segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Atualidades Espíritas


Porfiar no Bem


Por Jane Martins Vilela


Há que ter cautela, vigilância, na vida como um todo, mas, no que tange às informações passadas pela mídia, isso se torna uma grande necessidade atualmente. Passa-se uma ideia negativa demais. Fala-se e mostra-se pouco do amor, sua beleza, sua grandeza, o amor por excelência, o amor que leva os seres à felicidade, o amor como ação no bem, no belo, no nobre, no correto.

Os velhinhos, que já estão limitados pelo declínio das forças, ficam sentados na frente da TV e, ao verem notícias desagradáveis, ficam com a impressão de que o mundo não tem mais solução, “que não tem jeito”, dizem eles.

O Evangelho segundo o Espiritismo é bem claro no comentário de que se os bons não fossem tão tímidos o mal de há muito se teria extinguido da Terra. Há que se fazer o bem e o bem incessantemente, perseverando sempre nele, porque, afinal, o bem faz bem e aquele que o pratica haure os benefícios que dele retornam.

É de André Luiz, no livro Sinal Verde, psicografado por Chico Xavier, as frases: “Só existe um mal a temer: aquele que ainda exista em nós”, “Não parar na edificação do bem, nem para colher os louros do espetáculo, nem para contar as pedras do caminho”, “A tarefa parece fracassar? Siga adiante, trabalhando, que muita vez é necessário sofrer, a fim de que Deus nos atenda à renovação”, “Cada boa ação que você pratica é uma luz que você acende em torno dos próprios passos”.

No 31º Festival de Música de Londrina, acontecido em julho último, pudemos presenciar espetáculos belíssimos, alguns mesmo sublimes, que nos faziam parecer estar em regiões espirituais elevadas. É bom ver o bem, o belo, assim levados em massa às plateias. É bom ver o bem difundido em teatros e pelas ruas. Pudemos ver projetos sociais envolvendo jovens, como foi o caso da encantadora Orquestra Lira de Tatuí, de São Paulo, formada por jovens de 9 a 19 anos de idade, orquestra impecável na coreografia, dança, som e criatividade. A plateia se emocionou quando, ao som de “As Rosas Não Falam”, algumas crianças da Orquestra distribuíram rosas para o público que, ao final, a aplaudiu de pé. O coordenador do grupo, no agradecimento, foi muito ovacionado ao dizer: “Quando virem notícias desagradáveis na mídia, parecendo que tudo está ruim, que o mal está imperando, mudem o pensamento, pensem coisas boas.

Pensem que há pessoas, muitas pessoas fazendo coisas boas por toda a parte. A Orquestra Lira de Tatuí é uma delas”. É o bem sendo difundido, afinal. Pergunta-se qual é a religião? Não. O que importa é o bem que se faça.

Na última questão de O Livro dos Espíritos, a 1019, Allan Kardec indaga com propriedade se jamais o reino do bem poderá ter lugar sobre a Terra. São Luís respondeu: “O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.

Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados.

Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original?

Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais. Todos vós, homens de fé e de boa- vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado. Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias”.

A resposta dada pelo benfeitor espiritual e registrada por Kardec é uma mensagem de esperança para que não nos deixemos envolver pelos assuntos e notícias negativos, pelas novelas e filmes onde somente medram crime e violência. Lembremos que há pessoas fazendo o bem na nossa amada Terra. Podemos ser uma delas. Não nos cansemos de fazer o bem e de amar, amar até o fim, amar e porfiar no bem.

Acautelemo-nos e vigiemos para não sermos envolvidos pela sombra do mal que ainda vige, mas que a claridade do bem seja em nossas vidas como o sol da aurora que varre as trevas da noite. Tenhamos esperança e prossigamos com Jesus, amando sempre mais.



Fonte: Jornal Espírita O Imortal, edição agosto/2011

Nenhum comentário:

^