Por Rogério
Coelho
O
perispírito é o mais importante produto do fluido cósmico
Sobre o
perispírito, Kardec perguntou aos Benfeitores Espirituais: "de onde tira o
Espírito o seu invólucro semimaterial?", obtendo a seguinte resposta:
"(...) do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em
todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório,
(de perispírito) como mudais de roupa”. (1)
Podemos entender
o perispírito como um campo energético adaptador, isto é, uma espécie de
argamassa de energia com propriedades "sui generis" que lhe dão a
possibilidade de unir a matéria sutil (Espírito) à matéria densa (corpo
físico). Segundo Kardec, o perispírito é “agente de transmissão” entre o corpo
físico e o Espírito e vice-versa. Portanto, sem ele não haveria como existir
união corpo-espírito.
O
perispírito é formado por "camadas energéticas" que se mesclam em
suave "dégradé" à semelhança das cores do arco-íris, onde temos a
"aura" a caracterizar a parte mais externa.
O
perispírito identificado desde o Egito antigo como "Kha" ou “Bai” e
na Grécia como "Eidôlon" ou “Ochéma” foi intitulado, por Paracelso,
como "corpo sidéreo" ou
“Evestrum”; pelo Vedanta: “Mano-Maya-Kosha”; pelo Budismo Esotérico:
“Kama-Rupa”; pela Cabala Hebraica: “Rouach”; pelo Tradicionalismo Latino:
“Ímago”; pelo Tradicionalismo Chinês: “Khi”; neognósticos: “Aerossoma”;
filósofos persas: “Férouer”; por Pitágoras: “Carne Sutil da Alma”; por
Aristóteles: “Corpo Sutil e Etéreo”; por Leibnitz: “Corpo Fluídico”; por Lepage
Renour: “Duplo”; pelos hindus: “Linga Sharira”; pelos hebreus: “Néphesph”; pelo
filósofo Cudworth: “mediador plástico”; pelos homens primitivos:
“Corpo-Sombra”; Paulo denominou-o: “Corpo Espiritual”; os investigadores de
Baraduc o conheciam como: “Somod”; pelos ocultistas, teosofistas, hermetistas e
alquimistas como “Corpo Astral”; os
cientistas russos: “Corpo Bioplasmático”; no Zend Avesta: “Baodhas”; os
neoplatônicos da escola de Alexandria: “Astroeidê”. Outros pesquisadores
deram-lhe dezenas de outras denominações... Allan Kardec, porém, foi mais feliz
ao criar o neologismo "perispírito", que dá - etimologicamente - uma
noção mais adequada desse componente.
Ensina,
ainda, o Mestre Lionês: "o perispírito ou corpo fluídico dos Espíritos é
um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse
fluido em torno de um foco de inteligência ou alma". (2)
Em oportunas
ilações, o Dr. Jorge Andréa afirmou: "(...) dia virá em que o mapa
cromossomial estará bem definido, ao lado do perispírito que lhe dá orientação.
Nesse contexto, a civilização humana terá deixado o seu passado de interesses e
egoísmos menos felizes, responsáveis pelos limitados horizontes do
conhecimento. O trabalho digno possui universalidade e será de todos, jamais
restritivo a grupos onde vicejam interesses mórbidos. A colaboração equilibrada
de todos, navegando na concórdia e na paz, conduzirá a civilização aos
horizontes do conhecimento.
A conquista
científica autêntica, que hoje vislumbramos, só se dará se houver o
acompanhamento de educação e moralização integral do ser humano. Nessas
condições, novas dimensões de vida se mostrarão à espécie humana, de modo
especial no setor espiritual, que permitirão a dignificação do conhecimento,
sem agressões e com bastante amor, por onde o afluente da fraternidade poderá
desembocar no caudaloso e grande mar da sabedoria..."
Embora a histogênese perispiritual, bem como o princípio das coisas, esteja no âmbito dos - ainda - segredos de Deus, podemos aprender muito sobre o perispírito com Kardec, que faz um ensaio teórico da sensação nos Espíritos, mais precisamente na questão de número 257 de “O Livro dos Espíritos”. Portanto, vale a pena fazer uma atenciosa e profunda pesquisa nesta questão para aprofundarmos o conhecimento deste importante componente de nossas vidas que nos acompanhará para sempre através dos tempos: o perispírito!
1 - Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 94.
2 - Kardec, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XIV, item7.
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