quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Fé segundo Pietro

Para encerrar o mês em homenagem a Pietro Ubaldi reservamos a mensagem" Fé", do seu livro "Ascese Mística", na qual o emérito missionário do Cristo descreve como se estabelece a relação entre o humano e o Divino em cada um de nós.





















"A fé não é uma renúncia às faculdades de pensar, ela é antes um estado de graça, que vê e conhece por outras vias e conserva em si a sua alegria infinita; é uma doação em que nada se perde, porque àquele amor e àquela confiança responde o Universo, retribuindo com novas doações; não é cegueira senão para os cegos, porque naquela cegueira se abre a visão e se revelam os céus e aparece fulgurante o pensamento de Deus."

Concebo a consciência como unidade radiante, o eu evolvido como noúre que tende perenemente à difusão, à dilatação de si mesma, que é centro de emanações contínuas. Como, pois, se rompe o círculo fechado da razão e se penetra no céu da intuição e da visão? Como se conquista, com os limitados meios de uma dimensão conceptual inferior, o domínio da dimensão superior? Com a fé. A técnica vibratória nos dá a chave do mistério.

A razão é objetiva. Quer, antes de crer, assegurar-se e, só debaixo de seu controle, confiar. Mas, o método da prudência e da segurança não é o método do vôo. Se não rompermos, por evolução, o círculo em que se fechou a razão, esta jamais sairá dele e dentro dele, impedida de evadir-se, retorna sempre sobre si mesma. E é impossível rompê-lo por evolução, a não ser mediante a introdução na consciência de fatores novos, capazes de lhe dilatarem a potencialidade. Fé é como se designa o ato psicológico com que se introduzem esses fatores novos.

Para que serve permanecer no campo da positividade e da segurança, se este é tão limitado e não oferece possibilidade de expansão? A verdade universal já está totalmente pronta e presente, escancarada diante de nossos olhos. Criá-la não é o que nos compete fazer, mas sim desenvolver a vista para vê-la. Retoma-se, pois, todo o problema, mediante uma transformação de consciência. " "

Não se trata de fé louca, do credo quia absurdum ("Creio porque é absurdo"), desesperada capitulação da razão que pretende ser sempre a única a falar, até fora de seu campo. Que esta se extinga para sempre, dobre-se em suas expressões caricatas e permaneça fechada em seu âmbito.

Podemos compreender que o problema do conhecimento na sua essência e integridade consiste num problema de unificação entre o eu humano e a Divindade, representa um problema de ascese mística, de revelação, porque em nossa consciência aquela Divindade é limitada somente por nossa capacidade de conceber, e se entrega à nossa alma em relação à sua potência de harmonização. Ora, aquele que, em vez de seguir estas vias e pôr-se em estado positivo de confiança que estabelece ressonância, se põe no estado vibratório negativo de dúvida e de desconfiança, que se afasta na dissonância, a si mesmo fechará automaticamente as portas do conhecimento.

Se nos pusermos em posição de resistência, em estado vibratório fechado, qual se nos recusássemos a subir, então nós mesmos nos deteremos e nos privaremos da recepção amplificadora que desce das correntes vivificantes difusas no todo. A razão é um círculo de forças fechadas, é um egoísmo conceptual que a si mesmo não sabe ultrapassar, não se dá por simpatia e não conhece as vias vibratórias da atração que levam à fusão com o não-eu e, portanto à sua dilatação até ele. Necessário se faz subjugar este equilíbrio e reconstruí-lo em mais alta e completa forma, embora seja mais instável e, não obstante, mais dinâmica. E a fé é o primeiro salto para a frente. A fé é, pois, ato criativo por excelência que acompanha a realidade em formação, que voluntariamente pode e sabe antecipar os futuros estados da evolução.

"No duvidoso tormento, tenho interrogado o mais profundo de mim mesmo, dizendo-me: "como posso eu confiar-me a um imponderável que em mim ainda não existe e ao qual devo eu mesmo criar?" E o profundo me tem respondido: crê, porque só a tua fé, base de impulsos ascensionais, tornará objetivas e tangíveis aquelas realidades mais altas que hoje te escapam"."


Do livro "Ascese Mística", de Pietro Ubaldi


Desencarnação de Pietro Ubaldi

S. Vicente (SP), célula máter do Brasil, foi a terceira cidade natal de Pietro Ubaldi. Aquela cidade praiana tem um longo passado na história de nossa pátria, desde José de Anchieta e Manoel da Nóbrega até Pietro Ubaldi que viveu ali o seu último período de vinte anos. O Mensageiro de Cristo, intérprete de Sua Voz, previu o dia, mês e ano do término de sua Obra – Natal de 1971 – com dezesseis anos de antecedência, em seu livro Profecias. Ainda profetizou que sua morte aconteceria logo depois dessa data. Tudo confirmado. Desencarnou no Hospital S. José, em S. Vicente, quarto n.º 5, à 0:30 hora, em 29 de fevereiro de 1972. (Biografia de Pietro Ubaldi, Revista Cristã de Espiritismo).

Imagem: Foto de Pietro Ubaldi em S. Vicente - Monismo

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Música Espírita: Somos Nós - Concrafas

Um clipe com o musical do CONCRAFAS (Confraternização das Campanhas de Fraternidade Auta de Souza) chamado "Somos Nós", onde reflexionamos sobre como podemos construir um mundo melhor.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nazarius e Pietro



















O escritor José Amaral Nazarius reuniu em um livro, correspondências que trocava com o grande amigo Pietro Ubaldi, seguida de comentários a respeito de suas obras. O livro entitulou-se "Pietro e Nazarius". Aqui está um de seus textos com a antepenúltima carta que recebera de Ubaldi, além de comentários de intelectuais a respeito de "A Grande Síntese":


A Outra Vida


"S. Vicente, 27 de setembro de 1971.

