GÊNESE ORGÂNICA
Por Joel
Matias
Formação
primária dos seres vivos
O estudo das
camadas geológicas revela que cada espécie animal e vegetal surgiu
simultaneamente em vários pontos do globo, bastante afastados uns dos outros, o
que atesta a previdência divina, garantindo condições de sobrevivência apesar
das vicissitudes a que estavam sujeitas.
A grande Lei
de unidade que rege a formação dos corpos inorgânicos preside também a criação
material dos seres vivos. A combinação de substâncias elementares como o
oxigênio, hidrogênio, carbono, azoto, cloro, iodo, flúor, enxofre, fósforo e
todos os metais, formam as substâncias compostas tais como os óxidos, ácidos,
álcalis, sais que por sua vez combinados resultam em inúmeras variedades, estudadas
em laboratórios pela Química e operadas "em larga escala no grande
laboratório da Natureza."
A composição
dos corpos ocorre quando existem condições favoráveis como grau de calor,
umidade, movimento ou repouso, corrente elétrica, etc, e em função da afinidade
molecular de seus princípios elementares que se combinam guardando proporções
definidas.
Na origem da
Terra os princípios elementares apresentavam-se volatilizados no ar. Com o
gradativo resfriamento e sob condições favoráveis, precipitaram-se formando
combinações donde resultaram as variedades de carbonatos, sulfatos, etc.
A
cristalização é o notável fenômeno resultante da passagem do estado líquido ou
gasoso para o sólido assumindo formas regulares de sólidos geométricos tais
como, de prisma, cubo, pirâmide. A forma geométrica do corpo corresponde à das
moléculas componentes e somente ocorre o fenômeno diante de condições
específicas de grau de temperatura e repouso absoluto.
No reino
animal e vegetal a composição básica é a mesma dos corpos inorgânicos,
principalmente o carbono, oxigênio, hidrogênio, azoto, de cujas combinações e
variadas proporções resultam as inúmeras substâncias orgânicas, desde que
encontrem circunstâncias propícias no meio em que se desenvolvem. Alterando-se
as condições do meio, diminui ou cessa o desenvolvimento da vida orgânica até
que novamente haja as condições ideais para o ressurgimento da vida. Cada
espécie de cristal, assim como cada espécie orgânica se reproduz segundo forma
e cores semelhantes, por estarem sujeitas à mesma Lei.
Princípio
vital
Uma molécula
composta por ex. de carbono, hidrogênio, oxigênio e azoto, poderá resultar em
um mineral ou, se estiver modificada pelo princípio vital, resultará em uma
molécula orgânica. Ao se formarem, portanto, os seres orgânicos assimilam o
princípio vital que dá às moléculas propriedades especiais. Sua atividade é alimentada
pela ação do funcionamento dos órgãos durante toda a vida até sua extinção.
Pode-se
comparar o princípio vital à ação da eletricidade, de modo que os corpos
orgânicos seriam como pilhas elétricas que "funcionam enquanto os
elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir eletricidade: é a
vida; que deixam de funcionar, quando tais condições desaparecem: dá-se a
morte."
Geração
espontânea
Observa-se
que no mundo atual o princípio da geração espontânea aplica-se aos seres de
organismo extremamente simples, rudimentar, do reino vegetal e animal, como o
musgo, o líquen, o zoófito, os vermes intestinais. Muito embora os seres de
organização complexa não se reproduzam espontaneamente, não se sabe como
começaram, pois, ninguém conhece o segredo de todas as transformações,
entendendo-se assim a teoria da geração espontânea permanente apenas como
hipótese.
Escala dos
seres orgânicos
No início da
escala situam-se os zoófitos (animais-plantas), que têm a aparência exterior da
planta, mantém-se preso ao solo, "mas como o animal, a vida nele se acha
mais acentuada: tira do meio ambiente a sua alimentação".
As plantas e
os animais têm em comum: nascem, vivem, crescem, nutrem-se, respiram,
reproduzem-se e morrem. Necessitam de luz, calor, água, ar puro. Enquanto as
plantas se mantêm presas ao solo, os animais, um degrau acima, se movimentam,
como os pólipos; após o início do desenvolvimento dos órgãos, atividade vital e
instintos estão os helmintos, moluscos (lesma, polvo, caracol, ostra),
crustáceos (caranguejo, lagosta), insetos (em alguns dos quais se desenvolve o
instinto engenhoso, como nas formigas, abelhas, aranhas). Segue-se a ordem dos
vertebrados (peixes, répteis, pássaros) e os mamíferos (organização mais
complexa).
Se
percorrermos a escala degrau por degrau, sem solução de continuidade,
chegaremos da planta aos animais vertebrados, podendo compreender a
possibilidade de que os animais de organização complexa sejam o desenvolvimento
gradual da espécie imediatamente inferior, até chegar ao primitivo ser
elementar. Assim o princípio da geração espontânea aplicar-se-ia somente aos
seres de organização elementar, sendo as espécies superiores resultantes das
transformações sucessivas daqueles. Após adquirirem a faculdade da reprodução,
os cruzamentos originaram novas variedades. A partir daí não mais havia
necessidade dos germens primitivos, pelo que desapareceram. Esta teoria, que
tende a predominar na Ciência, evidencia a causa de não haver geração
espontânea entre animais de organização complexa.
O homem
corpóreo
Anatomicamente
o homem pertence à classe dos mamíferos, ordem dos bímanos, com pequenas
modificações de forma exterior, porém com a mesma composição de todos os
animais, com órgãos e funções, modos de nutrição, respiração, secreção e
reprodução idênticos. Nasce, vive e morre decompondo-se seu corpo como toda a
espécie animal, quando os elementos irão compor novos minerais, vegetais e
animais.
Os quadrúmanos (animais com quatro mãos, como o orangotango, chipanzé, jocó) também caminham eretos, usam cajados, constroem choças e se alimentam usando as mãos. Isso leva a observação de que "acompanhando-se passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior".
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