Por Wagner Ideali
Seja perfeito, como perfeito é o
Pai que está nos céus. Jesus
No mundo de hoje, onde muitas
pessoas continuam buscando valores para suas vidas, valores esses que podemos
colocar como supérfluos. Esses valores podem ser materiais, tais como o ato de
possuir valores transitórios, como, também, comportamentais, por exemplo:
achar-se melhores que os outros, onde tudo não passa de expressão de vaidade,
egoísmo e orgulho. Com essa busca de valores puramente materiais, imediatos e
notadamente ultrapassados, seguem desse modo o conhecido efeito manada. Sendo
assim, chegou o momento de repensarmos essas atuais formas de enxergar a vida,
bem como de vivê-la.
A maioria das pessoas ainda vive
baseando-se nas disputas, onde um procura ser melhor que o outro; então a
competição fica acima da fraternidade, de forma que cada um procura defender
seus interesses em detrimento do próximo.
Essa forma de ver a vida levou a
humanidade a uma situação muito desequilibrada, como se apresenta hoje. Sem
dúvida que precisamos nos preparar para os desafios da vida, preparação essa
que se origina nos estudos, vivências e experiências, e claro que ainda dentro
fator material, cognitivo e emocional. Mas chegou o momento de começarmos a
pensar e agir mais dentro do aspecto espiritual de nossas vidas.
Podemos hoje perceber que tudo na
vida física é transitório. Muitas vezes se apresenta de uma forma totalmente
diferente do que imaginávamos, nos remetendo a mudanças comportamentais para
atender o momento.
Vamos percebendo que as pessoas
ainda mantêm aquele padrão antigo e ultrapassado de comportamento e vida, pois
estão num caminho equivocado, carregando em seu íntimo insatisfações, apegos,
desequilíbrio, já que nada a satisfaz e muitas vezes elas nem se apercebem
disso.
Os tempos estão mudando, novos
conceitos se apresentam, mas o que antes não era importante para nós, hoje se
faz necessário. Os ensinos de Jesus sempre foram vistos como “coisa de religião
que quando eu ficar velho, vou me preocupar com isso”, mas percebe-se hoje que
esses ensinos são primordiais para o nosso equilíbrio, portanto para nossas
vidas. Infelizmente, muito de nós não percebemos que o Mestre Jesus vem-nos
recomendando essas mudanças faz dois mil anos.
Assim, em função dessas
necessidades profundas de nosso espírito, vamos refletir um pouco nesses
importantes postulados espíritas.
Vejamos:
Somos seres únicos, criados por
Deus, e em função de nossas lutas para evoluir, aprender, desenvolver
potencialidades, amar e perdoar, vamo-nos tornando seres plenos e completos,
passando a ter assim o significado verdadeiro do que seria a evolução, numa
visão espírita. Pouco entendemos Deus, mas com um pouco de sensibilidade, de
intuição, podemos sentir sua presença em nossas vidas, em nossos corações.
O ser pleno, que vivencia o
Evangelho redentor de Jesus, desenvolve o desabrochar do ser espiritual que
somos, com todas as nossas potencialidades que transcendem a visão material e
temporária.
Kardec nos apresenta uma doutrina
revolucionária na forma de ver a vida, pois essa doutrina, que chamamos de
espírita, foi ditada pelos Espíritos superiores a Kardec. Eles, os Espíritos,
nos mostram que somos também espíritos vivendo uma experiência no mundo físico,
onde cada encarnação é uma oportunidade de mudanças, de a melhorar a nossa
relação conosco mesmo e com o mundo, e assim nos conhecermos mais a cada dia,
buscando o equilíbrio de pensamentos, falas e ações.
Joanna de Ângelis nos ensina, nos
livros pertencentes à sua coleção sobre a psicologia na ótica espírita, que a
busca do homem integral é uma conquista do espírito e, portanto, uma conquista
individual.
Muito se fala em ir para o “céu”
ou, no caso espírita, ir para a “espiritualidade superior”, mas na realidade
esse céu ou espiritualidade superior estão dentro de nós, ou seja, são uma
construção individual e permanente.
Se encarnados ou desencarnados,
vivemos dentro do nosso coração o perdão, amor, trabalho, luta para melhorar,
ações construtivas, se procuramos viver dentro de nossos pensamentos, falas e
atos. Com as lições do Evangelho redentor de Jesus, podemos ter certeza de que
já estamos vivendo a espiritualidade superior dentro de nós, já vivemos o mundo
de regeneração; mas se vivemos nosso dia a dia emaranhado de ódio, mágoa,
interesses materiais questionáveis, orgulho e egoísmo acirrado, entre outros
comportamentos e ações destrutivas, estamos então ainda vivendo no calabouço da
nossa consciência e, portanto, no umbral ou inferno, como queiram.
Joanna nos diz: “beleza ou feiura,
saúde ou enfermidade, inteligência ou idiotia, são decorrências naturais das
conquistas e prejuízos conseguidos nas experiências anteriores, ensejando
reparação ou aprimoramento interior, a fim de que a vida estue em plenitude”.
Percebemos assim que tudo em nossas vidas é decorrência de nossos atos e não
castigo de Deus ou qualquer outra colocação para tirar de nós a
responsabilidade.
Precisamos viver a vida plena,
equilibrada com alegria e saúde, mas os percalços, dificuldades e doenças
tendem a nos atrapalhar, assim falta em nós ainda entender que as dificuldades
são parte do processo de aprendizagem, levando-nos a aprender com as dificuldades
a busca do equilibro que nos leva à evolução.
Somos espíritos, vamos viver a
vida em toda plenitude sim, mas para isso precisamos repensar nossos atos,
palavras e pensamentos, para não termos conflito entre os valores materiais e
espirituais. Precisamos estar sempre gratos à vida, sair do comodismo e abraçar
as possibilidades e oportunidades que se apresentam em nossas vidas.
Segundo Joanna, “nosso corpo
físico é uma máquina sublime que a divindade empresta ao espírito e este se
organiza conforme as necessidades de evolução, portanto é um empréstimo a fim
de que o ser aproveite a oportunidade da reencarnação e desenvolva e aprimore a
moral”.
Fomos criados simples e ignorantes
e a cada reencarnação nos são oferecidas as oportunidades de evolução, assim
nós temos o raciocínio para conseguir conhecimento, a fé e a caridade para
desenvolver a ética e moralidade e, por fim, nos foi dado o livre-arbítrio, para decidir o caminho
a ser percorrido. Esse caminho vai determinar a atual e futura felicidade ou
talvez novas dificuldades. Isso não será um castigo de Deus, mas resultado de
nossas ações.
Somos seres únicos, temos um
modelo que podemos seguir sem qualquer risco de errarmos; esse modelo é Jesus,
nosso Mestre Maior.
Bibliografia:
Kardec, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo.
Franco, Divaldo, Joanna de Ângelis - O homem integral.
Franco, Divaldo, Joanna de Ângelis - O ser consciente.
Franco, Divaldo, Vianna de Carvalho – Novos Rumos.
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