Nazarius,

Respondo a sua carta de 13 de setembro de 1971.

A saúde está boa. Já recuperei bastante. Maravilha, o Avancemos de agosto último com o meu aniversário! Agradeço. Ótimo que você tenha recebido o clichê com o retrato. Já recebi, também o mês de setembro.

Meus parabéns pela tiragem de 4.500 exemplares de Avancemos. Mas aonde vai chegar, se está sempre aumentando? É muito bom ficar em contato com o mundo espírita.

Você me pede uma página conclusiva da Obra para o Avancemos. Mas o que posso dizer, exaltar a Obra? Acho melhor publicar a folha que segue em anexo, com a relação dos 24 livros. Este me parece o melhor resumo: a relação dos livros com um pequeno comentário. Se tiver idéia melhor, avise-me.

Aqui estive trabalhando intensamente. Como você sabe, já acabei o segundo volume de 100 páginas, Análise de Casos Verídicos. Acrescentei um título geral: Pensamentos, que ainda não foi utilizado na Obra.

Agora, existe a tradução em inglês, de Como Orientar a Própria Vida. Estamos traduzindo para o português. Enquanto traduzem essa primeira parte para ser publicada em espanhol, na Argentina. Tenho esperança, ainda, da Obra ser publicada na Alemanha.

Logo que chegar lhe enviarei três números do jornal alemão, publicado no Brasil, Deutsche Nachrichten, com uma longa entrevista sobre a Obra.

Estou acabando de escrever os resumos dos meus livros para a Enciclopédia de Madri. Já escrevi quinze, só faltam nove. Duas páginas cada um.

Da lista anexa que relaciona os 24 livros da Obra, o Cônsul publicou três mil exemplares.

A Editorial Kier S. A. – Av. Santa Fé, 1260, Buenos Aires (Argentina) – publicou excertos meus:

“Encuentro com Teilhard de Chardin” (escrevi-o em Grussaí;)

“Expressiones de la Ley de Evolución”.

Está pronta, uma bonita capa, a nova edição de A Grande Síntese, pela LAKE de S. Paulo, tenho-a sobre a mesa.

Aqui todos bem. Enviam saudades.

Um grande abraço do seu

Pietro Ubaldi"

COMENTÁRIO

Esta foi a antepenúltima carta.

Durante o ano de 1971, apesar de bastante enfraquecido fisicamente, ele não deixou de responder a todas as cartas que recebia, nem mesmo as de Nazarius, que foram cinco. Houve uma época em que a correspondência, entre os dois, era mais intensa, duas por mês. Nunca deixou de enviar uma resposta, pequena ou grande, de acordo com o assunto a ser abordado.

Ao despedir-se desta vida, foi premiado com a reedição de A Grande Síntese, pela LAKE. O amor e o carinho que tinha por essa obra era imenso, sobretudo porque foi recebida na Tenuta Santo Antonio (Perúgia – Itália), querida e abençoada por todos que buscam um saber mais profundo.

Este livro tem a chave da redenção da humanidade. Nele se encontra a síntese do saber nos campos da Ciência (não agnóstica), da Filosofia (não partidária) e da Religião (não sectária).

Porque os seres nascem, vivem e morrem e qual o destino de cada um neste mundo e no outro? São perguntas respondidas nesta obra monumental.

A Evolução da forma e da substância é o objetivo central de A Grande Síntese. O Autor revelou o profundo elo de ligação entre as duas. Convida o leitor a fazer uma longa viagem desde o átomo até o super-homem (seja ele poeta, artista, músico, filósofo, cientista ou santo).

No prefácio deste monumento do saber universal, encontram-se opiniões de muitos líderes mundiais do conhecimento humano e divino.

A Grande Síntese oferece solução plausível a todos os problemas do universo – desde a estrutura do átomo e a composição química da vida, até os métodos de ascensão mística; desde a Relatividade e a gênese do Cosmos, até as mais novas questões religiosas e sociais e os mistérios da psique humana (...). A nota chave do livro é a ascensão espiritual.

Isabel Emerson – Escritora e Jornalista da Revista Light, de Londres, Inglaterra.

É admirável a força da linguagem e a vastidão dos assuntos tratados em A Grande Síntese.

Albert Einstein – o gênio da Física e Autor da Teoria da Relatividade.

Todos nós temos o vago sonho de encontrar um LIVRO que nos seja como uma casa definitiva – a casa de sonho que procuramos. Um livro no qual moremos, ou passamos a morar. (...) Pois creio que encontrei o MEU LIVRO. Ele chama-se A Grande Síntese de Pietro Ubaldi. Temos de lê-lo e relê-lo. Lendo-o estou a vagar no alto mar deste livro – tonto, deslumbrado, maravilhado!

Monteiro Lobato – Jornalista e Escritor brasileiro, consagrado até no exterior, pelo conteúdo e simplicidade de seus livros.

