“O livro espírita é benção de Deus
revelando o mundo espiritual, nossa verdadeira pátria”
Por Arnaldo Divo Rodrigues de
Camargo
A falta de espiritualidade – amor
e confiança em Deus, na vida e em si mesmo –, leva muitos para o caminho das
falsas soluções: o suicídio e o abuso do fumo, do álcool e de outras drogas.
Pensa-se que somente os
materialistas se afundam nestas ilusões, mas vemos pelos depoimentos que muitos
dos que tinham uma crença, mas não a vivenciavam, se perderam pelo engano.
É claro que o sofrimento é
temporário e, na medida em que se reajustam, a situação volta à normalidade.
Essa é a consolação oferecida pelo Espiritismo aos seus adeptos, demonstrando
que a justiça divina não vigora sem a sua irmã gêmea: a misericórdia.
Importante lição vemos no embate
entre o Médico dos Pobres e um materialista que desejava confrontar o
Espiritismo:
Bezerra concentrou-se em prece,
alguns instantes, e, em seguida, respondeu, aliando energia e brandura:
– Aceitamos o desafio, mas tragam
também ao debate aqueles que o materialismo tenha soerguido moralmente no
mundo; os malfeitores que ele tenha regenerado para a dignidade humana; os
infelizes aos quais haja devolvido o ânimo de viver; os doentes da alma que
tenha arrebatado às fronteiras da loucura; as vítimas de tentações escabrosas
que haja restituído à paz do coração; as mulheres infortunadas que terá
arrancado ao desequilíbrio; os irmãos desditosos de quem a morte roubou os
entes mais caros, a cujo sentimento enregelado na dor terá estendido o calor da
esperança; […] os pais incompreendidos a quem deu força e compreensão para
abençoarem os filhos ingratos e os filhos abandonados por aqueles mesmos que
lhes deram a existência, aos quais auxiliou para continuarem honrando e amando
os pais insensíveis que os atiraram em desprezo e desvalimento; os tristes que
haja imunizado contra o suicídio; os que foram perseguidos sem causa aparente,
cujo pranto terá enxugado nas longas noites de solidão e vigília, afastando-os
da vingança e da criminalidade; os caídos de todas as procedências, a cujo
martírio tenha ofertado apoio para que se levantem…
Nesse ponto da resposta, o velho
lidador fez uma pausa, limpou as lágrimas que lhe deslizavam no rosto e
terminou:
– Ah! meu amigo, meu amigo!… Se
vocês puderem trazer um só dos desventurados do mundo, a quem o materialismo
terá dado socorro moral para que se liberte do cipoal do sofrimento, nós, os
espíritas, aceitaremos o repto.
A literatura espírita continua
sendo aquela porta que se abre para novos horizontes, permitindo viajar por
culturas e experiências múltiplas, buscando conhecimentos, vivências e técnicas
que iluminam nossas almas, com beleza e imaginação.
O livro espírita é benção de Deus
revelando o mundo espiritual, nossa verdadeira pátria. Libertando-nos da sombra
da imperfeição para a iluminação de nosso pensamento, o livro espírita é canteiro
de semeadura interior e fonte de restauração física e mental.
“Ler proporciona o crescimento
pessoal, estimula o raciocínio e contribui para a longevidade. Quem lê costuma
ser mais ativo e desenvolve ideias próprias”, cita a matéria da revista Veja
sobre leitura.
Aliemos à leitura a prática da
vivência espírita, aceitando a vida com resignação e confiança em Deus, e nos
esforçando para a ação do bem em cada dia de nossas vidas.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME
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