sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A Doutrina Espírita e as Obras Básicas - Por Yvonne do Amaral

Um artigo extraído do livro “Pelos Caminhos da Mediunidade Serena”, que reúne uma série de entrevistas e pensamentos da médium Yvonne do Amaral Pereira, em que ela expõe a sua preocupação com a importância das obras básicas de Kardec para a doutrina espírita, chamando a atenção para o estudo e a manutenção da sua pureza doutrinária.



Em Defesa de Kardec


Muito frequentemente, ouvimos adeptos do Espiritismo, declararem, não sabemos, baseados em que autoridade, que os códigos firmados por Allan Kardec foram “ultrapassados”, por obras espíritas modernas, incluindo também Léon Denis, a par do Codificador nesse conceito irreverente.

Mesmo alguns espíritas de certa circunspeção têm afirmado tal à novidade de suas tribunas, incorrendo, portanto, em melindrosa responsabilidade perante a doutrina.

No entanto, bastará pequeno raciocínio para observamos que, nem Allan Kardec, nem Léon Denis foram ultrapassados agora, e nem serão tão cedo, assim como não foi o Evangelho , que há dois mil anos, aos homens o mais perfeito código de moral até hoje conhecido, código que, não obstante ainda não é acatado pelos próprios cristãos, com poucas exceções visto que a própria Terra, com seus prejuízos de planeta inferior, não comporta por enquanto, a prática integral de tão elevados, princípios. E não poderia Allan Kardec estar ultrapassado, porque ainda não apareceram, depois dele, no mundo inteiro obras melhores que as por ele firmadas, sobre o mesmo assunto.

A humanidade, por sua vez, ainda não foi despertada pelos ensinamentos que os livros deles apresentam, e os próprios espíritas os conhecem tão poucos que, no próprio movimento espírita, são eles ainda desconhecidos nas suas mais belas e significativas expressões.

Conhecemos até mesmo médiuns, cuja instrução doutrinaria, se limita a uma única leitura de o evangelho segundo o espiritismo, e orientadores de sessões que apenas leram (dizemos leram e não estudaram) uma só vez o livro dos Espíritos, desconhecendo completamente as demais obras clássicas que com elas formam a estrutura doutrinária espírita; não assimilaram os dois compêndios lidos e por isso consideram superado o grande codificador, porque se integraram somente nas obras modernas, as quais, conquanto excelentes, apenas irradiam detalhes extraídos da base já revelada. Isso acontece até mesmo com presidentes de centros e oradores o que vem a ser de suma gravidade. Se quisermos raciocinar serenamente, sem paixões nem ideias pessoais, constataremos que os nobres espíritos incumbidos da instrução aos humanos assim não pensam.

Consideram antes Allan Kardec o mestre terreno ainda credenciado para tudo quanto voluteie em torno do espiritismo, tanto assim que tudo quanto escrevem ou ditam aos seus médiuns é baseado nos códigos kardecistas, vazados deles e neles inspirados sendo todas as teses apontadas a desenvolver em suas produções as mesmas estudadas por Kardec, além daquelas também colhidas no Evangelho Cristão.

Allan Kardec poderá ter sido ampliado, talvez completado nos seus ensinamentos pela obra ditada do espaço visto ele próprio haver afirmado que apenas estabelecida os primeiros passos doutrinários mas ultrapassados não!

Mesmo assim vemos que essa ampliação, esses complementos são inteiramente assentados em duas obras porque, se não o forem, estarão deslocados, serão ilógicos e suspeitos , o próprio raciocínio os repele diante da leitura desconexa que apresentam, como sucede a várias obras que não logram o apoio da maioria dos leitores justamente pela ausência da dita base kardecista.

Precisamos refletir que Allan Kardec somente será superado no dia em que ele mesmo aparecer na Terra, reencarnado para prosseguir o assunto ou outro à altura do mandato insigne, e quando já a maioria dos espíritas, pelo menos, tiver adquirido amplo conhecimento da revelação por ele obtida dos espíritos superiores.

Os códigos Kardecistas serão sempre surpreendentes novidades para aqueles que os consultarem pela primeira vez, como o nascimento de Jesus Nazareno de Belém de Judá é novidade para aquele que no fato presta atenção , não obstante o dito fato haver se passado há quase dois mil anos.

Se os próprios espíritas desconhecem as verdadeiras bases da doutrina que professam, como ousaremos declarar superada a obra de Kardec? Essa obra é imortal como imortal é o Evangelho, uma vez que ambos são revelações divinas e sempre existirão cérebros e corações necessitados de renovação e esclarecimento através deles .

Por enquanto é, com efeito, a fonte kardecista a única habilitada em assuntos de espiritismo capaz de expandir renovações para o futuro, visto ser o alicerce de quanto existe a respeito, até agora. O mais que podermos aceitar é que, em futuro talvez próximo a obra de Allan Kardec, poderá sofrer uma revisão uma vez que ele próprio preveniu esse acontecimento.

Para os espíritas, pois Kardec ainda é o grande desconhecido, dado a minoria que o conhece plenamente.

Ele tratou de ciência, de filosofia e de moral e tais matérias, de sua grandeza, não podem ser apenas lidas uma ou duas vezes, mas estudadas continuadamente, com método analítico, observação acurada, amor e perseverança a fim de serem bem compreendidas e praticadas , e não interpretadas e sofismada , como vemos acontecer de quando em vez...



Yvonne do Amaral Pereira

Do livro “Pelos Caminhos da Mediunidade Serena”, de Yvonne do Amaral Pereira, pag.167 “Em Defesa de Kardec”.

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