Debalde vínhamos peregrinando através dos livros em busca de uma concepção do mundo que nos satisfizesse, pela universalidade de seus fundamentos, a natural ansiedade de síntese e unificação do conhecimento. Movido por esse desejo, perlustramos os grandes monumentos da sabedoria de todos os tempos, desde as velhas doutrinas consubstanciadas na metafísica chinesa do Y-King até as modernas aquisições do relativismo einsteiniano. Examinamos o hinduísmo, nas expressões luminosas de seus mais eminentes mestres; estudamos o idealismo de Platão, o peripatetismo de Aristóteles, o racionalismo de Descartes, o criticismo de Kant, o panteísmo de Spinosa, o monadismo de Leibniz, o ocasionalismo de Malebranche, o epifenomenismo de Hume, o voluntarismo de Shopenhauer, o solipsismo de Bekerley, o transformismo de Darwin, o evolucionismo de Spencer, o positivismo de Comte, o pragmatismo de James, o monismo de Haechel, o intuicionismo de Bergson, o panpsiquismo de Farias Brito, para, ao fim, sentirmo-nos tão vazios como dantes. (...) Acabávamos de ler Carrel, quando surgiu nas livrarias a versão brasileira de A Grande Síntese. Atraído pelo título, percorremos-lhe o índice e, imediatamente, sentimo-nos assaltados do desejo de lê-la. (...) Sem embargo de seu caráter estritamente lógico e rigorosamente científico. A Grande Síntese não é uma obra resultante de lucubrações intelectuais, nem de dados experimentais. É uma revelação surpreendente, de origem supranormal, por isso que foi dada ao mundo exclusivamente pelas vias da intuição. Serviu-lhe de instrumento, no processo de sua elaboração, o iluminado místico da Úmbria, Prof. Pietro Ubaldi.

Rubens C. Romanelli – Escritor, Professor, Doutor em Letras e Titular da Cadeira de Língua Latina da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais.

A Grande Síntese é a semente do carvalho para o abrigo do futuro. É o divino trigo lançado com “imensa antecipação” no campo do mundo, oferecendo à humanidade o alimento conceptual dos mais nobres e elevados princípios. É uma visão sublime de sabedoria e de amor, excelsa sinfonia dos séculos futuros. Bênção para a humanidade de hoje e código para a humanidade de amanhã.

Clóvis Tavares – Escritor e Professor Titular de Direito Internacional Público da Faculdade de Direito de Campos.

A Grande Síntese – Obra monumental de revelação, de ensinamento insuspeito, profundamente científico e eminentemente moral. De sua inesgotável sabedoria transluz a pureza de uma elevação que assombra, aguça e incita a alcançá-la, impele a ascender.

F. Villa – Escritor e Jornalista da Revista Constância, de Buenos Aires, Argentina.

A Grande Síntese fez-me compreender tudo, deu-me forças para superar muitas provas, sustentou-me na dor, inculcou-me esperança e fé, iluminou-me a mente e aqueceu-me o coração.

Pietro Ubaldi – Professor, Escritor, Pensador, Filósofo – o arauto da Nova Civilização do Espírito.

Além desses, mais uma plêiade de ilustres pensadores escolheram A Grande Síntese como o livro de sua preferência.


José Amaral Nazarius

Do livro Pietro e Nazarius, de José Amaral Nazarius.

domingo, 28 de agosto de 2011

Mensagem da Semana


Ouvir a Mensagem


Adoro-TE (2ª Parte)



No ribombar da tempestade está Deus; na carícia do humilde, está Deus;

Na evolução do turbilhão atômico, na arrancada das formas dinâmicas, na vitória da vida e do espírito, está Deus.

Na alegria e na dor, na vida e na morte, no bem e no mal, está Deus; um Deus sem limites, que tudo abarca, estreita e domina, até mesmo as aparências dos contrários, que guia para seus fins supremos.

E o ser sobe, de forma em forma, ansioso por conhecer-Te, buscando uma realização cada vez mais completa de Teu pensamento, tradução em ato de Tua essência.

Adoro-Te, supremo princípio do Todo, em Teu revestimento de matéria, em Tua Manifestação de energia; no inexaurível renovar-se de formas sempre novas e sempre belas; eu Te adoro. Conceito sempre novo, bom e belo, inesgotável Lei animadora do universo. Adoro-Te grande Todo, ilimitado além de todos os limites de meu ser.

Nesta adoração, aniquilo-me e me alimento, humilho-me e me incendeio; fundo-me na grande Unidade coordenando-me na grande lei, a fim de que minha ação seja sempre harmonia, ascensão, oração, amor.”


Pietro Ubaldi

Do livro "A Grande Síntese", de Pietro Ubaldi.

sábado, 27 de agosto de 2011

A Obra completa de Pietro Ubaldi para Download

A obra de Pietro Ubaldi divide-se em duas fases: A primeira fase consiste na obra italiana (produzida em sua terra natal), subdividindo-se em 3 trilogias e composta de 11 livros; a segunda fase consiste na chamada "obra brasileira", que o filósofo e escritor produziu em sua última etapa de vida quando residiu no Brasil e é composta de 13 livros, totalizando 24 livros em sua bibliografia.

Esse é um resumo de sua obra completa que disponibilizamos aos nossos leitores para download:


1º Trilogia da 1ª obra ( Obra Italiana)

















GRANDES MENSAGENS

Introdução e início da Obra, de origem exclusivamente inspirativa. A edição brasileira apresenta uma biografia do Autor.

A GRANDE SÍNTESE

(Síntese e Solução dos Problemas da Ciência e do Espírito). Traça o caminho que o ser percorre por meio da evolução, desde o plano da matéria até o do espírito, e mostra a via de retorno à Deus. Fenômeno fundamental do Universo e escopo supremo da Vida. O problema da consciência é sintetizado numa visão unitária, definida e monista.

