Não olvides quem vai gemendo em rumo incerto,
Na cruz da expiação que chora e desatina,
Varando o turbilhão de miséria e neblina
Entre o vento da noite e a sede do deserto.
Medita e traze à dor o coração desperto
No pão que reconforta e no verbo que ensina.
Desdobra sobre o mal a bondade divina.
Semeia, enquanto é hoje,
O amanhã que vem perto.
Embora desditoso, humilhado e sozinho,
Segue plantando o amor nas margens do caminho,
Sustentando contigo a fé sublime e forte.
Ampara, alenta, ajuda, esclarece e levanta,
Que o bem, seja onde for, é a luz piedosa e santa,
Que clareia na Terra e brilha além da morte.
Amaral Ornellas
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Soneto publicado na revista Reformador edição de fevereiro de 1956.
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