segunda-feira, 3 de abril de 2017

Sempre Lembrados: José Martins Peralva


José Martins Peralva Sobrinho (1918 - 2007) Estudando a Mediunidade, Estudando o Evangelho, O Pensamento de Emmanuel, Mediunidade e Evolução, publicados pela Federação Espírita Brasileira e Mensageiros do Bem, pela União Espírita Mineira, são obras de autoria de José Martins Peralva Sobrinho e figuram na bibliografia de livros espíritas mais conhecidos e estudados.

O autor tornou-se um dos nomes de expressão nas lides espíritas mineiras, embora fosse ele originário da cidade de Buquim, no sul de Sergipe.

Martins Peralva, como muitos o chamavam, nasceu em 1 de abril de 1918, filho do casal Basílio Martins Peralva e Etelvina da Fonseca Peralva, e foi no próprio lar que se deram os seus primeiros contatos com a Doutrina codificada por Allan Kardec.

Desde os seis anos de idade, acompanhava o pai, um espanhol que veio ainda garoto para o Brasil, nas atividades espíritas, inclusive nas de cura, uma vez que o senhor Basílio era médium curador e graças a essa faculdade pôde ajudar no restabelecimento da saúde de muitos.

A morte do pai levou-o a assumir, de forma prematura, responsabilidades de adulto. Quando conseguiu o seu primeiro emprego, como balconista de padaria, tinha apenas treze anos e era o mais novo da família.

Foi assim, que, juntamente com o irmão mais velho, Edison, de quinze anos, que também conseguiu se empregar, passou a colaborar na manutenção do lar, sobre cujo teto humilde viviam além deles, sua mãe Etelvina, a Dona Teté, e a irmã Eurídice.

Mais tarde foi trabalhar como office-boy em um cartório. Depois conseguiu uma vaga como apontador de construção do Grupo Escolar Senador Leandro Massiel, na cidade do Rosário do Catete, tendo, em função de suas obrigações, que passar a semana (de segunda à sexta) afastado da mãe e dos irmãos, mas ficando sob o teto da família do encarregado da obra.

Outra oportunidade lhe surgiu, novamente como apontador, só que desta vez na conservação de estradas de rodagens, ficando responsável pelo trecho Aracaju - Socorro - São Cristóvão. Por conta disso, tinha que percorrer diariamente de caminhão, cerca de oitenta quilômetros (ida e volta), saindo de casa de madrugada e só voltando à noitinha.

Terminada a estrada, o apontador Martins Peralva ingressou na construção do prédio do Tesouro do Estado de Sergipe, trabalhando depois como fiscal de construções, reformas e limpezas de casas.

Aprovado num concurso deixou o campo de obras e foi para a Prefeitura Municipal de Aracaju, onde ocupou o cargo de escriturário, depois, de oficial administrativo e assistente da Procuradoria da Fazenda Municipal.

Casou-se em agosto de 1942 com Jupira Silveira, sua grande companheira, que viria a desencarnar em 15 de julho de 2003. E com ela teve três filhos: Ieda, nascida em Aracaju; e Basílio e Alcione, nascidos em Belo Horizonte, os quais lhe deram cinco netos e quatro bisnetos.

Devido à competência e à amizade que granjeou no ambiente de trabalho, foi nomeado secretário particular dos prefeitos Carlos Firpo e José Garcez, e até a sua aposentadoria, em função de problemas pulmonares, continuou servindo os prefeitos seguintes na condição de oficial de gabinete.

Como espírita, sua trajetória não foi menos profícua. Presidiu a União Espírita Sergipana, foi membro do Conselho Geral e secretário do Abrigo Jesus, sócio efetivo do Hospital Espírita André Luiz e segundo secretário do Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, aproveitando ainda as horas vagas para abastecer a imprensa espírita e não-espírita com seus artigos doutrinários.

Martins Peralva conciliava ainda a essas tarefas uma outra paixão, o gramado.

Aos vinte e cinco anos, ao mesmo tempo em que presidia a União Espírita Sergipana, defendia no campo as cores do Paulistano Futebol Clube em Aracaju SE.

E chegou a ser árbitro de futebol e esportes náuticos, diretor do Tribunal de Justiça Desportiva e redator esportivo do Correio de Aracaju, jornal onde também assinava artigos sobre Espiritismo, poesia, política, entre outros assuntos.

A motivação para ir para a capital mineira ocorreu por volta de 1949 não só por questões de saúde, mas também após uma visita ao médium Chico Xavier, de quem era profundo admirador e tornou-se amigo pessoal.

Seu ingresso na carreira bancária se deu em 1950, quando entrou para o Banco Financial da Produção S/A, em Belo Horizonte, onde, por 35 anos, atuou ainda como gerente dos Bancos Belo Horizonte, Irmãos Guimarães, União Comercial, Itaú e Progresso, aposentando-se em 1985, pelo INSS.

Após participar do Centro Espírita Célia Xavier, por 15 anos, fixou-se, em 1964, na União Espírita Mineira, onde exerceu, ao longo do tempo, diversos cargos, dentre os quais: primeiro secretário, vice-presidente, diretor do Departamento de Doutrina e Divulgação e Presidente substituto de Dona Neném Aluotto por motivos de saúde.

Como escritor e jornalista, ficou também conhecido pelos artigos espíritas que publicava no Jornal "O Estado de Minas". Pertenceu à Associação Sergipana de Imprensa, era associado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e à Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (Abrajee), hoje Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (Abrade).

José Martins Peralva Sobrinho desencarnou no dia 3 de setembro de 2007, aos oitenta e nove anos, depois de longa enfermidade. O sepultamento do seu corpo ocorreu no dia seguinte, no Cemitério da Colina, na capital mineira.

Fonte: Biografias Espíritas

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