AS NOÚRES

(Técnica e Recepção das Correntes de Pensamento). Mostra que elas existem e como podem ser captadas pela intuição.

ASCESE MÍSTICA

Explica o fenômeno místico e como foi vivido pelo Autor.

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2º Trilogia da 1ª obra (Obra italiana)

















HISTÓRIA DE UM HOMEM

O Autor analisa as várias fases de sua vida, sobretudo em função de A Grande Sintese e Ascese Mistica, quando a Igreja colocou em 1939, aqueles dois volumes no Index dos livros proibidos.

FRAGMENTOS DE PENSAMENTO E DE PAIXÃO Aplicação dos princípios expostos nos volumes precedentes, dos problemas individuais e sociais. Os ideais franciscanos. A verdadeira religião.

A NOVA CIVILIZAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO O Autor mostra que a idéia central, o escopo da Obra, é o de contribuir conceptualmente para a formação de Nova Civilização que está para surgir. Faz previsões sobre o novo Cristianismo e estuda o fenômeno místico vivido por São Francisco.

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3ª Trilogia da 1ª obra (Obra Italiana)


















PROBLEMAS DO FUTURO (O Problema Psicológico, Filosófico, Científico) – Propõe e apresenta solução aos problemas mais díspares, fundamentais ao Conhecimento.

ASCENÇÕES HUMANAS (O Problema Social, Biológico e Místico) – Aqui o Autor volta a observar a evolução da vida em seu aspecto espiritual.

DEUS E UNIVERSO Síntese teológica. Começa a enfrentar em linhas gerais o problema das primeiras origens do Universo e o aspecto cósmico do ciclo involução-evolução do ser.

COMENTÁRIOS Apresenta opiniões e críticas à primeira Obra, escrita até 1951. Inclusive a carta de Albert Einstein.

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1ª Trilogia da 2ª obra (Obra Brasileira)

















PROFECIAS O Autor faz profecias que se cumpriram integralmente. Explica Nostradamus, o Apocalipse e os profetas do Velho Testamento.

PROBLEMAS ATUAIS (O Novo Mundo) – Faz uma crítica à Maquiavel, tratando da Estabilidade Monetária, da Patogênese do Câncer e da Teoria da Reencarnação.

O SISTEMA (Gênese e Estrutura do Universo) – É uma Teologia científica que traça o caminho da existência do ser e suas primeiras origens, mostrando a Obra de Deus na Criação.

EVOLUÇÃO E EVANGELHO Examina a posição do Evangelho diante da realidade da vida e sua moral utilitária.

A GRANDE BATALHA Descreve a luta que o indivíduo espiritualizado deve sustentar no ambiente terrestre, diante da necessidade prática contrastando com o Ideal.

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2ª Trilogia da 2ª obra (Obras Brasileira)

















A LEI DE DEUS Com palavras simples, explica como funciona, no mundo, o pensamento diretivo de Deus.

A TÉCNICA FUNCIONAL DA LEI DE DEUS Mostra o mecanismo da forças espirituais em ação; suas trajetórias e ações; como se pode corrigir os destinos errados; qual é a técnica da redenção e salvação e como, racionalmente, se planifica a vida.

QUEDA E SALVAÇÃO É uma continuação de O Sistema. Analisa o fenômeno da involução do espírito até a matéria (a descida), anterior e complementar ao fenômeno da evolução (subida), estudado em A Grande Síntese.

PENSAMENTOS Mostra como orientar-se na vida, e, através de casos verídicos, como é possível observar o funcionamento da Lei de Deus.

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3ª Trilogia da 2ª obra (Obra Brasileira)


















PRINCÍPIOS DE UMA NOVA ÉTICA Trata-se de uma nova moral racional, construída sobre bases científicas. Estuda a personalidade humana e seu destino, sob uma nova psicanálise, psicodiagnose, psico-síntese, e a ética do sexo como fenômeno social.

A DESCIDA DOS IDEAIS Fala-se de Teilhard de Chardin, de J.P.Sastre, da crise do Catolicismo, Cristianismo e Comunismo, Trabalho e Pro-priedade, etc.

UM DESTINO SEGUINDO CRISTO Neste volume o Autor narra suas experiências espirituais nos 40 anos dedicados à Obra.

CRISTO Analisa a Sua personalidade, o Evangelho e os problemas sociais. Cristo é o centro do fenômeno evolução-redenção-salvação.

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Fonte de downloads e imagens: O Espírito da Física
Resumo das obras: Monismo


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Imagem e Mensagem: Uma Mensagem de Vida - Pietro Ubaldi

O Imagem e Mensagem desse mês traz uma apresentação em Power Point em duas partes, sob a forma de slides, com o texto "Uma Mensagem de Vida", de Pietro Ubaldi.




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ascese Mística


Ouço a voz interior exprimir-se num cântico de harmonias universais: — “Contempla, — diz-me a voz, — a substância espiritual das formas do ser. O todo é um turbilhonar de esferas. Este movimento representa a mais doce música, a mais maravilhosa harmonia de luzes, a mais gigantesca construção, na mais ampla exatidão de relações, e é também cântico de conceitos e sentimentos. Observa e, na harmonia deste amor infinitamente múltiplo, esquece a dissonância de tua dor que se encontra fechada no tempo. Deixa teu espírito explodir, além de todas as medidas, no incomensurável, além de todos os limites, no infinito, além de todos os ritmos menores, no ritmo divino do todo. Verás e ouvirás. Toda alma é feita para ver e ouvir.”

