terça-feira, 31 de agosto de 2021
domingo, 29 de agosto de 2021
sexta-feira, 27 de agosto de 2021
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
segunda-feira, 23 de agosto de 2021
sábado, 21 de agosto de 2021
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
terça-feira, 17 de agosto de 2021
domingo, 15 de agosto de 2021
Nossa vida religiosa
É comum
confundirmos a nossa vida religiosa com outros sentimentos conhecidos no mundo.
Poucos nos
damos conta de que religião, do latim religare significa religar.
Ou seja,
religar a alma humana ao Criador.
Criados pelo
amor de Deus, nascemos ligados a Ele por um cordão umbilical simbólico.
Colocados na
estrada da evolução, servindo-nos do nosso livre-arbítrio, temos necessidade de
desenvolver nosso progresso.
Cometendo
erros aqui e acolá, vamos nos distanciando do Pai Criador.
Nossa
destinação é retornar a Ele conscientes, amadurecidos, como um filho que sai de
sua casa para estudar numa universidade e volta formado, para colaborar no lar
com a família.
Dessa forma,
vamos percebendo a importância de nossa vida religiosa. Não é religião o que
dizemos, é religião o que fazemos.
Nossa vida religiosa
é uma realidade interna do ser. É uma verdade que se passa portas adentro de
nossa alma.
E a
exteriorizamos de diversas formas.
Quando, como
pais dedicados, transpiramos no trabalho de reeducação dos nossos filhos;
quando, com firmeza, investimos amorosos recursos para bem conduzi-los, estamos
realizando atos religiosos.
Quando, como
médicos, nos devotamos ao paciente, nos interessamos por ele, verdadeiramente,
e não por quanto ele nos paga;
Quando
estamos desejosos de fazer valer o juramento de Hipócrates, de salvar vidas,
recebendo ou não, por isso, estamos realizando um ato religioso.
Cada vez
que, no momento da cólera, do alvoroço, tenhamos uma palavra apaziguadora, uma
palavra de harmonia, é um gesto religioso.
Igualmente,
quando emitimos um bom pensamento para alguém, desejando que seja feliz, que
seja bem sucedido, que consiga o emprego.
Se
trabalhamos honestamente, desejosos de que a comunidade em que vivemos se
beneficie do que sabemos fazer; se nos entregamos a uma tarefa voluntária, com
vontade de colaborar, de servir; se optamos pelo trabalho da orientação das
pessoas, norteando as sociedades, ajudando-as, como administradores, como
políticos de boa índole; se colocamos nossa vida à disposição da Divindade,
esses são gestos religiosos.
A verdadeira
religião é importante exatamente porque nos faz mudar.
Esta é a
melhor religião, a que transforma os seres em homens de bem, amantes da paz, do
serviço ao próximo.
Jesus
assinalou que a boca fala daquilo que está cheio o coração, daquilo que a alma
se preenche.
Isso nos
diz, sem sombra de dúvidas, que é muito importante que a religião seja um
gesto, um ato, uma ação, muito mais do que palavras.
Religarmo-nos
a Deus é, pois, realizar, nos caminhos que trilhamos aqui na Terra, tudo que
seja importante para que tenhamos uma vida mais bela, mais clara; e conduzamos
conosco aqueles que nos são queridos, os nossos dependentes afetivos.
Com a vida
religiosa bem nutrida, bem arejada, conseguiremos, gradativamente, seguir
através do caminho que nos leva à verdade em prol da vida porque foi Jesus quem
disse que ninguém chegaria ao Pai senão por Ele, apresentando-se como o
Caminho, a Verdade e a Vida.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 16, do livro Vida e Valores, organizado e redacionado por Maria Helena Marcon, a partir do programa televisivo de mesmo nome, de Raul Teixeira, ed. FEP.
Em 7.10.2016.
sexta-feira, 13 de agosto de 2021
Boas Palavras
O educador
Rubem Alves escreveu, certa feita, que as palavras têm o poder de enfeitiçar.
Ele se
referia ao processo de educação do ser humano.
Se
agasalhamos conceitos, frases ouvidas ou lidas, podemos nos transformar.
É assim que,
lendo e relendo o Sermão da Montanha conseguiremos nos pacificar e passarmos a
agir de forma mais equilibrada, mais serena.
Mas, se as
palavras têm o poder de modificar a mente, de nos permitir a melhoria das
próprias atitudes, igualmente guardam a capacidade de modificar a alma, de
energizá-la.
Em si
mesmas, as palavras são neutras. Assim, pretensas maldições simplesmente
grafadas no papel não guardam sentido algum.
De igual
forma, preces e bênçãos, estruturadas em fórmulas mortas, impressas, nenhum
efeito surtirão.
No entanto,
ganham sentido no momento em que as impregnamos com nossos sentimentos. Elas,
então, passam a ter a vida e a energia que lhes atribuímos.
A partir
disso, poderão fazer morada em alheios corações, que, por sintonia, lhe deem
guarida, conferindo-lhes importância.
Portanto, as
palavras que nos saem da boca ou as que resultam de nossas ações, não têm
apenas o peso do seu significado.
