sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz 2017 !

Feliz Ano Novo

Que Deus em sua infinita bondade abençoe e encha de Paz os nossos
corações em todos os dias do ano novo!

São os votos de

Carlos Pereira - Manancial de Luz

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Opção de Amar

A canção espírita “Opção de Amar”, de autoria de Rodrigo Almeida encerra o mês com o especial, “Amor, Excelso Amor”, nos trazendo a reflexão de que “tudo muda e se transforma quando a escolha é amar”.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Caridade, a grande Virtude


Toda moral ensinada por Jesus, se resume em duas simples palavras: Caridade e Humildade, isto é, nas duas maiores virtudes em que devemos concentrar todas as nossas forças em desenvolvê-las, se pretendemos erradicar de nosso espírito o egoísmo que até hoje nos mantém presos às teias da ignorância.

Em tudo que ensinou, chamou-nos a atenção apontando essas duas virtudes como sendo as que poderão nos conduzir de encontro à eterna e verdadeira felicidade. Falou-nos ele: “Bem-aventurados os pobres de espírito, isto é os simples, os humildes, porque deles é o reino dos céus; e continuou a nos ensinar; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que gostaria que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros; não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita”. Em todas estas passagens de seus ditos se pode tirar o ensinamento maior resumindo em caridade e humildade, eis o que não cessa de recomendar e exemplificar em todas as suas ações. Em tudo que pregou em sua passagem pelo nosso planeta, não cansou de combater o orgulho e o egoísmo que são sem dúvida as duas grandes chagas a corroer a humanidade.

O Mestre maior de todos nós não se limitou apenas a recomendar a caridade, põe-na como condição absoluta para a conquista da felicidade futura, assegurando-nos que as ações empreendidas pelos caridosos com certeza lhes assegurarão uma melhor posição no futuro quando a justiça divina nos chamar para a prestação de contas, como nos ensinou também em outra oportunidade “a cada um segundo as suas obras”.

Na Parábola do Bom Samaritano, considerado herético, mas que naquele momento pratica o amor ao próximo, Jesus coloca-o acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas designa como condição única. Se outras houvesse que a substituíssem ele as teria ensinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e também porque significa a negação absoluta do orgulho e do egoísmo naquele que a pratica.

O Espiritismo sendo o Cristianismo Redivivo, ou seja o cristianismo na sua pureza inicial, vem reafirmar os ensinos do seu criador com a máxima: “Fora da caridade não há salvação”, máxima essa que consagra o princípio da igualdade perante Deus, e da liberdade de consciência, deixando a todos a escolha da maneira como queiram seguir adorando o Pai Celestial, não pregando que fora do espiritismo não há salvação, pois bem sabe que o Cristo não fundou nenhuma religião, por isso mesmo respeita a liberdade de crença de todos os seus irmãos em humanidade, pois em qualquer corrente religiosa a que pertença o homem, terá aí mesmo a oportunidade de seguir os ensinamentos de Jesus.

Dediquemo-nos, portanto, meus irmãos à prática da caridade ensinada no evangelho de Jesus, pois ela nos ajudará não só a evitar a prática do mal, mas também nos impulsionará em direção ao trabalho no bem, e para a prática do bem uma só condição se faz indispensável: a nossa vontade, pois para a prática do mal basta apenas a inércia e a despreocupação, agradeçamos, pois, a Deus nosso Pai, por nos permitir encontrar em nossa estrada evolutiva a bênção de gozar da luz do Espiritismo.

Não significa achar que só os espíritas serão salvos; é que ajudando-nos a melhor compreensão dos ensinos do Cristo, ele nos faz, se seguirmos seus ensinos, melhores cristãos, confirmando por nossas ações que verdadeiros espíritas e verdadeiros cristãos são uma só e a mesma coisa, pois todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, não importando para tanto, que pertençam a esta ou àquela seita religiosa.

Francisco Rebouças

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Amor Puro

Mensagem “Amor Puro, de autoria do guru indiano, Śri Sathya Sai Baba, na voz da cantora e compositora espírita, Elizabete Lacerda.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Deus é Amor


Efetivamente, podes mobilizar as palavras que desejes, sacando-as, indiscriminadamente, da terminologia criada pelos homens, entretanto, em favor da tua própria felicidade, escolhe para teu uso pessoal, no cotidiano, aquelas que se fazem aceitáveis perante Deus.

Fácil a seleção.

Deus é Luz.

Não enfatizaremos a força das trevas, empregando frases que lhes salientem o jogo infeliz, e sim encareceremos o valor da educação, que acabará por dissolver todas as cristalizações de sombras, nos domínios da ignorância.

Deus é Harmonia.

Abster-nos-emos de exaltar a discórdia, fugindo de exteriorizar recursos verbais que operem desequilíbrio e separação entre os companheiros da Humanidade e, sem deixarmos de ser cultivadores da verdade, trabalharemos, quanto nos seja possível, na preservação da própria paz, no campo de relações uns com os outros.

