Nem todas as pessoas, mesmo
ligadas a uma doutrina religiosa, conhecem realmente Jesus e seu significado
para o homem e a humanidade. Envolto em mistérios, explicações místicas,
debates históricos e confundido, muitas vezes, com Deus, Ele permanece distante
do cotidiano da vida, quando, na verdade, deveria estar presente nos corações e
nas mentes de todos nós. O Espiritismo, no devido tempo, como Consolador
Prometido, veio desmistificar Jesus e revelar realmente quem Ele é, sua missão
e sua importância.
Mas antes do Espiritismo, o
próprio Jesus revelou-se, como transcrito pelo apóstolo Mateus em seu
Evangelho:
"E veio Jesus para os lados
de Cesareia de Felipe, e interrogou seus discípulos, dizendo: Quem dizem os
homens que é o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem que é João
Batista, mas outros que é Elias, e outros que Jeremias ou algum dos Profetas.
Disse-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que sou eu? Respondendo, Simão Pedro
disse: Tu és o Cristo, filho do Deus vivo. E respondendo Jesus lhe disse:
Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue
que te revelaram isso, mas sim meu Pai, que está nos céus" (Mateus, 16:
13-17).
A designação “Tu és o Cristo”
significa que Jesus é o Messias, o Ungido, aquele que é Abençoado por Deus, o
Enviado Divino. A palavra Cristo é um título, portanto Ele confirmou que era
aquele anunciado pelos antigos profetas judeus, daí também nos referirmos a Ele
como Jesus, o Cristo, ou seja, Jesus, o Messias, ou ainda Jesus, o Enviado. O
termo Cristo teve origem nas traduções gregas dos Evangelhos, que precisaram
interpretar várias palavras e expressões hebraicas a respeito de Jesus.
Jesus, o mestre - Em seus magistrais diálogos com as pessoas,
quando nunca perdia o ensejo de ensinar, Jesus recusou todos os títulos que lhe
quiseram outorgar, aceitando apenas o de Mestre, porque, de fato, era essa sua
missão na Terra: ensinar os homens sobre a lei divina, a realidade imortal da
vida, o amor como fonte de tudo o que existe e fonte também das relações
humanas.
Na questão 625 de O Livro dos
Espíritos, recebemos a informação que Jesus é o “tipo mais perfeito que Deus
ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo”. Essa informação é
corroborada pela universalidade do ensino dos Espíritos que, através de
diversos médiuns, em datas e locais diferentes, estabelecem Jesus como Espírito
perfeito e governador planetário.
Apesar da sua grandiosidade Jesus
mantém-se próximo a cada um dos seus irmãos em humanidade, quer estejam
encarnados ou desencarnados, pois suas marcas são o amor e a humildade, a
benevolência e a solidariedade. Por isso sempre esteve no meio da multidão,
ensinando na praça pública, atendendo os necessitados do corpo e da alma. E
assim continua, velando por todos.
Visão espírita sobre Jesus - Ao
estudarmos o Espiritismo temos um entendimento bem mais claro e profundo sobre
Jesus Cristo, reconhecendo-o como governador planetário, Espírito superior e
nosso irmão maior que, ao trazer a mensagem da Boa Nova, ou Evangelho, mostrou,
não apenas através do ensino, mas também dos exemplos, que o amor é a base da
vida e que tudo pode ser resumido em amar o próximo como a nós mesmos e fazer
ao outro somente o que gostaríamos que o outro nos fizesse.
É por esse motivo que nós,
espíritas, damos mais importância aos ensinos morais trazidos por Jesus, do que
aos fatos da sua vida, isso porque o fundamental é compreender seus ensinos e
exemplos, para colocá-los em prática na nossa própria vida, ou seja, saindo da
teoria e indo para a prática, mostrando que somos verdadeiros cristãos, fazendo
com que a cooperação, a fraternidade, a solidariedade, o amor, a bondade, a
justiça, a humildade e outras virtudes sejam a nossa marca registrada no
convívio social.
Com Jesus aprendemos a ser mais
pacientes, mais compreensivos, mais operosos no campo do bem. Aprendemos
igualmente a crescer em amor, reconhecendo que todas as pessoas são nossas
irmãs. E com a amplitude que o Espiritismo dá a essas lições com a imortalidade
da alma, entendemos que os laços que nos unem são de longo tempo, através das
reencarnações.
O Espiritismo nos mostra que
vivemos melhor colocando Jesus em nosso coração, procurando no amor a solução
de todas as questões existenciais.
Em nota à resposta dos Espíritos
Superiores na questão 625 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec comenta sobre
Jesus, apontado pelos Espíritos como o Espírito mais perfeito que Deus concedeu
ao homem conhecer:
“Jesus é para o homem o tipo de
perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece
como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura
expressão de sua lei, porque ele estava animado do Espírito divino e foi o ser
mais puro que já apareceu na Terra. Se alguns dos que pretenderam instruir os homens
na lei de Deus algumas vezes os desviavam para falsos princípios, foi por se
deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as
leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo.
Muitos deles apresentaram como leis divinas o que era apenas lei humana,
instituídas para servir às paixões e dominar os homens”.
Artigo publicado no portal espírita O Consolador Ano 8 - N° 374 - 3 de Agosto de 2014
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