Em verdade,
muito mais do que o significado, o seu peso está em relação direta com o sentimento
que carregam.
Em nossos
contatos diários, se nossas palavras são sinceras e nascem do afeto, do bem
querer, da vontade de ajudar, se constituirão em bênçãos, em vibrações de
bem-estar para todos que com elas sintonizem.
A mãe, ao
beijar a fronte do filho, desejando-lhe um bom dia, uma boa jornada, a
companhia divina, o está impregnando com seus verdadeiros sentimentos de amor.
Alguém que
deseje ao outro paz, felicidades, alegrias o está envolvendo nessas vibrações.
Como nossa
boca fala do que se encontra repleto o coração, como nos explica Jesus, as
palavras haverão de refletir sempre os nossos sentimentos, embora possamos
disfarçar, com belas palavras, o que nos vai no íntimo.
Por isso, a
importância de atentarmos para a nossa intimidade, de pensarmos no que falamos,
no que escrevemos, enviando a terceiros.
É lei da
natureza a troca das energias que nos são próprias e que nutrimos, por nossa
própria escolha.
É nosso
dever, portanto, vigiar os sentimentos, o falar, aquilo que escrevemos.
Pensemos
antes de remeter, a quem quer seja, o que tenhamos escrito, em momentos de
intempestividade ou desconforto.
Busquemos a
harmonia de nossas vibrações, resguardando o próximo, não lhe endereçando
energias que poderão lhe provocar mal-estar.
De uma
maneira ou outra, as vibrações com que impregnarmos nossas palavras faladas ou
escritas, nos chegarão de retorno.
Aqueles que
cruzam nosso caminho levarão a nossa mensagem para onde forem, igualmente
compartilhando-a, com outros tantos.
Evitemos,
dessa forma, os destemperos, as alterações bruscas de humor, os rompantes de
raiva, capazes de nos intoxicar, criando enfermidades para nós mesmos e
mal-estar aos que convivem conosco.
Seja a nossa
a disposição para abençoar, bendizer, agradecer. Sejamos promotores de
alegrias, de entusiasmo, de bem-estar onde quer que transitemos.
Sejam nossas
as palavras que traduzam os melhores sentimentos, amparando o caminho alheio.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.10.2017.
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
As linhas de uma flor
Pede-se a
uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se
no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado
algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direção, outras noutras.
Umas mais carregadas, outras mais leves. Umas mais fáceis, outras mais
custosas.
A criança
colocou tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras
eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a
criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor! As pessoas não acham
parecidas essas linhas com as de uma flor!
Contudo a
palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração
para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor. E a criança pôs no
papel algumas dessas linhas, ou todas.
Talvez as
tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus
faz uma flor!
* * *
O belo texto
de Almada Negreiros, poeta e artista plástico português, pode nos levar a
várias reflexões.
A primeira
nos leva pelos caminhos de Antoine de Saint-Exupéry e seu principezinho
encantador, quando nos mostra a dificuldade que a alma adulta tem para
compreender o mundo infantil (como se nunca tivesse transitado pela infância).
O aviador de
Saint-Exupéry, quando criança, não conseguia ser compreendido em seus desenhos
mirabolantes. Eram complexos demais para os adultos...
Outra nuance
do poeminha nos leva a pensar sobre as potências de nossa alma e de como temos,
dentro de nós, todas as linhas para desenhar o que bem desejarmos.
Os gérmens
da perfeição, das virtudes da alma, estão todos conosco desde que fomos
criados, buscando o tempo de serem desenvolvidos.
Assim como
as linhas desenhadas pela criança, nos primeiros momentos nos parecem
ininteligíveis, são os primeiros movimentos do ser humano rumo à felicidade.
Os traços
vão se organizando com o tempo, com as encarnações, com os aprendizados, e
nossa flor no papel vai ficando cada vez mais bela e mais próxima à figura
original criada por Deus.
A perfeição
da flor desenhada nunca chegará a ser a da florescência divina, pois o Espírito
alcança apenas uma perfeição relativa.
Porém, será
igualmente bela a flor desenhada pelo homem após as sucessivas experiências na
carne.
* * *
Vivemos para
organizar os traços de nossa intimidade, buscando dar-lhes aspectos harmônicos,
inspirados e guiados pelas Leis Divinas.
A educação
nunca foi um ato de colocar algo para dentro de nós, e sim de colocar para
fora, desenvolvendo potencialidades.
A etimologia
da palavra educação nos mostra os termos: ex, que significa para fora, seguido
da expressão ducere, que se entende por guiar, conduzir, liderar.
Assim,
educar é conduzir, guiar, retirar de dentro de nós algo que está lá,
embrionário.
Olhemos para
dentro, cuidemos de nós, invistamos nosso tempo na evolução espiritual e
veremos esses traços bailando pelas telas do mundo produzindo grandes belezas.
Temos conosco os gérmens de todas as virtudes, de todas as flores de nossa alma.
Redação do Momento Espírita, com citação do texto A flor, do livro A invenção do dia claro, de José Sobral de Almada Negreiros, ed. Assirio & Alvim.