Por Geraldo Campeti
O Homem
Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804, e desencarnou em Paris, no dia 31 de março de 1869.
Teve uma vida profícua de 65 anos que pode ser dividida em dois momentos complementares: antes e depois do trabalho da codificação do Espiritismo.
Descendente de família de orientação católica, filho de Jean-Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel, mas educado com base em princípios protestantes, pode consolidar um caráter nobre, fundamentado na ética e moral, a conferir-lhe a identificação reconhecida de verdadeiro homem de bem.
Estudou com o renomado educador suíço Johann Heinrich Pestallozzi (1746-1827) em Yverdon, tornando-se seu discípulo e propagador do método educacional, que influenciou a reforma do ensino na França e na Alemanha.
Emérito educador e mestre, poliglota e tradutor, Hippolyte foi um homem cujo perfil caracterizou-se pela disciplina, esforço e perseverança.
Autor de diversas obras didáticas na área das letras e ciências, ocupou-se sempre na busca do aprendizado e do ensino, auxiliando com denodo a todos que palmilhassem seu caminho e a quem pudesse compartilhar sua experiência.
Enfrentou os desafios e dificuldades da jornada terrena sem desânimo nem sentimento de desistência, superando-os, um a um, com o indispensável auxílio de sua digníssima esposa Amélie Gabrielle Boudet, com quem se consorciou em 1832.
O Missionário e a Obra
Somente após os 50 anos de idade Allan Kardec travou contato direto com as questões transcendentais, notadamente pela comunicação dos chamados mortos com os vivos.
Entre 1857 e 1869, um curto período de 11 anos e três meses, o codificador fez vir a lume todas as obras de que foi instrumento como organizador.
As publicações assinadas por Allan Kardec demonstram um planejamento espiritual rigorosamente cumprido pela dedicação e perseverança dos Espíritos amigos, sob a coordenação do Espírito Verdade e, naturalmente, do próprio codificador.
As primeiras edições das principais obras kardequianas foram:
O Livro dos Espíritos (1857)
Instrução Prática sobre as Manifestações Espíritas (1858)
Revista Espírita (1858-1869 – Periódico com 12 volumes)
O Que é o Espiritismo (1859)
O Livro dos Médiuns (1861)
Viagem Espírita em 1862 (1862)
O Espiritismo em sua expressão mais simples (1862)
O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864 – Imitação de…)
O Céu e o Inferno (1865)
A Gênese (1868)
Obras Póstumas (1890 – P.-G. Leymarie)
Os Princípios Fundamentais do Espiritismo
Da elucidativa introdução de O livro dos espíritos, é possível extrair os enunciados que constituem a base da Doutrina Espírita. São princípios das leis naturais ou divinas, como uma síntese do que é essencial à ascensão humana em busca dos destinos de perfectibilidade que lhe estão reservados pela misericórdia do Pai. Dentre eles, destacam-se:
Existência de Deus;
Existência, imortalidade e conservação da individualidade do espírito;
Comunicabilidade dos espíritos;
Reencarnação;
Lei de causa e efeito / livre-arbítrio;
Lei de evolução; e
Pluralidade dos mundos habitados.
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Temos muito a agradecer a este servidor do Cristo que, cognominado por Camille Flammarion de “bom senso encarnado”, cumpriu integralmente sua missão de materializar no mundo terrestre a Doutrina responsável por promover a regeneração social da Humanidade a começar pela reforma íntima de cada um de nós.
Sugestão bibliográfica
WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: o educador e o codificador. Brasília: FEB, 2019.
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