Por Felinto Elízio D. Campelo
“Porque, assim como o corpo sem
espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” (Epístola do
Apóstolo Tiago, 2:26.)
A Doutrina Espírita assenta toda a
sua filosofia religiosa no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso
mesmo, exalça a fé enquanto faz a apologia da obra, enfatizando o binômio: Fé
com obras ou Obras com fé.
A vida de Jesus é o exemplo de
atividade operosa na fé inabalável.
Ainda criança, ensaiou os
primeiros passos no trabalho de doutrinação quando, no Templo em Jerusalém,
maravilhou os próprios rabinos com a firmeza de argumentos e profundo
conhecimento da lei divina.
Jovem, dedicou-se ao árduo serviço
de carpinteiro junto ao seu pai, mostrando-nos que é com o trabalho digno que
se constrói uma vida honrada.
Adulto, dedicou-se à tarefa de
divulgar o Reino de Deus ao tempo em que curava os enfermos, expulsava os
Espíritos obsessores, dava visão aos cegos, fazia ouvir e falar os
surdos-mudos, levantava os caídos.
Asseverou-nos Jesus que, se
tivéssemos fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, seríamos capazes de
deslocar montanhas; mas também foi muito claro ao dizer-nos que a cada um seria
dado conforme suas obras.
Atentemos ainda para o que escreveu o Apóstolo Tiago nos versículos 14, 22 e 24 da epístola epigrafada:
“Meus irmãos, que aproveita se
alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Porventura a fé poderá salvá-lo?
“Bem vês que a fé cooperou com as
obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
“Vedes então que o homem é
justificado pelas obras, e não somente pela fé”.
Razões de sobra, portanto, têm os espíritas de dar prioridade às atividades sociais e assistenciais paralelamente ao trabalho de evangelização, comprovadamente eficazes por serem orientadas pela fé cristã isenta de misticismo e de ostentação.
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