sábado, 17 de outubro de 2015

Conduta e Enfermidade


Que nosso viver é uma consequência do que pensamos, dizemos e fazemos, não poderá padecer dúvida alguma, tal a profundidade da lógica que essa afirmação concentra em si mesma. O pensamento é poderosa força que escapa aos meios de percepção normais como aos recursos de avaliação da Ciência terrena; entretanto, para os que se dedicam ao estudo sério, não somente das forças psíquicas, como da alma em geral, esse poder é notório e concentra em si as razões de muitos efeitos aparentemente atribuídos a causas puramente físicas, quando em realidade têm nele a sua origem.

Cada criatura possui um estado vibratório que lhe é peculiar, definido por uma frequência representada pelo somatório de todas as vibrações particulares, cada qual resultante de um de seus atributos: quer sejam eles virtudes ou defeitos. Será óbvio concluir que se atribuirmos às virtudes valor positivo na economia do ser, resultará para os defeitos o valor negativo.

Vivemos permanentemente imersos num campo vibratório global, resultante dos pensamentos de todas as criaturas existentes, encarnadas ou desencarnadas. Ele é o universo mental que nos envolve e de cuja influência não nos poderemos eximir, malgrado nosso. Emitimos continuamente energias mentais e, por nossa vez, as recebemos dos semelhantes. Evidentemente, a força potencial de cada energia mental emitida dependerá de uma série muito vasta de fatores, que restringem ou ampliam seu poder ativo.

Quando Jesus afirmou “sois deuses” (João, 10:34) referia-se ao poder criador do pensamento de que a grande maioria dos homens sequer suspeita e, muito menos, sabe aplicar conscientemente. Com ele poderemos atrair o bem e o mal, a ventura ou o infortúnio, a enfermidade ou a saúde, criando forças de atração ou repulsão que nos atingirão a estrutura sensível do perispírito, que comanda as atividades do corpo físico, segundo a vontade do Espírito, sede do pensamento e senhor de todo o conjunto.

Segundo nos informam Emmanuel e André Luiz por meio da farta literatura, trazida à luz pela insuspeita mediunidade do nosso querido Chico Xavier, as enfermidades vêm de dentro para fora; do espírito para a matéria. Quem enferma é o Espírito. O corpo material apenas exterioriza seu estado de desequilíbrio. No processo das expiações como a paraplegia, o mongolismo, a cegueira e outras mais, é o Espírito quem traz os ascendentes necessários ao resgate, cuja origem reside, inevitavelmente, no mau uso feito da liberdade outorgada pela Divina Sabedoria, quando a criatura aplicou, em desacordo com o respeito devido aos direitos alheios, suas energias mentais, criando com isso o determinismo indispensável da reparação. Então, ele próprio causou a mutilação com que se apresentará seu corpo físico, conhecendo, desse modo, todo o sofrimento causado à sua vítima.

É curioso notar que, quando se espalha uma epidemia, enquanto uns são atingidos por sua ação danosa, outros se conservam ilesos. Devemos compreender que nosso estado vibratório poderá sintonizar-se ou não com determinada frequência. Quando a sintonia se estabelece, atraímos para nós a energia congênere, mas se não há sintonia, a energia é repelida. São infinitamente variáveis os estados mentais com que atraímos enfermidades; desde o desequilíbrio da intemperança, até a invigilância com relação às chagas morais com que levamos infortúnios e aflições aos semelhantes, as quais invariavelmente têm origem no nosso pensamento, pois o ódio, a intolerância, a vingança, a desonestidade, a crítica, o despeito, a inveja e outros males dessa mesma ordem, produzem energias altamente venenosas que são absorvidas por nossa natureza espiritual, transformando-se em enfermidade. Foi o divino Mestre quem nos ofereceu a medicação preventiva para nos precatarmos de tais efeitos enfermiços, sentenciando:

“E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também”. (Lucas, 6:31.)


Mauro Paiva Fonseca

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