor da Teoria da
Inteligência Multifocal. No desenvolvimento de seus estudos, se interessou em
analisar também a inteligência de Jesus, publicando, em 2006, uma série
intitulada "Análise da Inteligência de Cristo", composta de 5 livros:
O Mestre dos Mestres, O Mestre da Sensibilidade, O Mestre da Vida, O Mestre do
Amor e O Mestre Inesquecível.
Essas são algumas de suas palavras
na obra O Mestre dos Mestres:
"Houve um homem que viveu há
muitos séculos e que não apenas brilhou em sua inteligência, mas teve uma
personalidade intrigante, misteriosa e fascinante. Ele conquistou uma fama
indescritível. (...) Todavia, em detrimento de sua enorme fama, algumas áreas
fundamentais da sua inteligência são pouco conhecidas. Ele destilava sabedoria
diante das suas dores e era íntimo da arte de pensar. Esse homem foi Jesus
Cristo.
A história de Cristo teve
particularidades em toda a sua trajetória: do seu nascimento à sua morte. Ele
abalou os alicerces da história humana por intermédio da sua própria história.
Seu viver e seus pensamentos atravessaram gerações, varreram os séculos, embora
ele nunca tenha procurado status social e político.
Ele não cresceu debaixo da cultura
clássica da sua época. Quando abriu a boca, produziu pensamentos de
inconfundível complexidade. Tinha pouco mais de 30 anos de idade, mas perturbou
profundamente a inteligência dos homens mais cultos de sua época. Os escribas e
fariseus, que eram intérpretes e mestres da lei, que possuíam uma cultura
milenar rica, ficaram chocados com seus pensamentos.
Sua vida sempre foi árida, sem
nenhum privilégio econômico e social. Conheceu intimamente as dores da
existência. Contudo, ao invés de se preocupar com as suas próprias dores e
querer que o mundo gravitasse em torno das suas necessidades, ele se preocupava
com as dores e necessidades alheias.
O sistema político e religioso não
foi tolerante com ele, mas ele foi tolerante e dócil com todos, mesmo com seus
mais ardentes opositores. Cristo vivenciou sofrimentos e perseguições desde a
sua infância. Foi incompreendido, rejeitado, zombado, cuspido no rosto. Foi
ferido, física e psicologicamente. Porém, apesar de tantas misérias e
sofrimentos, não desenvolveu uma emoção agressiva e ansiosa; pelo contrário,
ele exalava tranquilidade diante das mais tensas situações e ainda tinha ânimo
para discursar sobre o amor ao próximo no seu mais poético sentido." [4]
Outro bastante conhecido
pesquisador brasileiro é André Leonardo Chevitarese, professor de história, que
estuda e escreve sobre Jesus em seu aspecto histórico. Algumas de suas obras
são: A Descoberta do Jesus Histórico; Jesus de Nazaré: uma outra história;
Jesus Histórico: uma brevíssima introdução e outras relacionadas ao estudo do
contexto daquela época.
No final da obra Jesus Histórico:
uma brevíssima introdução, temos:
"Contudo, o Jesus de Nazaré
continua a fascinar crentes e não-crentes, admiradores ou críticos. Por mais de
dois séculos, estudiosos e pessoas comuns voltaram-se para esse camponês
simples e pouco preocupado com as grandezas deste mundo. Durante os primeiros
tempos, na luta do Iluminismo contra as Igrejas cristãs, Jesus causou espanto:
como um iletrado, que nada nos deixou por escrito, pode ser tão influente? Como
explicar os seus milagres? Com o passar do tempo, e conforme o interesse pelo
Jesus Histórico expandiu-se e a luta antirreligiosa arrefeceu, procurou-se
entender o contexto histórico, as situações humanas e sociais vivenciadas pelo
Nazareno e seus seguidores. Nunca essa busca afastou-se das inquietações do
presente. No momento em que vivemos - neste início de novo milênio, de tantas
contradições e conflitos, mas também de esperanças e expectativas - Jesus
continua mais atual do que nunca. Ficaremos contentes se, ao final deste livro,
o leitor ficar instigado a conhecer mais esse personagem histórico único."
[5]
***
Algo de bastante marcante podemos
perceber naqueles que se propõem a responder quem foi Jesus, seja no campo
religioso ou em outras áreas do conhecimento humano: a admiração que o Cristo
provoca nessas pessoas. Quanto mais elas pesquisam sobre Ele, quanto mais
buscam compreender sua personalidade, Sua história e Seu comportamento, mais se
rendem à Sua superioridade e grandeza moral,
intelectual, psicológica,
social...
E para cada um de nós, o que deve
representar a pessoa de Jesus, Sua história, Seus ensinamentos, Seu
comportamento? Apenas alguém a ser admirado?
Em O Livro dos Espíritos, no
capítulo em que Allan Kardec explana sobre a Lei divina ou Lei natural, temos a
questão 625, na qual podemos encontrar uma indicação de como Ele deve nos
influenciar, sobretudo aos espíritas.