“Repara. Os seres dividem-se e reúnem-se, segundo hierarquias. Cada qual se põe, por virtude de seu peso especifico, em seu nível natural, inviolavelmente. Eles se vêem e se falam e se escutam. Vozes e luzes, de plano a plano, descem e sobem: porque o Alto tem sede de se dar, como o plano inferior tem sede de ajuda. Esta é a Lei, imperante em toda parte e em todo nível. Assim, tudo se distingue por individuações inconfundíveis e tudo volta a reunir-se e irmanar-se na mesma luz e no mesmo cântico. Ao apelo do fraco responde um eco bondoso; graças à bondade do Alto, há sempre uma dádiva por fazer. Auxiliar-se reciprocamente, eis a lei.”

“A luz irradia do Centro e transparece de esfera a esfera, através dos seres que a compõem. O metafânico é alma desperta à escuta e ouve aquilo que para os outros é silêncio. Conceito, harmonia e potência consubstanciam aquela luz; ela é sinfonia do pensamentos e ações, é também corrente de amor e de força a enxertar-se no espírito, que é a causa única da vida. E reforça as motivações e fecunda vossas obras.” A percepção noúrica é um contato com a irradiação divina, que é a linfa vital do universo.

“Por isso, digo-vos: Escutai e purificai-vos, para que tudo seja ascensão. Não ausculteis vãmente, por simples curiosidade, porque sagrada é a voz do Alto. Não dissipeis a potência substancial da vida. Sirva-vos tudo isso para subir. Jamais atendais às tristes vozes dos planos inferiores, a não ser para ajudar a sofrer e a subir.”

“A lei de ascensão moral, conduzida através da bondade e do amor, é a lei do Centro, que por ela sustém o universo.”


Pietro Ubaldi


Trechos do livro Ascese Mística, parte I, Pietro Ubaldi.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Gotas de Luz


O Suicídio


O suicídio é considerado como a falta mais grave passível de ser cometida pela criatura humana. O suicida viola o instinto de conservação, força admirável da qual é dotado o princípio espiritual e que dá a ele a vontade e a obstinação de lutar pela sua sobrevivência.

Embora seja um crime de conseqüências tão funestas, e combatido por todos as religiões, seus índices têm crescido de forma significativa, especialmente nos países desenvolvidos e nas classes mais bem favorecidas economicamente.

Causas

Várias condições são anotadas como responsáveis pelas diversas causas de autocídio: dificuldades econômicas, perda de ente querido, frustração amorosa, complexo de culpa, viciações múltiplas, etc.

Allan Kardec, sintetizando a questão, afirma que “se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento.”

Joanna de Ângelis [Após a Tempestade] completando o tema diz que a base real do autocídio está no orgulho ferido. O suicida é uma alma extremamente orgulhosa que, ante o descontentamento, prefere a morte ao esforço nobre para superação do obstáculo ou da frustração. Lembra Joanna, que a vontade do suicida é "destruir Deus, mas como isso não é possível, ele destrói a si mesmo que é a mais sublime criação de Deus."

Conseqüências

Allan Kardec [*LE-qst 957] diz:

“As conseqüências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos, elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência que será pior do que aquela cuja curso interromperam.

Há, porém, as conseqüências que são comuns a todos os casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção brusca da vida. Observasse a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que foi rompido. Na morte natural ele enfraquece gradualmente e, às vezes, se desata antes mesmo da extinção completa da vida. As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento do estado de perturbação, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no número dos vivos.

A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de recuperação do estado do corpo sobre o Espírito, que assim se ressente dos efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e de horror. Este estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida.

“Em alguns casos, o suicida não se livra das conseqüências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia essa falta, de outra maneira. É assim, que certos Espíritos que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a novas provas, tentando suportá-las com mais resignação.”

De forma didática, podemos separar em três fases o processo de reparação do suicídio:

1ª Fase: Expiação na Erraticidade
Corresponde ao sofrimento do suicida no mundo espiritual logo após o seu desencarne.

2ª Fase: Reencarnação Compulsória
Consiste na existência corporal que segue àquela onde ele cometeu o suicídio. Geralmente é de curta duração, objetivando recompor o corpo espiritual lesado.

3ª Fase: Reencarnação como Teste
Trata-se de uma nova existência física onde o Espírito faltoso vai deparar-se com a mesma condição frustrante que o levou ao suicídio no passado para superá-la e, assim, concluir o resgate do erro.

Agravantes e Atenuantes


Não existem duas faltas iguais.

Uma série de circunstâncias, agravantes ou atenuantes, vão estar relacionadas ao ato de auto-extermínio, como por exemplo, o tipo de suicídio, sua motivação básica, a presença ou não de distúrbios psíquicos ou obsessão.

Algumas observações de Kardec:

“O suicídio mais severamente punido é aquele que é o resultado do desespero, que visa a redenção das misérias terrenas.”

”Não se pode chamar de suicida aquele que devidamente se expõe à morte para salvar o seu semelhante.”

“O louco que se mata não sabe o que faz.”

“As mulheres que, em certos países, voluntariamente se matam sobre os corpos de seus maridos, obedecem a um preconceito e geralmente o fazem mais pela força do que pela própria vontade. Acreditam cumprir um dever, o que não é característica do suicídio.”

Papel do Espiritismo

A religião, a moral e todos os filósofos condenam o suicídio como contrário à Lei Natural, mas estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma falta, uma infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um fato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, pelo contrário piora e em muito sua situação espiritual.



