Ela chega, suave e ridente como o claro rosto do dia.
Embriaga de perfume e canta melodia de rouxinóis aos ouvidos do sofrimento, chilreando como colibris em festa de primavera feliz.
Clareia com o archote do amor as sombras dominado-ras e as devora em hausto de infinita ternura, deixando bênçãos...
... E passa como o amortecer da tarde, deixando róseas marcas sobre as nuvens fugidias, a fim de mergulhar no zimbó-rio celeste, para lucilar no festival de estrelas prateadas do infinito...
Todos a ambicionam e poucos a possuem, muitos a anelam e raros a desdobram, por isso ela é a mãe das virtudes e a excelência da expressão da vida, a serviço de Deus entre os homens.
Alma da caridade e sopro de vida, constitui o esforço do homem à mais elevada busca da conquista espiritual.
Corta e rasga com o teu punhal de amor a sombra da minha vida e prenhe de luz governa o país do meu coração, caridade sublime, a fim de que nunca mais eu tropece nos obstáculos da minha ignorância, que tento superar!
Domina-me, alma do amor, de tal modo, que o poema-canção da caridade irrompa do meu sentimento, na direção da garganta do mundo, entoando o teu hino de paz e de beleza incomparável.
Rabindranath Tagore
Por Divaldo Pereira Franco
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