"... Porque a sua boca fala o
de que está cheio o coração." (Lucas: capítulo 6º, versículo 45.)
Instrumento valioso é a palavra,
doação divina, para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.
Resultado de notáveis
experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade.
Embora o ser humano, com raras
exceções expiatórias, seja dotado do recurso vocálico, somente poucos dele se
servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar
dores e traçar rotas de segurança.
Fala-se muito por falar, "matar-se
o tempo ".
A palavra, não poucas vezes, se
converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da
revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões.
No entanto, pode modificar
estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do
amor.
Semelhantes a gotas de luz as boas
palavras dirimem conflitos, eqüacionam incógnitas, resolvem dificuldades.
Falando e lutando insistentemente,
Demóstenes tornou-se o insigne orador e construtor de conceitos lapidares dos
tempos antigos, vencendo a gagueira, qual Webster ante a timidez, nos tempos
hodiernos, na América do Norte...
Falando, heróis e santos
reformularam os alicerces da idiossincrasia ancestral, colocando alicerces para
a Era Melhor.
Falando, não há muito, Hitler
hipnotizou multidões enceguecidas que se atiraram sobre Nações inermes,
transformando-as em ruínas por onde passeavam as sombras dos sofrimentos
humanos...
Guerras e planos de paz sofrem a
poderosa força da palavra.
De tal forma é importante que os
modernos governantes do Mundo, envidando esforços titânicos, modificaram as
bases da Diplomacia Universal, visitando-se reciprocamente para conversar.
A palavra, todavia, deve partir
das fontes do pensamento luarizado pelo Evangelho.
Há quem pronuncie palavras doces,
com lábios tisnados por fel; há quem sorria embora chorando; há aqueles que
falam meigamente, cheios de ira e ódio... Mas esses são enfermos em demorado
processo de reajuste.
Desculpa a fragilidade alheia, lembrando-te
das próprias fraquezas.
Evita a censura.
A maledicência começa na palavra
do reproche inoportuno.
Se desejas educar, reparar erros,
não os abordes estando o responsável ausente.
Toda palavra torpe, como qualquer
censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de
quem com isso se compraz.
Enriquece o coração de amor e
banha o cérebro com as luzes da misericórdia divina e da sabedoria, a fim de
que fales, e fales muito, "o de que está cheio o coração."
Pelo Espírito Joanna de Ângelis
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida.
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