segunda-feira, 25 de junho de 2012

Gotas de Luz




Magnetismo – Parte I

Quando surgiu o Magnetismo?

Paracelso (Philip Theophraustus Aureolus Bombastus Von Hohenheim- 1493-1541), notável alquimista e médico suíço que se projetou na Idade Média, foi um dos grandes desbravadores do terreno do magnetismo, tendo, por suas ideias renovadoras e “revolucionárias”, chegado a ser afastado do cargo de professor que ocupava com destaque. Ele é apontado, inclusive, como o criador da palavra magnetismo, quando comparou as forças “viventes” ao imã (magnete). Mas, modernamente, em nossa cultura ocidental, Mesmer (Franz Anton, 1734-1815), um médico alemão, é apresentado como o responsável pela codificação e demonstração prática do magnetismo, por ele trazido como “Teoria do Magnetismo Animal”. Todavia, desde os mais antigos registros feitos pela Antropologia e Sociologia são acusados comportamentos humanos indicativos da utilização do magnetismo como método de cura e busca espiritual, como fortalecimento dos potenciais orgânicos e fisiológicos e também como técnica de conservação e embalsamento de corpos. Registros bíblicos são fartos nesse sentido, tanto quanto a maioria dos livros basilares de antigas religiões orientais; assim o são também pesquisas antropológicas que estudam comportamentos mortuários de antigas civilizações. Portanto, não há uma data ou um período preciso que confirme a “implantação” do magnetismo no seio da humanidade, sendo, por isso mesmo e por todas reflexões sérias a respeito, permitido se diga que há magnetismo no mundo desde que o mundo é mundo.

Há relações entre o Magnetismo e o Espiritismo?

Há, e não são poucas, especialmente no campo prático dessas ciências. A propósito, Allan Kardec (Magnetismo e Espiritismo, em Revista Espírita, março de 1858, p.95) teceu ponderações a respeito que valem a pena ser aqui reproduzidas:

“O magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização das ideias sobre a primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas há apenas um passo; sua conexão é tal que, por assim dizer, é impossível falar de um sem falar do outro. Se tivermos que ficar fora da Ciência do magnetismo, nosso quadro ficará incompleto e poderemos ser comparados a um professor de Física que se abstivesse de falar da luz.

“(...) A ele (o magnetismo) não nos referiremos, pois, senão acessoriamente, mas de maneira suficiente para mostrar as relações íntimas das duas Ciências que, na verdade, não passam de uma.” (grifei)

Bem se vê serem muito estreitas as relações entre essas duas ciências.

A despeito disso tudo, quero aditar um comentário paralelo. É digno ressaltarmos que na obra de Allan Kardec vamos encontar inúmeras vezes o termo magnetizador no sentido do que hodiernamente chamamos de passista ou médium passista. Por outro lado, os Espíritos, sempre que se referem ao fluidos vitais e espirituais e não aos campos magnéticos como a Física determina e denomina.

Poder-se-ia dizer, então, que todo magnetizador é também espírita?

Não. Apenas a convergência dos princípios fluídicos (energéticos) daquelas ciências indica as estreitas ligações verificadas em suas práticas. Muitos magnetizadores sequer acreditam nos Espíritos e nem por isso deixam de ser por eles observados e ajudados. Agora, ser magnetizador e crer, de forma ativa e positiva, nos Espíritos, potencializa sobremaneira as práticas magnéticas, chegando a realização de verdadeiros milagres, tal como sugeriram os Espíritos a Kardec (vide O Livro dos Médiuns, cap.14, item 176, questão 4ª)


Do livro “Cure-se e Cure pelos Passes”, capítulo 2, de Jacob Melo.

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