Deus é Bondade.

Compreenderemos que a justiça é benemerência da vida, no entanto, reconheceremos que a justiça não atua sem misericórdia, em nome da Providência Divina e, por isso mesmo, faremos do entendimento e da compaixão nosso ambiente de cada dia.

Deus é Perdão.

Evitaremos condenar seja a quem for e, consequentemente, não nos valeremos do dicionário para engenhar mecanismos de censura ou sarcasmo, e sim, ao invés disso, articularemos imagens de fraternidade e de bênção em auxílio ao próximo, não apenas porque sejamos ainda suscetíveis ao erro, mas também porque a Sabedoria do Senhor nos transforma todos os males em valores de experiência.

Seja qual a forma pela qual se te apresentem as dificuldades do cotidiano, pensa no bem e faze o bem, esquecendo o mal, porque Deus é amor e, em tudo quanto dissermos ou fizermos contra o amor, tentando subverter as leis do Universo e da Vida, Deus, através do tempo, dar-nos-á formal desmentido.

Batuíra

Do livro Mais Luz, de Batuíra, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A melhor Oração é o Amor

Elisabete Lacerda canta o amor como oração.




Letra da Canção:


A MELHOR ORAÇÃO É O AMOR

A melhor oração é o amor
Tu precisas orar
Mas tu deves lembrar
Que a melhor oração é o amor
Caridade é também oração
Gentileza auxílio e perdão
São as preces sublimes
Do teu coração
Gentileza auxílio e perdão

sábado, 17 de dezembro de 2016

O Amor que move um Coração


“Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento!”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 8.)

Existem coisas que só se faz por amor. Quem está amando sabe disso.

Por amor nos entregamos. Por amor passamos noites em claro. Por amor renunciamos ao conforto. Por amor tomamos decisões, assumimos riscos... nossas posturas são coerentes com nosso sentir, não medimos esforços, nem ficamos “em cima do muro”.

Quando amamos dizemos “sim quando for sim” e “não quando for não”. O coração repleto de amor ouve críticas maldosas sem guardar rancor, percebe o olhar desdenhoso sem desesperar-se.

Quem ama cuida do objeto amado, é fiel a ele. Com alegria apresenta seu amor aos amigos, para que seja admirado e também amado.

Quem ama não mede esforços, está no mundo, mas caminha por sobre as nuvens, pois sua alma é liberta e seu coração, mergulhado na compaixão, extravasa alegria por onde passe.

Somente quem ama tolera a ignorância, a maldade, a inveja, o despeito, e continua cultivando o amor que traz em si. Pois quem ama vê com lucidez, com clareza, enquanto os outros têm a vista nublada.

Quem ama escreve cartas, se entrega na confecção de frases que expressem a beleza que mora dentro e que deseja sair. Quem ama expressa o amor com respeito, com zelo, não menospreza, nem macula. Quem ama vê o objeto amado por inteiro e não se perde em sofismas, ou retóricas sem sentido.

Somente quem ama alteia a voz por onde passa enaltecendo o bem que faz ter esperanças num mundo novo, cheinho de paz.

*

Allan Kardec demonstrou seu amor. Allan Kardec se entregou. Por amor passava noites em claro a trabalhar pela Doutrina. Por amor renunciava horas de lazer, momentos de ócio.

Renunciou a si mesmo. Renunciou até mesmo ao seu próprio nome, em prol da identidade universal do Espiritismo.

Por amor, o Codificador tomava graves decisões, sabendo dos riscos, assumia posturas coerentes com as novas verdades, não titubeava, nem se deixava levar a atitudes comodistas.

Acolhia a proposta do “sim” e do “não” em qualquer situação. Por amor à Doutrina, Allan Kardec ouvia críticas ferinas, sem ser afetado pela mágoa, sofrendo a incompreensão até dos mais caros companheiros de ideal.

Kardec manteve-se fiel aos postulados que tanto amava. Com alegria viajava pela Europa apresentando a Veneranda Doutrina por onde passasse, para que todos a pudessem também amar.

Kardec estava no mundo, mas o via com outros olhos, pois o futuro desvelado lhe repletou a vida de esperança e paz. Como discípulo de Jesus, tolerava a ignorância, a maldade, a inveja e o despeito de muitos que se sentiam contrariados pelas luzes de que o Codificador se fazia portador.

Kardec via o mundo com clareza, lançando mão de seu amor e bom senso para observar a realidade. Escrevia e respondia cartas cujo conteúdo doutrinário de beleza ímpar esclarecia e consolava a muitos. Demonstrava em suas epístolas o amor que guardava em si, compartilhando-o com as mentes inquietas e sofridas daquela época.

Kardec, com seu amor pela Verdade, zelava por ela, respeitando-a em cada linha, em cada letra, em cada detalhe de seu espírito... Cuidava de sua pureza, anotando sem obstruir as informações dos Nobres Mentores da Vida.

