terça-feira, 11 de março de 2025

Envelhecimento sob a visão espírita

 


Por Tarcila Alexandrino Gonsalves

Tomando conhecimento do Concurso “A Doutrina Explica - Ciclo 2023”, através da Estação da Luz - Web Radio Espírita, resolvi me aventurar a redigir um artigo, pois há algum tempo estou pesquisando sobre o tema ENVELHECIMENTO. O assunto é, geralmente, tratado sob o ângulo materialista e, como no Brasil há uma tendência ao narcisismo, com os brasileiros cultuando muito a aparência e a juventude, o idoso se sente desvalorizado e se isola.

O ponto de partida para esse trabalho foi a matéria publicada em 6/03/2023 (página de capa, páginas 12 e 13), no Jornal O POPULAR, da cidade de Goiânia. Há a valorização do idoso, mas, jocosamente, a entrevistada diz que “está estudando uma língua estrangeira, pois quando morrer, não sabe qual o idioma que falam por lá” (página 13). Desconhece que os Espíritos se comunicam pelo pensamento.1

Precisamos, inicialmente, entender os termos do título deste trabalho: “envelhecimento” e “visão espírita”:

Envelhecimento é um processo contínuo, gradual para todos os seres vivos, que começa no nascimento. No entanto, cada um tem a idade em que esse envelhecimento começa a se exteriorizar. A idade cronológica refere-se somente à passagem do tempo, enquanto que a biológica refere-se às alterações no corpo físico, e a idade psicológica indica como cada um se sente e age. Apesar do estilo de vida mais saudável, e de melhor composição genética, a chance de viver 120 anos ainda é pequena.2

Visão Espírita é a que colhemos nos ensinamentos espíritas, consoante os paradigmas da doutrina codificada por Allan Kardec, baseada no Evangelho trazido por Jesus Cristo e nos ensinamentos clareados pelos Espíritos Superiores (os que já viveram no plano material e agora estão em outra dimensão mais).

Assim, o título deste artigo ressalta as orientações transmitidas por Jesus a Simão Pedro, registradas por Humberto de Campos: “A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do sol, e flores que caem ao primeiro sopro da primavera. O fruto, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança; a flor uma promessa; o fruto é realização”.3

André Luiz, médico que viveu no Rio de Janeiro, através da psicografia do Chico Xavier trouxe-nos o ensinamento de que temos uma única vida, que é imortal, mas múltiplas existências ou encarnações, nas quais passamos pelas fases da infância, juventude, madureza e velhice, pertinentes à experiência material. Há jovens que carregam características de senectude, e idosos que têm a mocidade, o entusiasmo, bondade e alegria para fortalecer os semelhantes na jornada. O Espiritismo, o Evangelho redivivo, nos ensina a verdadeira fraternidade, não permitindo que tenhamos preconceitos contra nenhuma fase da vida humana, principalmente, como ocorre no momento atual, contra os idosos. Temos que reter essa preciosa lição para que o idoso possa participar da vida familiar e da sociedade, sendo útil no que puder.4

O preconceito, ainda existente, de que a “madureza orgânica” é antecâmara da inutilidade é reforçado pelo sentido etimológico da palavra “aposentado”, que quer dizer “o que foi retirado, o que foi para o aposento”. Às vezes, esquecemos que a vida material é desafio incessante ao progresso, chamando-nos ao rejuvenescimento, e estaremos progredindo ou estacionando, dependendo dos nossos pensamentos, palavras e atitudes. Trabalhemos para exterminar o desânimo, pois todo dia é tempo de inventar, clarear e prosseguir. As novas gerações (filhos, netos, amigos) precisam de mentores prudentes e sensatos, e o idoso espírita está preparado para esse mister. Os que desistem são os “mortos vivos”.5

Todos pensam que ter idade avançada não é bom, mas vamos transcrever as sábias palavras de Chico Xavier: “devemos pedir a Deus para viver muito, pois depois dos 70 a gente não tem mais ânimo para ter qualquer coisa contra alguém”. Adverte-nos que, para voltar ao mundo espiritual em melhores condições do que quando encarnarmos, é preciso perdoar. “Vamos demorar o mais possível, para sairmos com um bom nome, com raciocínio e sentimento educados. Só assim, garantiremos a nossa paz”. Chico ainda nos diz: “os antigos druidas, muito antes de Jesus Cristo, diziam que somos viajores e temos sempre um planeta de pouso.  Uns pousam durante 20, 50, 80, 100 e poucos anos, mas é pousada”. Tudo é passagem, fenômeno da caminhada; somos viajores! 6 e 7