Assim o Codificador pergunta aos Espíritos Superiores:
"Qual o tipo mais perfeito,
que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?"
E a resposta é muito clara e
objetiva:
"Vede Jesus."
Em complemento, Kardec escreve:
"Jesus é para o homem o
modelo da perfeição moral a que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus
no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais
pura expressão da Sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o
ser mais puro que apareceu sobre a Terra." [6]
Guia é a pessoa que acompanha ou
dirige uma outra para mostrar-lhe o caminho, para dar-lhe uma diretriz, para
servir de modelo e inspiração, porque todo modelo possui características em seu
mais alto grau.
Podemos afirmar, portanto, que a
definição apresentada por Kardec, decerto por orientação e/ou inspiração do
plano superior, foi exatíssima: Jesus é a pessoa mais indicada para termos como
diretriz de comportamento e vivência interior, por ter sido ele possuidor de
uma personalidade refinadíssima, com características comportamentais
elevadíssimas e de uma consistente e profunda vivência espiritual. Desse modo,
Jesus não é apenas um personagem histórico para ser admirado, divinizado ou
idolatrado, mas alguém a ser consultado em todos os momentos de nossa vida.
***
Para respondermos, portanto, à
pergunta-título Quem foi Jesus?, fiquemos com as palavras do espírito Joanna de
Ângelis:
"Jesus é o mais notável Ser
da História da Humanidade.
(...) Sob qualquer aspecto
considerado, o seu Testamento - o Evangelho - é o mais belo poema de esperanças
e consolações de que se tem notícia. Concomitantemente, é precioso tratado de
psicoterapia contemporânea, para os incontáveis males que afligem a criatura e
a Humanidade.
Vivendo numa época em que predominava
a ignorância em forma de sombra individual e coletiva, qual ocorre também
nestes dias, embora em menor escala, Jesus cindiu o lado escuro da sociedade e
das criaturas, iluminando as consciências com a proposta de libertação pelo
conhecimento da Verdade e integração nos postulados soberanos do amor.
Incompreendido, assediado pela
astúcia e perversidade, perseguido tenazmente, jamais se deixou atemorizar ou
desviar-se do objetivo para o qual viera, conseguindo perturbar a astúcia dos
adversários inclementes com respostas sábias e lúcidas, calcadas no reino de
Deus, cujas fronteiras se ampliavam albergando todos os seres humanos sedentos
de justiça, esfaimados de paz, carentes de amor. E nunca foi ultrapassado.
Superior às conjunturas que
defrontava pelo caminho e incólume às tentações do carreiro humano, por
havê-las superado anteriormente, apequenou-se sem diminuir a própria grandeza,
misturando-se ao poviléu, e destacando-se dele pelos grandiosos atributos da
Sua Realidade espiritual.
Exemplo da perfeita identificação
da anima com o animus, Ele é todo harmonia que cativa e arrebata as multidões.
Mas não se permitiu impedir o
holocausto para o qual viera, nem o padecimento de muitas aflições que se
impusera, para ensinar elevação espiritual e moral, desprendimento e abnegação
àqueles que O quisessem seguir.
Jamais a Humanidade voltaria a
viver dias como aqueles em que Ele esteve com as criaturas, sofrendo com elas e
amando-as, ajudando-as e entendendo-as, ao tempo em que tomava exemplos da
Natureza e, na sua pauta incomparável, cantava a melodia extraordinária da Boa
Nova.
E ainda hoje a Sua voz alcança os
ouvidos de todos aqueles que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e de
felicidade, ou que anelam por melhores dias, emulando-os em prosseguimento da
tarefa e em autossuperação, ambicionando a plenitude." [7]
Silvia Helena Visnadi Pessenda
Referências
[1] MIRANDA, Hermínio C.
Cristianismo: a mensagem esquecida. Matão: Casa Editora O Clarim, 2001. p. 12
[2] ÂNGELIS, Joanna de (espírito);
FRANCO, Divaldo Pereira (psicografado por). Jesus e o Evangelho à luz da
Psicologia Profunda. 1. ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 2000. p.
11
[3] KARDEC, Allan. O Evangelho
segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa.
195. ed. Araras, SP: IDE, 1996.
[4] CURY, Augusto Jorge. O Mestre
dos Mestres (análise da inteligência de Cristo). 55. ed. São Paulo: Academia de
Inteligência, 1999. p. 14 (literatura não-espírita)
[5] CHEVITARESE, André L.; FUNARI,
Pedro Paulo A. Jesus Histórico. Uma brevíssima introdução. 1. ed. Rio de
Janeiro: Kline, 2012. p. 66 (literatura não-espírita)
[6] KARDEC, Allan. O Livro dos
Espíritos. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 100. ed.
Araras, SP: IDE, 1996.
[7] ÂNGELIS, Joanna de (espírito); FRANCO, Divaldo Pereira (psicografado por). Jesus e o Evangelho à luz da Psicologia Profunda. 1. ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 2000. p. 9
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