Allan Kardec é exemplo fiel do que pode fazer alguém que ama, e que acredita no amor que renovará a Humanidade. É tempo de segui-lo, a fim de melhor entendermos Jesus!

Cristian Macedo

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O Amor



Por Léon Denis

O amor é a celeste atração das almas e dos mundos, a potência divina que liga os Universos, os governa e fecunda; o amor é o olhar de Deus!

Não se designe com tal nome a ardente paixão que atiça os desejos carnais. Esta não passa de uma imagem, de um grosseiro simulacro do amor. O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração; é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da caridade, da bondade; é a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres e despertando em nós felicidades íntimas que se afastam extraordinariamente de todas as volúpias terrestres.

Amar é sentir-se viver em todos e por todos, é consagrar-se ao sacrifício até à morte, em benefício de uma causa ou de um ser. Se quiserdes saber o que é amar, considerai os grandes vultos da Humanidade e, acima de todos, o Cristo, o amor encarnado, o Cristo, para quem o amor era toda a moral e toda a religioso. Não disse ele: `'Amai vossos inimigos?"

Por essas palavras, o Cristo não exige da nossa parte uma afeição que nos seja impossível, mas sim a ausência de todo o ódio, de todo o desejo de vingança, uma disposição sincera em ajudar nos momentos precisos aqueles que nos afligem, estendendo-lhes um pouco de auxílio.

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas. Deus é o seu foco. Assim como o Sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas; seus raios, penetrando através das trevas do nosso egoísmo, vão iluminar com trêmulos clarões os recônditos de cada coração humano. Todos os seres se criaram para amar. As partículas da sua moral, os germes do bem que em si repousam, fecundados pelo foco supremo, se expandirão algum dia. florescerão até que todos sejam reunidos numa única comunhão do amor, numa só fraternidade universal.

* * *

O amor, como comumente se entende na Terra, é um sentimento, um impulso do ser, que o leva para outro ser com o desejo de unir-se a ele. Mas, na realidade, o amor reveste formas infinitas, desde as mais vulgares até as mais sublimes. Princípio da vida universal, proporciona à alma, em suas manifestações mais elevadas e puras, a intensidade de radiação que aquece e vivifica tudo em roda de si; é por ele que ela se sente estreitamente ligado ao Poder Divino, foco ardente de toda a vida, de todo o amor.
Acima de tudo, Deus é amor. Por amor criou os seres para associá-lo a suas alegrias, à sua obra. O amor é um sacrifício; Deus hauriu nele a vida para dá-la às almas. Ao mesmo tempo que a efusão vital, elas receberiam o princípio afetivo destinado a germinar e expandir-se pela provação dos séculos, até que tenham aprendido a dar-se por sua vez, isto é, a dedicar-se, a sacrificar-se pelas outras. Com este sacrifício, em vez de se amesquinharem, mais os engrandecem, enobrecem e aproximam do Foco Supremo.

O amor é uma força inexaurível, renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo aquele que dá e aquele que recebe. E' pelo amor, sol das almas, que Deus mais eficazmente atua no mundo. Por ele atrai para si todos os pobres seres retardados nos antros da paixão, os Espíritos cativos na matéria; eleva-os e arrasta-os na espiral da ascensão infinita para os esplendores da luz e da liberdade.

O amor conjugal, o amor materno, o amor filial ou fraterno, o amor da pátria, da raça, da humanidade, são refrações, raios refratados do amor divino, que abrange, penetra todos os seres, e, difundindo-se neles, faz rebentar e desabrochar mil formas variadas, mil esplêndidas florescências de amor.

Até às profundidades do abismo de vida, infiltram-se as radiações do amor divino e vão acender nos seres rudimentares, pela afeição à companheira e aos filhos, as primeiras claridades que, nesse meio de egoísmo feroz, serão como a aurora indecisa e a promessa de uma vida mais elevada.

É o apelo do ser ao ser. É o amor que provocará, no fundo das almas embrionárias, os primeiros rebentos do altruísmo, da piedade, da bondade. Mais acima, na escala evolutiva, entreverá o ser humano, nas primeiras felicidades, nas únicas sensações de ventura perfeita que lhe é dado gozar na Terra, sensações mais fortes e suaves que todas as alegrias físicas e conhecidas somente das almas que sabem verdadeiramente amar.

Assim, de grau em grau, sob a influência e irradiação do amor, a alma se desenvolverá e engrandecerá, verá alargar-se o círculo de suas sensações. Lentamente, o que nela não era senão paixão, desejo carnal, ir-se-á depurando, transformando num sentimento nobre e desinteressado; a afeição a um só ou a alguns converter-se-á na afeição a todos, à família, à pátria, à Humanidade.

E a alma adquirirá a plenitude de seu desenvolvimento quando for capaz de compreender a vida celeste, que é toda amor, e a participar dela.