Tenhamos a certeza de que a fase da velhice só atinge o corpo físico, não contaminando o Espírito e que o homem interior se renova sempre. O estágio na Terra é simples jornada espiritual. Sofremos constantes transformações por fora para crescermos por dentro, usando aquilo que vemos para entesourar o que ainda não podemos ver. A finalidade da encarnação é o aperfeiçoamento para acumular na alma as riquezas para a vida eterna. Já na 2ª carta aos coríntios, 4.16, o ensinamento de Paulo de Tarso  nos remete ao real sentido da vida e que devemos viver segundo a luz da imortalidade. 8 e 9

Entendemos que o assunto, aqui abordado, é de interesse para muitos já que, segundo as informações mais recentes divulgadas pelo IBGE, a porcentagem de idosos no Brasil em 2023 é de 15,1% da população e que em 2050 teremos 30% da população com idade acima dos 60 anos, isto é, o dobro. Até 2025, segundo a OMS, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. E 2025 está batendo às nossas portas. O aumento da expectativa média de vida também aumentou acentuadamente no país. Este aumento do número de anos de vida, no entanto, precisa ser acompanhado pela melhoria e manutenção da saúde. 10

Em 1947 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Com o mundo evoluindo a cada momento, a inclusão da visão espiritual, em relação à definição da década de 1940, ficou bem demonstrada em 22 de janeiro de 1998, com a definição: “saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”. 11

Procuremos, como idosos, aprender coisas novas, manter a saúde física, mental e espiritual, e transcender, isto é, é sair do mundo material e ir além, para outro plano.

Sugerimos que os dirigentes de Centros Espíritas coloquem em prática, de acordo com as possibilidades de cada Instituição, o que recomenda a OPAS- Organização Pan-Americana de Saúde: Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e ao envelhecimento; garantir que nossos Centros promovam as capacidades das pessoas idosas e, ajudar para que os idosos possam cuidar da saúde, procurando órgãos públicos ou privados para que tenham acesso a Clínicas de Longo Prazo para pessoas idosas, quando necessitem. 12

Para concluir e, apoiados nos ensinamentos da Doutrina Espírita, devemos colocar nas nossas vidas a vivência da FRATERNIDADE, da INCLUSÃO, da PARTICIPAÇÃO SOCIAL e, sobretudo, cultivar a SABEDORIA.

Referências:

1 JORNAL O POPULAR, GOIÂNIA, 6 de março de 2023

2 MANUAIS MSD Versão Saúde para a Família - Disponível em LINK-1

3 BOA NOVA. Pelo Espírito Humberto de Campos. 37. ed. Brasília: FEB, 2013. Cap. 9, p.60-61.

4 ANDRÉ LUIZ (Espírito). CORREIO FRATERNO. Psicografado por Francisco Cândido Xavier, Mocidade e Velhice, Editora FEB,1970

5 EMMANUEL / ANDRÉ LUIZ (Espírito). ESTUDE E VIVA. Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Mortos Voluntários, 26.2. Editora FEB,1965.

6 e 7 XAVIER, Francisco Cândido registrados por BACCELLI, Carlos A. Longevidade e Somos Viajores. In: O EVANGELHO DE CHICO, Editora DIDIER, 2020. Capítulo 243 e 295.

8 e 9   EMMANUEL (Espírito). Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Entre o berço e o túmulo e Busquemos a Eternidade In: FONTE VIVA. Editora. FEB,1956. Capítulo 168 e 169.

10 Saúde amanhã – Fiocruz - LINK-2  e LINK-3

11 SALGADO, Mauro Ivan. Saúde e espiritualidade. Boletim UFMG, Nº 1551 - Ano 32 Disponível em LINK-4

12 OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde Disponível em LINK-5

* Artigo participante do Concurso A Doutrina Explica 2023, promovido pelo Jornal Brasília Espírita, em parceria com a revista O Consolador e a Web Rádio Estação da Luz.

 

domingo, 9 de março de 2025

A divulgação espírita e os meios atuais de comunicação

 


Por Orson Peter Carrara

A expansão do pensamento espírita se deve especialmente ao caráter lógico, racional do conteúdo da Codificação – que gerou e continua gerando desdobramentos inesgotáveis – e, claro, ao aspecto confortador que oferece na superação dos dramas humanos.