*LE: O Livro dos Espíritos


Fonte: CVDEE
Imagem: Alba Luna

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Foligno - Cidade natal de Pietro Ubaldi


Os espíritos elevados não descem à terra, senão em missão, maiores ou menores. Depois que a alma atinge uma posição nobilitante, pode continuar sua evolução em qualquer parte do universo. "Na casa do meu Pai, há muitas moradas". Se o ambiente terrestre é o mais propício à quitação do debito que o ser tem para com a Lei Divina, se, aqui ele deve realizar, também a sua missão, para o bem da humanidade, então, desce, cumpre com o seu dever e retorna em paz consigo mesmo. Além de Cristo, o embaixador celestial, vejamos alguns emissários que desceram à Terra: Moisés, Sócrates, Simão Pedro, Paulo de Tarso, S. Francisco de Assis, Martin Lutero, Blaise Pascal, Allan Kardec, nosso biografado, Francisco Cândido Xavier e tantos outros seareiros no campo da ciência, da filosofia e da religião. Todos eles aproveitaram bem sua descida a este mundo.

É verdade que. essas almas sublimes, distanciadas há séculos de nossa escalada evolutiva, podem e escolhem o ambiente para nascer. Não surgem em qualquer lugar, nem de qualquer maneira. Nascer é fácil, mas nascer bem e muito difícil e Pietro Ubaldi escolheu a cidade e o ambiente em que deveria nascer e viver.

Por que nascer em Foligno e no século passado? Foligno é uma cidade pequena e tão velha quanto a Itália; de longas tradições, onde a natureza é exuberante, com muito verde e muita água. Foligno, naquela época, com cerca de 30.000 habitantes, era sustentada, essencialmente, pela agricultura. Com a unificação da Itália, em 15 de setembro de 1860, a cidade passou a fazer parte do Reino Italiano. Foligno é uma planície, a 234m ao nível do mar, no centro do vale úmbrico, distante 158 Km de Roma e apenas 18 Km de Assis. Hoje, a indústria faz parte da vida dos foligneses. Pietro Ubaldi viveu naquela cidade e assistiu à passagem do século XIX para o século XX, conviveu com aquela geração que fazia de Foligno um dos grandes celeiros italianos. Conheceu as pessoas modestas, operários de seus pais, gente humilde e trabalhadora. Nasceu no meio da natureza e sabia amá-la, profundamente.

Como todas as cidades úmbricas, Foligno (província de Perúgia - capital da Umbria) tem uma característica especial: a religiosidade do seu povo, impregnada do misticismo de S. Francisco, talvez pela proximidade de Assis. Costuma-se dizer que a aura de S. Francisco atingia 100 km de raio, logo a cidade natal de Ubaldi recebeu os benefícios do Santo, o maior, depois de Cristo, que já passou pela Terra. Foligno tem muitas igrejas e a famosa Catedral de S. Feliciano, uma das mais bonitas, construída em forma de cruz. Nessa Catedral, Pietro Ubaldi foi batizado, quando chegou a este planeta.

"Um dia senti o meu destino como um feixe de forças convergentes e ascendentes e o reencontrei na força e musicalidade arquitetônica da catedral gótica. As arcadas, sempre se restringindo mais para o vão da porta, exprimem as linhas de concentração do externo para o interior. E eu entrara jovem no templo austero da solidão do pensamento. Lá fora, era para mim estridor e sofrimento e já não podia tornar a gozar as fáceis alegrias do mundo exterior. Desde jovem me acostumei a respirar aquela atmosfera severa, saturada de conceitos profundos. Meus olhos aprenderam a ver na mística penumbra e se alentaram as luzes esplendentes do Alto, que convidavam a subir. O meu olhar embalou-se na música harmoniosa das arquiteturas, no sonho diáfano dos místicos vitrais, na doçura das imagens das coisas eternas e santas. Assim, a minha alma se desafeiçoou, lentamente, da terra e abriu-se toda à visão de Deus. E, como no templo gótico, foi também no meu destino, uma convergência de linhas de força, que me levou acima, acima, ao longo da nave central, até onde a estrutura do edifício abre seus braços em forma de cruz".

Pietro Ubaldi era religioso, desde a sua infância. Gostava de freqüentar as igrejas, conversar com os padres, interrogá-los sobre a vida depois da morte. Ele residia a cerca de cinco minutos da Catedral e se tornou muito conhecido de seus dirigentes, muito embora nunca assumisse papel relevante junto dos sacerdotes. Sentia-se bem naquele ambiente, oposto ao da vida palaciana. Desde menino, os dois mundos, o espiritual que trazia consigo e o material a que deveria adaptar-se, pareceram-lhe conflitantes. “Mas nem tudo, no seu espírito, era trágica tristeza. Havia luz também, e quanta luz! Lembrava-se de haver sido tocado, em criança, mais na vista interior do que nos olhos, certa tarde, numa igreja, por uma luz amiga que fluía do alto, não sabia como, contou o fato, mas ninguém o compreendeu, e então se calou”.

Perguntamos nós: quantas visões não tivera o apóstolo de Cristo naquela Catedral, que lhe era tão familiar e quantas delas não ficaram retidas no fundo do seu coração? Contá-las a quem, se fora obrigado a calar-se diante dos pais e das autoridades eclesiásticas? Proibiram-no de falar, mas não puderam impedi-lo de ver e, melhor ainda, de conviver com aquelas visões, verdadeiros sustentáculos de sua vida.

Como vemos, Foligno era, com todos os seus recursos naturais e religiosos, o ambiente propício ao nascimento do arauto da nova civilização do espírito.