O amor é mais forte do que o ódio, mais poderoso que a morte. Se o Cristo foi o maior dos missionários e dos profetas, se tanto império teve sobre os homens, foi porque trazia em si um reflexo mais poderoso do amor divino. Jesus passou pouco tempo na Terra; foram bastantes três anos de evangelização para que o seu domínio se estendesse a todas as nações. Não foi pela ciência nem pela arte oratória que ele seduziu e cativou as multidões; foi pelo amor! Desde sua morte, seu amor ficou no mundo como um foco sempre vivo, sempre ardente. Por isso, apesar dos erros e faltas de seus representantes, apesar de tanto sangue derramado por eles, de tantas fogueiras acesas, de tantos véus estendidos sobre seu ensino, o Cristianismo continuou a ser a maior das religiões; disciplinou, moldou a alma humana, amansou a índole feroz dos bárbaros, arrancou raças inteiras à sensualidade ou à bestialidade.

domingo, 11 de dezembro de 2016

O Verdadeiro Amor - por Chico Xavier

Vídeo com trecho de entrevista do médium espírita mineiro, Chico Xavier, discorrendo sobre o amor em sua mais perfeita tradução.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Movimento Você e a Paz - Ano 19


O Movimento Você e a Paz é uma atividade promovida pela Mansão do Caminho, que consiste em realizar palestras públicas, proferidas por Divaldo Franco e outros convidados, mobilizados pelo ideal de uma vivência pacífica entre as criaturas humanas, buscando levar os indivíduos a uma reflexão profunda quanto à necessidade de renovação dos sentimentos e mudança de comportamento, a fim de superarem a atual conjuntura de violência e agressividade que se encontram.

Confira a agenda das palestras que serão encerradas, assim como nos anos precedentes, no dia 19 de dezembro no Campo Grande.


















AGENDA:

Data: 11/12/2016
Movimento Você e a Paz – Salvador/Bahia – Rio Vermelho
Domingo – 18h – Rua da Paciência, orla, ao lado da quadra de esportes

Data: 12/12/2016
Movimento Você e a Paz – Salvador/Bahia – Federação
Segunda-feira – 19h30 – Rua Sérgio de Carvalho, no campo de futebol do parque São Brás

Data: 14/12/2016
Movimento Você e a Paz – Salvador/Bahia – Dique do Tororó
Quarta-feira – 19h30 – Píer principal do Dique do Tororó

Data: 16/12/2016
Movimento Você e a Paz – Salvador/Bahia – Farol da Barra
Sexta-feira – 19h30 – Frente ao Farol

Data: 19/12/2016
Movimento Você e a Paz – Salvador/Bahia – Campo Grande
Segunda-feira – a partir das 18h30 – Praça Dois de Julho

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Amor, Paixão e Desejo segundo O Livro dos Espíritos


Em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, na questão 939, os Espíritos esclarecem: "Há duas espécies de afeição: a do corpo e da alma, e toma-se frequentemente uma pela outra. A afeição da alma, quando é pura e simpática, é durável; a do corpo é passageira. Eis por que muitas vezes os que pensavam se amar com um amor eterno se odeiam quando acaba a ilusão." A paixão é a afeição do corpo que nos fala a citação de "O Livro dos Espíritos".

A paixão é desejo, instinto, sensação. É a necessidade possessiva de algo, tornando secundário o que não seja a conquista do objetivo traçado. É como se duas metades finalmente se estivessem a encontrar. Juntas, essas metades sentem-se uma só e separadas parece que lhes falta o essencial.

Quando alguém se apaixona é como se encontrasse tomado por uma ilusão, parecendo ter atingido o pico do Everest quando ainda está a iniciar a árdua escalada. Julga-se completo e inteiramente feliz, mesmo que tudo à sua volta esteja desfeito, não conseguindo perceber carências de qualquer espécie, nem necessidades de evolução ou aperfeiçoamento.

Apaixonarmo-nos é uma experiência fantástica, mas tem um problema: Se a sensação e o prazer forem o seu único carburante e não for acompanhada de uma qualidade de sentimentos que a substancie, a paixão é efémera e temporária! Isto é problemático porque muita gente é viciada em paixão e, não compreendendo este fato, vive constantemente à procura de alimentar a fantasia e a ilusão.

Nós vivemos numa época que privilegia o simplismo. Tudo é bom se for simples, rápido e acessível. Neste contexto social, a paixão é ótima porque é fácil, fugaz e até descartável; pelo contrário, o amor é péssimo pois é difícil, dá trabalho e exige comprometimento. A paixão é preguiçosa, não requer um esforço extraordinário. Mas sem esse mesmo esforço e dedicação não é possível vivenciar o verdadeiro amor, porque o amar é trabalhoso, exige vontade, compromisso e construção contínua.

Amar alguém não significa a existência de sacrifícios de qualquer espécie. Quem faz sacrifícios não ama porque a existência do sacrifício implica a ideia de que é um ato que não desejamos fazer e apenas o fazemos contrariados. Uma mãe que passa meses num hospital a acompanhar o seu filho doente não está a fazer qualquer sacrifício, mas antes a amar com todo o seu Espírito.