Daí o cuidado com a divulgação qualificada, planejada e continuada desses conteúdos, por iniciativas isoladas ou de grupos, de instituições, em programações e eventos que despertem ou sensibilizem a consciência humana, onde todos nos incluímos, para aproveitamento eficaz desses ensinos. Em essência, o objetivo final não é outro senão assimilar de viver o Evangelho, na exata compreensão das leis divinas, sintetizada pelo Espiritismo com larga clareza.

Comunicação, por sua vez, é transmissão ou recepção de informações, recurso essencial da divulgação. Aliás, Wallace Leal V. Rodrigues (1924-1988), notável escritor, tradutor, entre outras qualificações extraordinárias que convido o leitor a pesquisar, dá uma aula de comunicação no Prefácio (com 26 páginas) do livro Escrínio de Luz (ed. O Clarim, Chico Xavier/Emmanuel), onde passeia pela ética, adentra a felicidade e explora com muita competência a temática da Comunicação de Massa. O leitor não se enganou na leitura. O prefácio da preciosa obra (que completa 50 anos de lançamento agora em 2023), tem 26 páginas, antecedendo os magníficos capítulos.

Não é difícil imaginar que a eficiência da divulgação depende da forma como é feita, como é conduzida, dos recursos utilizados, da estratégia empregada, dos cuidados todos com o conteúdo. O que naturalmente se aplica também à divulgação espírita, que precisa ser coerente na forma e no fundo e com o detalhe de sensibilizar o leitor, ouvinte ou telespectador, a depender do recurso utilizado.

No caso da divulgação espírita, respeito, fidelidade, coerência são as palavras de ordem. Sem esquecer-se dos critérios doutrinários que garantem segurança e nitidez na informação veiculada.

Com a revolução que ocorreu e continua a ocorrer nos meios de comunicação, deixando velhos instrumentos apenas na memória de quem os conheceu, estamos continuamente na posse gradativa de novas ferramentas facilitadoras da comunicação verbal, visual, interativa e, claro, simultaneamente áudio visual e melhor, em tempo real, instantânea. Isso mudou a comunicação humana e não pode ser desprezada diante do tesouro de conteúdo doutrinário que está à nossa disposição com o conhecimento espírita.

O velho cartaz do quadro de avisos já não chama atenção, a simples postagem em redes sociais já não surte efeito e mesmo a mensagem compartilhada no chamado “zap” pode cair no esquecimento, se for esquecido um detalhe fundamental: o contato pessoal.

Lives, palestras e eventos (ao vivo ou gravados), debates, entrevistas e reportagens, pequenos vídeos chegam a muitas pessoas, na divulgação e nos convites enviados. Mas os meios de comunicação (sejam quais forem) não atingem 100% do público alvo, por razões variadas. O grande segredo é o estímulo pessoal que possamos oferecer.

Em outras palavras: a divulgação deve, claro, valer-se dos modernos meios atuais de comunicação, mas quem protagoniza tais ações precisa contar com o detalhe da mensagem individual (áudio ou texto que acompanhe a divulgação) para despertar interesse maior e curiosidade, destacar méritos ou valores da postagem, criar expectativa, motivar intensamente.

É impossível atingir 100% do público alvo, mas é possível que cada um se engaje com essa iniciativa no seu círculo de relacionamentos. Também integrar-se na iniciativa, selecionar determinado número de pessoas e despertar nelas o desejo de também participarem, seja presencialmente ou virtualmente. Muita coisa se perde pela falta de interesse, que pode ser desperto com uma ação simples de motivação individual.

Talvez você esteja se perguntando, mas como farei isso com o volume diário de mensagens? Sim, realmente. Aí entra o trabalho de seleção do que é melhor receba nosso engajamento, nossas possibilidades inclusive de tempo e a gratidão que todos devemos à Doutrina Espírita.

Os novos meios aí estão. Estudar, aprender, utilizar. Temos um tesouro nas mãos. Que atenção estamos oferecendo para que ele esteja sempre disponível com eficiência?