Jose Amaral

Do livro "Pietro Ubaldi e o 3º Milênio", de Jose Amaral.
Imagem: Catedral de S. Feliciano (Foligno-Itália)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Boas Notícias

Uma seleção de notícias positivas, divulgadas em sites durante o mês de agosto:

Cultura de Paz

Pode a publicidade contribuir para um mundo melhor?

Você sabia que 21 de setembro é o Dia Internacional da Paz? A data foi declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1981 e, como disse o então Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, “é um dia de cessar-fogo e de não violência em todo o mundo… cuja finalidade não é apenas que as pessoas pensem na paz, mas sim que façam também algo a favor da paz.”


Com isso em mente, a equipe da D&AD, uma organização sem fins lucrativos que, desde 1962, representa a comunidade global de design e propaganda, resolveu lançar um desafio aos publicitários de todo o mundo: a criação e o lançamento de campanhas relacionadas à data (saiba como participar no endereço http://www.campaignbrief.com/2011/04/introducing-the-dad-white-penc.html - em inglês). O melhor trabalho leva o troféu White Pencil, criado em alusão às outras premiações da entidade.

Mas, afinal, a publicidade pode mesmo contribuir para um mundo melhor?

Segundo os profissionais de propaganda que participaram da mesa-redonda “Indústria da Comunicação Publicitária: uma catalisadora para mudanças”, a resposta é sim. O evento foi realizado n último dia 16 de agosto, na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, durante o lançamento do White Pencil na América Latina.

“Temos um poder muito grande em nossas mãos. É nosso dever usá-lo para mudar o mundo”, declara Andrea Siqueira, da agência publicitária JWT.

Para Gil Giardelli, da Gaia Creative, o mundo vive hoje uma revolução de valores. “Estamos em uma encruzilhada. Um dia de paz virá somente quando fizermos primeiramente uma revolução interna em cada um de nós. E a comunicação poderá então nos dizer para onde iremos”, acredita ele.

Perigos no caminho

A força da comunicação pode até ser um consenso, mas sua eficácia depende de alguns fatores. Marcelo Serpa, da Almap, ressalta que o maior perigo é pregar para pessoas que já estão convencidas do que se está falando. No caso da campanha proposta pela D&AD, ele acredita que para falar de guerra é preciso ter em mente as pessoas que estão nas trincheiras. “Falar disso entre nós não quer dizer nada”, aponta.

Outro ponto reforçado pelo publicitário diz respeito à própria essência do ser humano. “O grande problema das nossas causas é achar que o homem é melhor do que realmente é. Ele tem suas virtudes, mas é falho. Então precisamos pensar em movimentos simples, que levem em conta a fraqueza das pessoas e mobilizem alguém do outro lado do mundo”, conclui.


Fonte: Viva Pernambuco, 17/08/2011


Ciência

Abraço gera Bem-estar, Conforto e ainda combate o Estresse










Está para ser criado gesto tão significativo quanto o abraço. Ao mesmo tempo em que conforta e protege, ele proporciona uma sensação prazerosa a quem envolve e é envolvido. O ato ativa as regiões temporais e frontais do cérebro, que são ligadas ao prazer.

Segundo a neurologista Sonia Brucki, vice-coordenadora do departamento de neurologia cognitiva e do envelhecimento da Associação Brasileira de Neurologia, o abraço faz com que o cérebro libere dopamina e serotonina, hormônios do prazer. "Você estabelece uma empatia com a pessoa, percebe o sentimento dele. Isso dá uma sensação prazerosa", explica.

O abraço também é uma ótima alternativa para sanar o grande mal moderno: o estresse. Estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, indica que abraçar diminui os níveis de cortisol e a norepinefrina, hormônios relacionados ao estresse, além de diminuir a pressão sanguínea, o que previne doenças cardíacas. O aumento da taxa de uma substância chamada oxitocina também é notável. Quanto mais oxitocina o cérebro libera, mais a pessoa quer ser tocada e menos estressada ela fica: ou seja, quanto mais abraçada ela é, mais ela deseja ser abraçada.

Portanto, embora não combata diretamente as causas do estresse - sejam elas vindas de problemas familiares, do trabalho, entre outras -, o abraço acolhe a pessoa de tal forma que pode melhorar, e muito, a disposição e a maneira de encarar os problemas.

Outro mal da mente a ser tratado com ajuda do abraço é a depressão que, hoje, é a maior causa da diminuição da expectativa de vida do brasileiro, segundo recente estudo publicado pelo periódico Lancet. De acordo com a psicóloga Glauce Assunção, do Hospital São Camilo, o depressivo tende a não ver saídas e, com o abraço, ele pode se sentir acolhido, por causa da boa sensação proporcionada pelo toque. "Mesmo não sendo a cura, esse apoio e amparo são necessários para que o depressivo se sinta seguro. É um reforço ao tratamento", afirma.

Abrace sua Família

Glauce afirma, no entanto, que as pessoas se abraçam pouco hoje em dia. O distanciamento não está presente apenas em meios externos, como o escolar ou corporativo, mas também dentro dos lares. Segundo a psicóloga, a raridade do abraço no âmbito familiar causa até estranhamento na criança que, sem o hábito de abraçar, acaba recebendo esse conforto de outra pessoa. O ideal é que as pessoas consigam, em casa, pelo menos um abraço todos os dias. Isso reduz significativamente os atritos na família, como uma bandeira branca.