Dadas as circunstâncias, não existe outro lugar do mundo onde essa mulher preferisse estar. Ignora as suas necessidades e interesses, não por sacrifício, mas porque é essa a sua vontade. Quem, por vontade própria e por dedicação, decide exceder os seus limites por alguém, está a vivenciar verdadeiro amor.

Não temos de amar, mas nós escolhemos amar. Amar é sermos capazes de, por alguém, darmos um pouco mais de nós, expandir a nossa alma. O verdadeiro amor nos casais românticos, manifesta-se: Pelo desejo de união; pelo apreço pela companhia; pelo respeito pela individualidade do seu parceiro; na vontade de, pelo outro, exceder os próprios limites; no trabalho conjunto pela sua evolução intelectual, moral e espiritual; e no desejo de transformar essa união num laço de afinidade para toda a eternidade. A conclusão da investigação em análise na notícia vem ao encontro desta nossa reflexão.

O amor existente num casal romântico, pedra basilar num relacionamento que se pretende firme e duradouro, é fruto de incontáveis evoluções da espécie humana e do nosso Espírito, e está em permanente sublimação. Os instintos e as sensações, predominantes noutros tempos e épocas, dão agora lugar ao sentimento. Não significa isto que estas características tenham desaparecido, já que elas são naturais no ser humano, antes requerem controle e equilíbrio para que possam ser utilizadas em nosso proveito físico e da nossa evolução espiritual.


Carlos Miguel Pereira, CECA – Centro Espírita Caridade por Amor

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Amor, o Grande Sentido da Vida

Palestra proferida pelo médium e orador espirita, Divaldo Pereira Franco, que expõe sobre o amor como a verdadeira essência da vida.

sábado, 3 de dezembro de 2016

A Lei de Amor


O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento. Não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior, que reúne e condensa em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais. Feliz aquele que, sobrelevando-se à humanidade, ama com imenso amor os seus irmãos em sofrimento! Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo, por sua vez, vem pronunciar a segunda palavra do alfabeto divino. Ficai atentos, porque essa palavra levanta a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, vencendo a morte, revela ao homem deslumbrado o seu patrimônio intelectual. Mas já não é mais aos suplícios que ela conduz, e sim à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve agora resgatar o homem da matéria.

Disse que o homem, no seu início, tem apenas instintos. Aquele, pois, em que os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do alvo. Para avançar em direção ao alvo, é necessário vencer os instintos a favor dos sentimentos, ou seja, aperfeiçoar a estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, como a bolota oculta o carvalho. Os seres menos adiantados são os que, libertando-se lentamente de sua crisálida, permanecem subjugados pelos instintos.

O Espírito deve ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do trabalho atual. E mais que os bens terrenos, ele vos conduzirá à gloriosa elevação. Será então que, compreendendo a lei do amor, que une a todos os seres, nela buscareis os suaves prazeres da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.

Lázaro, Paris, 1862
O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.11, 8.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Especial do Mês


“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... (João,1)”. Sendo Deus Amor, o Verbo é o Amor...

O especial de fim de ano do “Manancial de Luz” tem como tema “o Amor”, essa essência divina que há inata em nossos corações, que une todos os seres e nos harmoniza com as leis naturais que regem o universo.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Filosofando: A Nova Geração Regeneradora

O olhar filosófico espírita do programa “Filosofando”, com Sonia Theodoro debate a lei de progresso; as transformações que virão e as que já são experimentadas pelo homem no mundo, nesse limiar da era de regeneração.



domingo, 27 de novembro de 2016

O Espiritismo e a Filosofia Contemporânea


O texto abaixo foi escrito pelo pensador espírita LÉON DENIS (1846-1927) em novembro de 1918, compondo um dos capítulos de seu último livro “O Mundo Invisível e a Guerra”, um retrato de um dos momentos mais graves pelas quais passou a humanidade durante a I Guerra Mundial (1914-1918).

Neste capítulo, DENIS menciona o trabalho do filósofo Henri Bergson (1859-1941) e cita os aspectos convergentes com a Filosofia Espírita.

“O Espiritismo e a Filosofia Contemporânea


Apresentamos, em largos traços, a rápida marcha e o progresso do Espiritismo, durante 50 anos, em todos os domínios do pensamento, isto é, na Ciência, na experimentação psíquica, na Literatura e até no seio das Igrejas. Falta-nos analisar qual foi a sua influência no movimento filosófico contemporâneo, particularmente na filosofia da escola.

Notemos que esses resultados foram obtidos fora de qualquer organização espírita, sem outros meios de ação ou outros recursos, a não ser o próprio poder da verdade e sem qualquer outra direção, a não ser a que promana do Além. Porém, será esta, provavelmente, a mais segura e a mais eficaz, porque, melhor que os recursos humanos, pode vencer os preconceitos, as rotinas e os mais obstinados contraditores.

