quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cultura de Paz

Síria cumpre prazo para destruir instalações de produção de armas químicas





BEIRUTE, 31 Out (Reuters) - A Síria destruiu ou tornou inoperáveis todas as instalações de fabricação e mistura de armas químicas no país, cumprindo um importante prazo no ambicioso plano de desarmamento definido pela comunidade internacional, disse nesta quinta-feira a organização internacional responsável pelo desarmamento químico.

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), ganhadora do Prêmio Nobel da Paz neste mês, diz ter inspecionado 21 das 23 instalações apontadas pela Síria. O acesso às outras duas era perigoso demais, mas a Opaq disse que os equipamentos químicos desses locais já haviam sido transferidos para outras instalações que foram inspecionadas. Uma terceira instalação foi inspecionada remotamente.

O prazo para tornar as instalações inoperáveis terminava em 1º de novembro. Agora, a Opaq e o governo sírio têm até o dia 15 de novembro para definir um plano de destruição detalhado para as mais de mil toneladas de munições e agentes químicos em poder da Síria.

O plano de desarmamento resultou de um acordo entre Rússia e EUA, para evitar que o governo norte-americano bombardeasse a Síria em represália contra um ataque com gás sarin que matou centenas de civis nos arredores de Damasco em 21 de agosto.

"Este foi um importante marco no esforço por eliminar o programa de armas químicas da Síria", disse Ralf Trapp, especialista independente em desarmamento químico.

"A maioria dos sites e instalações declarados pela Síria e pela Opaq foi inspecionada, seus estoques foram verificados, o equipamento para a produção de armas químicas foi inutilizado e colocado fora de uso, e algumas armas não preenchidas também foram inutilizadas."

O governo de Bashar al-Assad aceitou abrir mão do seu arsenal químico apesar de negar a autoria do massacre de agosto, pior incidente com armas químicas no mundo desde o ataque a curdos do Iraque em 1988.

Assad tem até meados de 2014 para destruir todo o seu arsenal químico.

A missão da Opaq ocorre em meio a uma guerra civil que já dura mais de dois anos e meio e deixou mais de 100 mil mortos. Havia preocupações de que não houvesse condições para um desarmamento efetivo, mas a Opaq diz que as autoridades sírias estão cooperando.


(Reportagem adicional de Anthony Deutsch)


Nobel da Paz 2013


Organização para a Proibição de Armas Químicas leva o Nobel da Paz 2013


A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) venceu o prêmio Nobel da Paz de 2013 pelo seu trabalho em eliminar armamentos que assombram gerações desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) até o conflito civil na Síria. A Opaq foi formada em 1997 para impor a Convenção das Armas Químicas, o primeiro tratado que proíbe esse tipo de armamento.

Com base em Haia, na Holanda, teve seu trabalho fora dos holofotes até esse ano, quando as Nações Unidas convocou seus especialistas para ajudar na investigação dos supostos ataques químicos na Síria.

"As convenções e o trabalho da Opaq definiram o uso de armas químicas como um tabu sob a lei internacional", disse o comitê do Nobel. "Os últimos eventos na Síria, onde as armas químicas foram novamente usadas, destacaram a necessidade de fortalecer os esforços para livrar o mundo dessas armas."

O diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, disse que o prêmio era um reconhecimento do trabalho do grupo pela paz mundial nos últimos 16 anos. "Mas é também um reconhecimento dos esforços da nossa equipe, que estão agora na Síria, que estão, de fato, fazendo um corajoso esforço lá para cumprir suas obrigações", disse a uma TV norueguesa.

A divulgação do Nobel de Economia 2013 encerrará a rodada na próxima segunda-feira (14). Os prêmios serão entregues no dia 10 de dezembro, data da morte do fundador do evento, o sueco Alfred Nobel, químico, engenheiro e industrial, conhecido também pela invenção da dinamite. Ele não deu detalhes do que a organização pretende fazer com o prêmio no valor de US$ 1,2 milhão.

Ao dar o prêmio a uma organização internacional, o comitê do Nobel encontrou uma maneira de destacar a sangrenta guerra civil síria, que está em seu terceiro ano, sem dar preferência a nenhum grupo envolvido. A guerra já deixou mais de 100 mil mortos e forçou mihões de sírios a deixar suas casas e o país, segundo a ONU.





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