 

sexta-feira, 7 de março de 2025

Estudando o cérebro físico e o espiritual

 


Por Nubor Orlando Facure

Os últimos anos foram extremamente férteis no estudo do cérebro e dos neurônios em particular. Usando equipamentos sofisticados foram identificadas funções surpreendentes. Descobriu-se, por exemplo, que existem áreas do cérebro ligadas especificamente ao julgamento moral e à espiritualidade. Olhando alguém que está sofrendo dor, o cérebro de quem observa também põe em atividade neurônios da área sensitiva, como que compartilhando essa dor. Fazer exercícios físicos ativa grupos de neurônios nas áreas motoras. O que surpreende é que a simples imaginação da mesma atividade física também ativa esses mesmos neurônios.

Sempre se acreditou que o adulto não produzia novos neurônios e hoje isso já é aceito como possível, particularmente nas regiões do hipocampo – área do cérebro relacionada com a memória.

Levamos com o perispírito alguns tipos de neurônios?

Algumas informações confirmadas pela Ciência é necessário que sejam revistas por nós, para compreendermos essa questão.

Os neurônios estão sempre numa atividade frenética. A cada instante que se mede em milissegundos, estamos realizando trocas químicas e enviando receitas genéticas que constroem um novo padrão de receptores nas membranas celulares desses neurônios. Nossa vida mental está, portanto, inteiramente registrada nos impulsos químicos das células cerebrais e nas redes neurais que elas organizam.

Penso eu que no ser encarnado existe uma correspondência entre os neurônios do corpo físico com os do perispírito. Se assim não fosse, viveríamos duas personalidades. Imediatamente após o desencarne as informações do cérebro físico serão transferidas integralmente para o Corpo Espiritual. Nessa fase contaremos com a mesma rede de neurônios que dispúnhamos no corpo físico. Foi por isso que já sugeri que “levaremos” nossos neurônios para a vida espiritual que nos acolhe depois da morte. Posteriormente, os “arquivos mentais” do perispírito se ampliarão, resgatando antigas informações de outras vidas, por mecanismos que ainda desconhecemos.

Quando falamos que os neurônios são células que “levamos” no perispírito, quer dizer: os registros, as informações. Como ficam, então, os neurônios de alcoólatras e/ou drogados? Pela Ciência, são regenerados em vida ou não? Neurônios se regeneram?

As informações de André Luiz nos dão conta de que o “Corpo Espiritual” dos desencarnados prescinde de uma série de órgãos que para o corpo físico são fundamentais. A massa muscular e o aparelho digestório sofrem sensível regressão.

Por outro lado, o cérebro não poderia sofrer restrição após o desencarne, pelo simples fato de comprometer nossa integridade mental.

No caso de lesões que nós mesmos provocamos, ao nos comprometermos com vícios acumulados inadvertidamente – como é o caso do alcoolismo ou da drogadição – estaremos fixando no perispírito um dano cerebral que exigirá, mais cedo ou mais tarde, reconstrução anatômica que, talvez, só a bênção de uma nova encarnação poderá facilitar.

O nosso patrimônio físico/perispiritual merece um zelo que ainda não sabemos dimensionar.

Hoje em dia já está comprovada a possibilidade da regeneração de neurônios. Já conhecemos alguns fatores químicos que estimulam o crescimento dos neurônios e tanto o aprendizado novo como o exercício físico atuam facilitando a regeneração de neurônios nas regiões do hipocampo, região especializada no arquivo de memórias.

Os neurônios ficam no perispírito ou seria no corpo mental?

Allan Kardec optou pela simplificação desses termos e, em toda sua obra, faz referência quase exclusiva ao perispírito quando se refere ao nosso “envoltório espiritual”. André Luiz, em especial, nos esclarece algumas particularidades, fazendo distinção entre o perispírito, o corpo mental e o corpo etéreo, que vêm a ser elementos distintos entre si. Com frequência os termos são usados como representando a mesma coisa, quando, na verdade, se referem a estruturas distintas.

Para usar a linguagem da informática, diríamos que o perispírito teria uma conexão anatômica “compatível” com o nosso corpo físico, e nele encontraremos o correspondente espiritual dos neurônios físicos.

Já nascemos com uma quantidade fixa de neurônios para aproveitar ou “queimar”?