Na verdade, todos os que trabalharam com persistência pela divulgação do Espiritismo sentiram-se ajudados e amparados pelo mundo invisível.

Quanto à obra filosófica realizada nesse meio século, não passaremos em revista todos os seus sistemas, para não sairmos do limite deste estudo; tão-somente perguntaremos qual a parte que se deve atribuir à idéia espírita no ensino oficial.

Declaremos, inicialmente, que durante esse período as teorias materialistas não pararam de retroceder e que o espiritualismo tende a substituí-las.

Atualmente, o ensino oficial se baseia na filosofia de Henri Bergson, cuja influência aumenta cada vez mais no exterior ao mesmo tempo em que sua ação sobre os espíritos se torna mais intensa em nosso país.

As ciências psíquicas são familiares a Bergson, que seguiu com atenção o seu desenvolvimento. Ele é o autor de um artigo no Boletim do Instituto Geral de Psicologia, de janeiro de 1904, sobre a visão de clarões na obscuridade pelos sensitivos.

Sua filosofia não é um sistema que se junta aos anteriores. É original e profunda, representando uma verdadeira revolução no mundo do pensamento. Desde Spencer estava aceito que a inteligência é a principal faculdade, o mais seguro meio para se conseguir o conhecimento e abranger o domínio da vida e da evolução.

Ora, Bergson prova que a inteligência, que constitui uma emanação da vida, por si só é impotente para abranger a vida e a evolução, porque a parte não pode abranger o todo, nem o fato reabsorver sua causa. Então o que fez ele? No lugar da inteligência coloca a intuição, e isto constitui um acontecimento da mais alta importância na Psicologia, pois a maior parte das faculdades mediúnicas – a clarividência, a premonição e a previsão dos acontecimentos – se prende à intuição. No dia em que a Ciência achar um método prático para desenvolver essa intuição, ela se aproximará dessas faces misteriosas da alma humana, com as quais esta se limita com a presciência divina e pelas quais se revelam sua íntima essência e sua imensa evolução.

Com o desenvolvimento dessas faculdades, podemos entrever o aparecimento de uma raça de homens que nos superará em poder, tanto quanto o homem atual supera o pré-histórico. Então a alma humana se apresentará com toda a sua grandeza; veremos que ela possui profundos mananciais de vida, onde sempre pode retemperar-se, e que possui picos iluminados pela luz da eterna verdade.

A alma humana é um mundo. Conhece o esplendor das alturas e a vertigem dos abismos. Possui precipícios em cujo fundo rugem as torrentes das paixões. Contém filões plenos de riquezas, e seu destino consiste exatamente em valorizar todos esses tesouros escondidos.

O estudo da obra de Bergson nos mostra, em certos pontos, semelhanças notáveis com a Doutrina Espírita. A vida da criatura, afirma ele, é o resultado de uma evolução anterior ao nascimento. Existe um encadeamento, uma continuidade na transformação, no progresso e, ao mesmo tempo, existe uma conservação do passado no presente. Bergson admite, como nós, que esse passado está gravado na consciência profunda e marca a evolução paralela do ser orgânico e do ser consciente. Aqui estão os termos com os quais define essa evolução:

‘O progresso é constante e prossegue indefinidamente: o progresso invisível, sobre o qual o ser visível se sobrepõe no espaço de tempo que percorrerá na Terra. Quanto mais mantemos a atenção nesta continuidade de vida, tanto mais veremos a evolução orgânica aproximar-se da evolução consciente, em que o passado atua sobre o presente, para dele fazer brotar uma nova forma, que é a resultante das anteriores.’

Sem dúvida, isso é transformismo, porém de tal forma espiritualizado, que se aproxima de uma maneira perceptível da filosofia das vidas sucessivas. Essa noção das existências anteriores vem afirmada e precisada em numerosas páginas de Bergson das quais vão aqui alguns trechos:

‘Que somos nós, que é o nosso caráter senão a condensação da história que temos vivido desde nosso nascimento, e mesmo antes dele, pois que já trazemos conosco disposições pré-natais?’

‘A vida é o prosseguimento da evolução pré-natal e a prova disso é que muitas vezes fica impossível afirmar se estamos tratando com um organismo que envelhece ou com um embrião que continua a progredir.’

Voltamos a encontrar em Bergson a concepção espírita da vida universal:

‘O Universo não está feito, porém se faz sem cessar, crescendo, sem dúvida, indefinidamente, pela junção de novos mundos… É possível que a vida se manifeste noutros planetas e também em outros sistemas solares, sob formas que não imaginamos, em condições físicas que nos parecem, no ponto de vista de nossa fisiologia, inteiramente desconhecidos.’

Segundo Bergson, o princípio da evolução não está na matéria visível e sim na invisível. Ele declara:

‘Todos os novos dados científicos tendem a transpor a evolução, elevando-a do visível para o invisível.’

