quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O Papel Social da Doutrina Espírita



O panorama social do planeta é confuso. Os noticiários deixam a nítida impressão de que o tecido social está se rompendo e que os mecanismos de repressão são os únicos instrumentos utilizados pelas comunidades para manterem certa estabilidade no meio, sabe-se lá até quando. Desamparo, mendicância, crianças abandonadas, doentes sem assistência médica e psicológica, velhos desabrigados forma todo um contingente de irmãos necessitados de sobrevivência material, moral e espiritual.

A estrutura da sociedade como um todo está se fragmentando rapidamente. A degeneração das relações de companheirismo entre os homens indica que ele esqueceu de uma coisa importante para sua formação básica: A LEI NATURAL. Ensinar-lhe essa lei seria o papel das religiões. Mas, por causa de seus próprios limites elas não o cumpriram.

A humanidade construiu seus valores em cima de estruturas perecíveis que agora dão mostras de sua transitoriedade e ineficácia. O materialismo se desmantela com o caos do sistema financeiro se instalando em todo o mundo. O desemprego, gerado pela automatização e explosão populacional, prolifera multiplicando os dramas individuais. O homem, vendo seu castelo de cartas ruir, naturalmente se desespera, pois não vê saída para seus problemas.

O Espiritismo, segundo Allan Kardec, teria o papel de agente modificador desse panorama. Sua proposta não deveria ser excessivamente assistencialista ou estritamente espiritualista. Levada a sério, a Doutrina Espírita poderá modificar a sociedade com a possibilidade de modificar o homem.

Há outra saída para a humanidade além da dor. Ninguém poderá deter a transformação do planeta, pois ela obedece a Lei de Deus, moldando-se conforme um plano preparado há milênios. A Doutrina Espírita abre um leque fantástico de conhecimentos acerca da moral e do aperfeiçoamento. Cumpre aproveitarmos e VIVENCIARMOS as lições recebidas. As palavras de Jesus, "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo" e o exposto na parábola do Bom Samaritano tornam bem clara esta questão.

Não nos basta sermos “bons” e pertencermos ao grupo A ou B... É IMPERIOSO PRATICARMOS O BEM.

A reforma íntima é uma necessidade. Paradoxalmente, não haverá reforma íntima sem contato com o nosso próximo. Como amar sem ter AÇÃO para o amor?

“Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito.” (Jesus)
Em que consiste essa perfeição? “.amar os inimigos, fazer o bem aos que vos odeiam, orar por aqueles que nos perseguem.” (Jesus). Ora, a essência da perfeição é a caridade! E caridade é ação no bem! Mas, como poderemos agir no bem? Movimentos geram movimentos. A nossa ação no bem sempre se alinhará com outras iniciativas, que gerarão movimentos sociais em prol dos nossos irmãos menos favorecidos. Agindo no bem, implantaremos o amor em nós e em torno de nós. Abriremos espaço para a fraternidade, alteridade, paciência, tolerância, compaixão e honestidade integral.

O que nos falta, então? Amor no coração, bondade no olhar, ternura nos gestos, lealdade nas relações, sinceridade na palavras, tolerância nos julgamentos… Mesmo assim, podemos ser felizes... Mas, o nosso conceito de felicidade está difuso. A nossa felicidade está associada a ter coisas, ter status, ter reconhecimentos e ter direitos.

Esquecemos que a vida é uma balança de direitos e deveres. Não há como ser feliz se o nosso irmão está infeliz, se no mundo ainda há infelicidade. E, depois, não há como esquecer das drogas, da fome, das guerras, da miséria, da ignorância...O conceito de felicidade está implícito, pois, no desejo de um mundo melhor.

Um mundo que será construído por nós e onde alcançaremos a felicidade através desse processo de construção recíproca.

O paradigma Holístico propõe um novo foco. Propõe que o Universo é um todo dinâmico que se relaciona. Toda ação que realizamos ecoa no universo e reverbera pelos outros elementos. A nossa relação é de Co-criadores, com Deus.

"Mas é chegado o tempo de um reajustamento de todos os valores humanos. Se as dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos "ais" do Apocalipse, a espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico, conduzindo-as para o bem de toda a humanidade."(Emmanuel)

A Doutrina Espírita, como movimento renovador, tem um papel considerável no seio da humanidade. Pelas verdades fundamentais que traz, preenche o vazio que a incredulidade faz das idéias e das crenças; pela certeza de um futuro conforme a justiça de Deus, tempera as agruras da vida e evita os funestos efeitos do desespero; dissipa a incredulidade e a superstição, dando a conhecer novas leis da natureza; encoraja o fraco, mostrando-lhe o fim a que pode atingir; destrói o império da fé cega; emancipa a inteligência do homem e levanta a sua moral (RE - 1866 - outubro - pag. 298).


Fonte: NELUZ

Bibliografia consultada:

Kardec, Allan .: Evangelho segundo o espiritismo e Livro dos Espíritos;
Celso Martins: Por um mundo melhor;
Wanderley S. Oliveira/ Esp.
Érmance Dufaux: Laços de afeto, Mereça ser feliz e Reforma íntima sem martírio;
Peres, N. P.: Manual prático do espírita;
F. Cândido. Xavier/ Esp. Emmanuel: A caminho da luz;
Revista Espírita - 1866 - outubro - pag. 298

Nenhum comentário:

^