segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Auto-observação como Chave para uma Recordação de Vidas Passadas


A sua vida presente e as suas mais diversas circunstâncias contêm frequentemente chaves para vidas passadas. Sendo assim, quando se encontrar descontraído e tiver algum tempo livre, tente fazer um pouco de autoanálise. A partir de uma perspectiva independente, em que não faz qualquer juízo ou crítica, observe e pense nos seus talentos e capacidades. De onde é que eles vieram? Herdou-os dos seus pais ou poderá dar-se o caso de que se encontrem ligados a uma vida passada?

Um exemplo clássico de um talento potencialmente herdado de uma vida passada é a capacidade de Mozart escrever sinfonias quando ainda tinha cinco anos. Seria fácil considerar a hipótese de Mozart ter sido músico em vidas anteriores, ter melhorado os seus talentos e transportá-los para a vida em questão.

Uma facilidade para uma determinada língua ou uma afinidade com uma determinada cultura também poderão constituir uma chave para uma origem de vidas passadas. Por exemplo, num dos meus cursos conheci um homem branco nascido em Oklahoma que passava todas as suas férias na Jamaica. Adora o seu povo e a sua cultura e compreende-os como se fosse um nativo. Mais ainda, sente-se "em casa" desde a primeira vez que ali chegou. Pode usar os seus talentos atuais como meio de focagem para ter acesso a vidas passadas através de técnicas de regressão hipnótica ou de técnicas de visualização.

O remanescente de experiências negativas que possa ter tido noutras vidas poderá vir à superfície sob a forma de medos ou de fobias. Faça um inventário a seu respeito. Tome consciência de quaisquer medos ou fobias que possa ter. Pergunte a si próprio: De onde é que veio este medo? Porque é que eu o tenho? Aconteceu-me alguma coisa em criança que o pudesse ter provocado? Tive sempre este medo?

Se não conseguir encontrar uma origem para o medo e chegar à conclusão de que é qualquer coisa que sempre teve, comece a desempenhar o seu papel, a sonhar e a visualizar, e verá como pode vir a encontrar a fonte numa vida passada.

E importante salientar que para se ter sucesso neste exercício, como em qualquer outro, necessita de adotar uma posição em que não faça juízos ou qualquer crítica. Por exemplo, se descobrir um medo da água e fizer afirmações do gênero: "Oh, tenho muito medo da água; sou um cobarde e é tudo quanto posso dizer", nunca virá a encontrar uma possível ligação com uma vida passada em que se afogou.

Embora haja algumas pessoas que encontrem uma determinada afinidade com uma certa cultura, outros são rejeitados por determinadas áreas do mundo. Uma dona de casa e mãe de três crianças recordou ter tido um grave ataque de pânico quando o avião em que viajava aterrou no Aeroporto de Atenas, no primeiro dia da sua lua de mel. Insistiu em que ela e o marido deviam deixar a Grécia de imediato. Voaram para Roma e mais tarde para Paris, sem que se tivessem voltado a repetir os sintomas aterradores, tendo passado uns dias maravilhosos.

Numa sessão de regressão realizada alguns anos mais tarde a mulher recordou uma vida como grega, em que a multidão a condenou à morte por causa das suas crenças, empurrando-a de um penhasco. Os críticos poderão contrapor que o pânico desta mulher por causa de ter aterrado na Grécia poderia ser devido a medos reprimidos por causa do seu casamento. Mas o desaparecimento completo dos sintomas quando chegaram a um outro país refuta qualquer argumento deste tipo.

Há outros que descobrem pistas sobre vidas passadas através de experiências de déjà vu. Já alguma vez teve um sentimento estranho de "ter estado ali antes" quando visitou aquele lugar pela primeira vez? Depois de uma das minhas palestras, um casal com idades que mal haviam ultrapassado os cinquenta anos contaram-me o que se passara durante uma viagem que haviam feito a Itália. Era a sua primeira viagem àquele país e nenhum deles compreendia ou falava a língua. O casal alugou um automóvel e perdeu-se a caminho do Norte da Itália. Cada vez mais ansiosos à medida que a noite se aproximava, entraram numa pequena cidade.

De um momento para o outro a esposa teve uma sensação estranha de déjà vu. A cidade parecia-lhe fantasmagoricamente familiar. O marido descreveu o olhar vidrado com que ela ficou de repente. Sentiu-se chocado quando ela começou a falar italiano com os aldeões, que partiram do princípio de que ela conhecia a língua deles. De fato nunca estudara ou falara italiano na sua vida. Pelo menos nesta vida.

Já alguma vez se sentiu invadido por um devaneio espontâneo em que se julgava num local diferente, num tempo diferente e encarnando num corpo diferente? Poderá não ser apenas uma questão de sonhar acordado. É frequente as crianças referirem-se a situações deste gênero que poderão ser recordações de vidas passadas. Mas também acontece com muitos adultos.

Já alguma vez sentiu uma particular e inexplicável atração por alguém ou uma enigmática repulsa por uma outra pessoa qualquer? Poder-se-ão ter encontrado numa outra vida.

Observe aquilo de que gosta e de que não gosta, as suas roupas e os seus hábitos. Quais são os seus traços de personalidade dominantes. Em casa olhe à sua volta. Quais são os estilos de arte e de mobiliário que se encontram presentes? Quais são os estilos de decoração. Conserve uma mente clara, calma e aberta enquanto olha à sua volta. Uma das minhas pacientes não conseguia descortinar qualquer padrão nas suas recordações. Negava ter uma afinidade ou atração por qualquer período ou cultura histórica em particular. Foi a pessoa que a acompanhara à sessão que salientou o fato da casa da paciente estar repleta de arte japonesa do século XIX! Sendo assim, descontraia-se e não negligencie a possibilidade de verificar o que tem à sua volta.

Não se preocupe com a possibilidade dessa informação ser ou não "real". A sua mente está a produzir esse material e o seu efeito terá o mesmo efeito dos sonhos. Isto é, esse processo estimulará a sua mente para tornar cada vez válido o material de vidas passadas. Inicialmente a sua meta seria a de abrir portas e de estabelecer caminhos. Mais tarde, com a experiência, poderá ser mais analítico. Saberá perfeitamente quando chegar a altura.


Brian Weiss, do livro “O Passado Cura, A Terapia através de Vidas Passadas”.

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