quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Reflexões sobre o Amor


O amor seria um atributo do ser espiritualizado?

Não exclusivamente.

O amor existe em todos os seres, porém se expressa de forma primitiva nas almas simples e ignorantes e, gradativamente, se manifesta de maneira mais elevada à medida que o ser evolui.

Então, não seria inadequada a designação “amor” nas expressões mais primitivas deste sentimento?

O único amor pleno e perfeito é aquele emanado de Deus, ou seja, o amor divino. Todas as suas manifestações no Espírito, mesmo nos mais evoluídos, embora nos pareçam sublimes, pela nossa limitada percepção, são expressões que jamais se igualarão ao sentimento que irradia da Divindade.

Há quem ame um ente querido de forma dominadora e egoística, que mais parece uma antítese do amor. Poder-se-ia dizer que não existe amor nesta ligação?

O egoísmo é o amor centrado em si próprio. É a maneira rudimentar e psiquicamente infantil com que essa pessoa exterioriza o amor. À proporção que galgar novos degraus na escada do progresso espiritual, o que poderá levar séculos, ela passará a manifestar o amor de forma mais equilibrada.

O amor seria uma peculiaridade exclusiva dos Espíritos como seres humanizados?

Deus é Amor, e, sendo onipresente, este atributo divino está dentro de cada um dos seres do universo. Há, portanto, amor em todos os seres, sejam átomos, minerais, vegetais, animais ou humanos.

Como se pode conceber amor em corpos simples como minerais, por exemplo?

Através das atrações magnéticas profundas, forças que mantêm as partículas unidas.

Como perceber o amor sincero?

Para cada ser, de acordo com sua evolução, há uma verdade relativa. Só se pode dar o que se tem. Seria, também, um amor sincero aquele expresso conforme a limitação do ser; um amor primitivo em seres espiritualmente simples e ignorantes, e pleno de luz em seres angelicais.

Como compreender o amor na dinâmica das energias?

Um sentimento de amor se caracteriza por ondas de alta frequência, uma vibração de ondas curtas, de aspecto luminoso, brilhante e, não raro, uma emanação perfumada.

Como se processa, no mundo espiritual, o amor?

Depende do estágio evolutivo da esfera espiritual. Somos Espíritos, e ao retornarmos, por algum tempo, ao mundo extrafísico, ainda expressaremos os sentimentos e emoções como no mundo físico. O horizonte, no entanto, é sempre de utilização progressiva.

Poder-se-ia dizer que o amor, sendo um sentimento que se expressa conforme o nível de cada ser, se apresentaria como algo nocivo?

Existem as patologias diversas de um amor enfermo, por exemplo: o egoísmo, que se traduz como amor ao próprio “eu”, é a doença básica do amor, da qual se derivam outras patologias; a calúnia é a loucura nefasta do amor e a ambição, um amor em destempero e desvairado.

Como inserir a fraternidade e a autodoação como formas de manifestação do amor?

A fraternidade é uma exteriorização do amor, que se espraia além dos mais próximos, expandindo-se a círculos mais amplos.

Autodoação é a manifestação de amor daquele que já encontrou Deus dentro de si. Aquele que doa a si próprio, oferecendo seus valores, conhecimentos e afeto ao próximo, fazendo-o com naturalidade e felicidade, é um ser que exerce a autodoação.

Como definir o amor verdadeiro e puro?

O amor é a força que preside a ordem do universo, a energia que une tudo a todos, o ideal que liberta e eleva o ser, o impulso nobre pelo progresso e engrandecimento da humanidade.


Ricardo Di Bernardi

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