Curiosamente, nascemos com uma quantidade muito maior de neurônios do que os que vamos usar durante a vida toda. Logo após o nascimento ocorre uma perda contínua e enorme daqueles neurônios que não fortaleceram suas ligações sinápticas – são trilhões de contatos químicos que precisam ser estabelecidos, por isso é importante a estimulação da criança, principalmente nos primeiros anos de vida, justamente para que ela proceda à construção das redes sinápticas, que lhe serão fundamentais para sua vida mental futura. Nessa ocasião, o vínculo materno exerce um efeito protetor incomparável.

Como dissemos, já é aceito que na vida adulta ocorre também a produção de novos neurônios. Essa, porém, não é a regra para todo o cérebro. A reposição de neurônios ocorre comprovadamente no hipocampo, região ligada às nossas memórias. A leitura, os exercícios físicos saudáveis, trabalhos manuais, uma vida mental sem estresse, períodos de férias repousantes, atividade solidária e fraterna com o próximo, alimentação compatível com as necessidades básicas, vitamina E, ácido fólico, Ômega 3, envolvimento sincero com a espiritualidade, são recomendações já comprovadas que garantem benefícios aos nossos neurônios e à construção dessas redes.

Lição de casa:

Toda atividade física ou mental tem seu correspondente na atividade de neurônios em alguma área do cérebro. Está comprovado que durante as fases de depressão grave o hipocampo perde neurônios e quando os antidepressivos corrigem a química dos neurotransmissores o hipocampo constrói outros neurônios que atuarão na cura do processo depressivo.

Nós espíritas temos na neurologia um magnífico campo de estudo para compreender muito do que nos ensina a Doutrina Espírita.

Ideias fixas que nos aprisionam a mágoas e ressentimentos persistentes têm um efeito deletério sobre o nosso cérebro e não nos convém mantê-las por mais tempo.

O pensamento negativo que nos imobiliza pela depressão pode causar danos irreparáveis ao cérebro, comprometendo nossa vida mental para sempre.

Pensar ou imaginar com persistência criarão padrões de neurônios que podem nos ajudar ou prejudicar. A oração não é apenas uma mensagem imaterial, ela também modifica a química e a estrutura funcional dos nossos neurônios.

Aprender coisas novas, adquirir talentos, exercitar o bem ampliam as redes de conexão entre os neurônios. Comprometer-nos com vícios, consolidar crimes ou vinganças, exigir posses indevidas, impor opiniões deixam marcados impulsos que os neurônios fixam para sempre.

A distância entre imaginar e desejar é muito pequena. Pensar e agir estão mais próximos do que parece.

Precisamos rever nossos desejos ocultos, nossas intenções não concretizadas, as pequenas maldades disfarçadas, os gestos de boa intenção que não se concretizam nunca, o perdão que insistimos em adiar, a ajuda ao próximo que fica sempre para depois. Todas essas atitudes já estão impressas em neurônios do nosso cérebro e nos comprometem enquanto não se resolvem.

A meditação sinaliza nos neurônios um padrão novo de conexões que podem ser muito benéficas para nossa vida mental. Devemos estimular sua prática aliada às orações.

 

PS - Nos textos de Kardec aprendemos que o perispírito é um organismo semimaterial que não se estrutura em células como ocorre com o corpo físico. Mas convém registrar que O Livro dos Espíritos é de 1857 e a descrição dos neurônios recebeu o Prêmio Nobel em 1906.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Especial do Mês

 


Olá, queridos leitores do blog Manancial de Luz!

É com imensa alegria que anunciamos o nosso Especial do Mês: Artigos Espíritas. Durante todo este mês, iremos compartilhar com vocês uma série de artigos enriquecedores e inspiradores, escritos por diversos autores e estudiosos do Espiritismo.

Este especial tem como objetivo trazer reflexões profundas, conhecimentos valiosos e ensinamentos que nos ajudam a compreender melhor a doutrina espírita e aplicar seus princípios em nosso dia a dia. A cada postagem, publicaremos um novo artigo abordando uma diferente temática sob a ótica espírita, desde a comunicação com os espíritos, a reencarnação, até a importância da caridade e do amor ao próximo.

Convidamos todos a mergulharem conosco nessa jornada de aprendizado e evolução espiritual. Fiquem atentos e participem conosco. Juntos, podemos criar um espaço de troca e crescimento mútuo.

Esperamos que cada artigo toque seu coração e ilumine ainda mais seu caminho. Que este mês seja repleto de luz, paz e sabedoria para todos nós.

Com carinho,

Carlos Pereira - Manancial de Luz