Pode-se observar que Bergson, na sua obra, fala constantemente da vida e muito pouco da morte. Nenhum filósofo parece ter se preocupado menos com esse passageiro acidente que não põe fim a nada. Para ele, como para nós, a vida triunfa e reina, soberanamente, tanto antes como depois da morte.

Também sobre o livre-arbítrio, a opinião de Bergson está de acordo com o que sempre sustentamos. Afirma ele:

‘A finalidade da vida é colocar a indeterminação na matéria. Indeterminadas (quero dizer imprevisíveis) são as formas que ela cria no correr de sua evolução. Também cada vez mais indeterminada (isto é, cada vez mais livre) é a atividade para a qual essas formas devem servir de veículo.’

Mais adiante acrescenta:

‘A liberdade não é absoluta: admite graus… Somos livres enquanto somos nós mesmos, isto é, em nosso estado de personalidade profunda, porém somos determinados enquanto pertencemos à matéria e à extensão. A personalidade humana é um jato vivo de incontrolável liberdade… A liberdade constitui um fato de experiência interna, uma coisa sentida e vivida, não raciocinada.’

Em síntese, nota-se que o bergsonismo, como a doutrina dos espíritos, dá ao homem mais força para viver e para agir, ligando-o mais intimamente a tudo quanto vive, ama e sofre no mundo.

O materialismo isolava inteiramente o homem: na engrenagem da máquina cega do mundo o homem se sentia reduzido a nada. Porém a idéia muda: assim como o menor grão de pó é solidário com imenso sistema solar, assim também todos os seres vivos, desde as origens da vida, através dos tempos e lugares, não fazem outra coisa senão tornar mais perceptível uma direção única e invisível.

Estão sujeitos uns aos outros, interligam-se e obedecem a um formidável impulso, como uma imensa caravana que marcha através do tempo e do espaço, transpondo os obstáculos e desdobrando-se para além de todas as mortes.

Não existe aí algo de novo na filosofia oficial que, até agora totalmente impregnada de intelectualismo, estava tolhida diante do problema da criatura?

Le Dantec e sua escola buscavam a vida somente na matéria, porém Bergson, colocando mais alto a inteligência e a vida, reabilita, de algum modo, o mundo vivo, encontrando o laço que prende as doutrinas ocidentais às da Grécia e do Oriente, às crenças de nossos pais, àquela filosofia celta, resumida nas Tríades e às quais se terá de voltar, sem dúvida, algum dia.

E, quer Bergson tenha conseguido suas ideias nos seus estudos psíquicos, quer nas inspirações de seu próprio gênio, o fato não é menos notável, no ponto de vista da semelhança das doutrinas, principalmente no que toca às suas vastas consequências morais e sociais.

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Terminando sua magistral obra A Evolução Criadora, Bergson insiste na relatividade dos fatos e na sua impotência para nos darem apenas uma concepção parcelada da natureza. Ataca com vigor os pontos de vista arbitrários de Herbert Spencer, que a Ciência adotou:

‘Não se pode raciocinar sobre as partes como se raciocina sobre o todo. O filósofo deve ir mais além do que o sábio. A inteligência extrai os fatos desse todo que é a realidade. No lugar de afirmar que as relações entre os fatos formaram as leis do pensamento, posso bem imaginar que a forma do pensamento é que determinou a configuração dos fatos percebidos e, conseqüentemente, suas relações entre si.’

Termina da seguinte forma:

‘A filosofia não é somente a volta do espírito para si mesmo, a coincidência da consciência humana com o princípio vivo de onde ela emana, um contato com o esforço criador; ela é o aprofundamento da transformação em geral, o verdadeiro evolucionismo e, por conseqüência, o verdadeiro prolongamento da Ciência, com a condição de que se compreenda por esta última palavra um conjunto de verdades constatadas ou demonstradas, e não certa escolástica nova que apareceu, durante a segunda metade do século XIX, em torno da física de Galileu, assim como a antiga escolástica o havia feito em torno de Aristóteles.’

Todos os espíritos abalizados se impressionarão com a concordância que há nesse ponto entre as maneiras de ver de Bergson e as expostas por Allan Kardec.

Realmente, em matéria de Espiritismo, o Codificador nunca desejou separar a doutrina dos fatos, mas ainda há entre nós quem desejasse limitá-lo a um campo experimental. Isto nos leva a considerações especiais quanto à doutrina dos espíritos.

Ninguém discute que os fatos sejam a base do Espiritismo, a prova da sobrevivência da alma após a morte. Todavia, atrás deles existe toda uma revelação. No Espiritismo o fato não se produz sem um ensinamento, sempre que o fenômeno obtido seja de ordem um tanto elevada.

Os espíritos não procuram comunicar-se conosco a não ser para nos instruírem e nos iniciarem nas grandes leis do mundo espiritual, cujo conhecimento é muito importante, principalmente nos momentos de provação. Foi assim que Allan Kardec compreendeu e sentiu o Espiritismo e porque, em sua obra, ele reúne intimamente a doutrina à ciência. Procedendo assim, ele não atendia a uma vontade pessoal, porém a uma necessidade e à própria natureza do que ele estudava.

O poder de ação, o papel social do Espiritismo não se deve a que ele atende, simultaneamente, a todas as necessidades da alma humana, às múltiplas e importantes urgências do momento atual. O Espiritismo se dirige, ao mesmo tempo, ao cérebro e ao coração, à inteligência, à consciência e à razão.

O que forma o poder e a eficácia do Espiritismo é que as satisfações intelectuais e morais que ele nos apresenta e os ensinamentos que nos proporciona formam, no seu conjunto, majestosa unidade e uma soberba síntese científica, filosófica, moral e social.

Qualquer doutrina que não busque esses diferentes fins carecerá de equilíbrio.

A moral que provém do cérebro é estéril; só a do sentimento e do coração pode tornar o homem realmente humano, acessível à piedade, compassivo para com todas as dores e dedicado a seu próximo.

Não há dúvida de que devemos estudar os fatos dando-lhes a merecida importância, porém, como pretende Bergson, mais além e bem mais alto que os fatos, deve-se verificar a meta para a qual, por seu intermédio, nos conduzem as forças invisíveis pelas ásperas sendas do destino.

Portanto, o Espiritismo não é apenas o fenômeno físico, a dança das mesas, como ainda parecem acreditar alguns homens. Ele é todo um esforço do Além para tirar da alma humana suas dúvidas e suas enfermidades morais, obrigando-a a ter plena consciência de si mesma, realizando seus gloriosos fins.

O Espiritismo é o raio de esperança que vem aclarar nosso sombrio Universo, nossa Terra de lama, sangue e lágrimas; é o raio luminoso que vem clarear as habitações miseráveis, penetrando nas residências tristes onde a desgraça habita e onde gemem os que padecem.

O Espiritismo é o chamado do Infinito; são as vozes que chegam para proclamar o mais nobre e mais poderoso ideal que o gênio humano já sonhou.

Atendendo a esses apelos, a essas vozes, as frontes curvadas sob o peso da vida se levantam e os desesperados, os náufragos da existência cobram ânimo, vendo, no sombrio céu de seu pensamento, brilhar uma aurora que anuncia novos tempos, tempos bem melhores para a humanidade.

O Espiritismo é a comunhão das almas que se chamam e se respondem através do espaço. Graças a ele chegam até nós notícias dos que foram nossos companheiros de lutas na Terra. Pensávamos tê-los perdido e eis que nos sentimos ligados a eles novamente!

É uma grande alegria saber e sentir que estamos vinculados àqueles a quem amamos, unidos através dos séculos, porque a morte é apenas uma ilusão da vista e toda separação é só passageira e aparente.

Não nos sentimos apenas ligados a eles, porém a todas as almas que povoam a imensidão, porque o Universo é uma grande família.

Nos milhares de mundos que giram nos espaços, por toda parte, possuímos irmãos e irmãs que estamos destinados a encontrar e conhecer algum dia e por toda parte existem almas com as quais continuaremos nosso progresso, debaixo de leis sábias, profundas e eternas!

O sentimento e o poderoso instinto da vida e da solidariedade universais despertarão, aos poucos, em nós.

Através desse meio, sentir-nos-emos vinculados aos mais humildes como aos mais nobres espíritos; sentir-nos-emos na mesma categoria dos heróis, dos sábios e dos gênios, teremos a possibilidade de nos reunirmos com eles na luz, quando também houvermos trabalhado, lutado, padecido e merecido.

Finalmente, o Espiritismo é toda a movimentação da vida invisível; um universo vivo – até bem pouco ignorado, exceto por alguns poucos – e que sabemos e sentimos que existe, agita-se, palpita, vibrando em nosso derredor e enchendo o espaço com radiosos pensamentos, pensamentos de amor e inspirações geniais.

Cada vez mais, iremos senti-lo vivendo e agindo, graças ao desenvolvimento de faculdades que se multiplicarão, crescerão e se tornarão comuns a um grande número de pessoas.

Dessa forma, conseguiremos também a valiosa certeza da proteção, do amparo que do Além estende-se sobre nós; a prova de que a solicitude do Alto envolve todos os peregrinos da existência no seu penoso jornadear terreno.

Na luta que está sendo travada para o progresso da humanidade – a grandiosa batalha das idéias – o Espiritismo é o mais forte dos combatentes, porque nele se reencontram a vida e a morte, a Terra e o Céu se reúnem e se ligam para as lides do pensamento.

Lutemos, portanto, com nobreza, habilidade e prudência, porque o mundo invisível está conosco.

Elevemos o nosso brado de esperança e confiança na justiça eterna e consciente que governa os mundos.

Acreditemos, esperemos e trabalhemos.”

LÉON DENIS
Fonte: CEFE – Centro de Estudos Filosóficos Espíritas
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