Ela também lembra que o abraço faz com que a criança se sinta protegida e acolhida, sensação mais do que necessária na infância. "O abraço ficou cada vez mais distante. Hoje em dia, as crianças sentem falta disso. O pequeno chega em casa, já vai ao computador, enquanto a mãe vai à cozinha fazer a janta. A criança fica desprotegida", diz Glauce. Abraçar o pequeno o fará uma pessoa mais segura - imagem que ele transmitirá fora de casa.

O gesto também é imprescindível entre o casal. Quando o assunto é envolvimento sentimental, a psicóloga afirma que abraçar é um ato mais forte que beijar. "Ele reforça os relacionamentos, reduz as diferenças. O abraço acalma e é mais significativo que um beijo na boca ou no rosto."

Melhore o dia de alguém


Para melhorar o dia de uma pessoa, não é necessário muito esforço, apenas um abraço. Faça o teste: experimente abraçar alguém que você tenha algum carinho e perceba como o sorriso dessa pessoa muda. Ela se sentirá importante, protegida e com mais disposição. "Quem abraça é capaz de sentir o outro, combate suas tristezas, incertezas. Você sustenta as lágrimas da pessoa, lhe dá sensação de conforto", reforça Glauce. No entanto, nem pense em sair abraçando qualquer um. Abraçar por abraçar, sem intimidade real, pode causar efeitos contrários. "Se for forçado, você não se sentirá bem porque, quando você abraça, você recebe de volta, esse toque é mútuo. Não adianta dar algo falso", argumenta a psicóloga.


Fonte: Viva Pernambuco, 01/08/2011


Estudo: comer carne vermelha aumenta risco de diabetes

Comer duas fatias de toucinho, uma salsicha ou uma porção diária de carne vermelha aumenta significativamente o risco de diabetes tipo 2, alertou um amplo estudo feito nos Estado Unidos e publicado esta quarta-feira na versão online da revista American Journal of Clinical Nutrition. O risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta 51% se forem consumidas 50 g de carne vermelha processada por dia, e 19% se forem ingeridas 100 g diárias de carne vermelha não processada.

No entanto, estes riscos diminuem se a carne vermelha for substituída por frutas secas, carnes brancas, lácteos pobres em gordura ou proteínas de grão inteiro, explicam os especialistas. Se uma pessoa que consome 100 g de carne vermelha todos os dias trocar por frutas secas para obter a mesma quantidade de proteínas, diminui em 17% o risco de diabetes. Este número aumenta para 23% se forem consumidos cereais integrais.

O estudo


Realizado por cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard, esta é a maior pesquisa do tipo feita até agora. "Claramente, os resultados deste estudo têm implicações na saúde pública, em vista da epidemia crescente de diabetes tipo 2 e do consumo de carnes vermelhas em todo o mundo", disse o autor principal do estudo, Frank Hu.

"A boa notícia é que estes fatores de risco preocupantes podem ser compensados, substituindo a carne vermelha por uma proteína mais saudável", acrescentou Hu, professor de nutrição e epidemiologia.

Os dados utilizados no estudo foram obtidos em um questionário que profissionais da saúde submeteram a mais de 200 mil pessoas nos Estados Unidos. As pessoas estudadas foram acompanhadas entre os 14 e os 28 anos.

A doença


A diabetes tipo 2 afeta 350 milhões de adultos em todo o mundo. Nos Estados Unidos, mais de 11% dos adultos maiores de 20 anos - 25,6 milhões - sofrem da doença, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças do país.

Doença crônica que implica em elevados níveis de açúcar no sangue, a diabetes tipo 2 é freqüentemente causada por obesidade, sedentarismo e hábitos alimentares pouco saudáveis

Fonte: Terra Notícias, 10/08/2011



Meio Ambiente


Brasil e EUA firmam acordo para promover sustentabilidade em áreas urbanas


Os governos do Brasil e dos Estados Unidos firmaram no último dia 16 de agosto um acordo de cooperação ambiental para promover a sustentabilidade urbana. Pela iniciativa, os dois países vão trocar experiências e implementar ações conjuntas em áreas como mobilidade, qualidade do ar, gestão de resíduos, aproveitamento de recursos hídricos, geração de energia e reciclagem.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, os grupos de trabalho criados como parte do acordo vão estabelecer uma agenda comum entre os dois países. Ela destacou que o Brasil tem larga experiência em iniciativas sustentáveis, que podem se tornar exemplos para outras nações.

“Já temos uma grande capacidade desenvolvida no Brasil, com soluções próprias. São maneiras inovadoras de se lidar com a erradicação da pobreza, a geração de renda e o meio ambiente limpo. A iniciativa traz soluções e experiências americanas, mas eles também estão interessados nas brasileiras. O desafio é pensar junto com o setor privado e com a sociedade uma nova agenda de sustentabilidade urbana, a partir de problemas críticos já identificados, como a questão do lixo e a qualidade do ar.”

A administradora da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Lisa Jackson, lembrou que o acordo é resultado do encontro entre o presidente norte-americano, Barack Obama, e a presidenta Dilma Rousseff, em março. Na ocasião, eles acertaram o lançamento de uma série de atividades para ampliar os mercados para as empresas das duas nações e promover o financiamento a inovações que demonstrem os benefícios que cidades mais verdes e mais limpas trazem para a economia, o meio ambiente e a saúde.

Sem dar mais detalhes sobre os investimentos envolvidos nas ações conjuntas, a administradora da agência norte-americana informou que elas serão custeadas por meio de parcerias entre o setor público e privado dos dois países.

Lisa Jackson ressaltou que há cerca de dois anos a maior parte da população mundial vive em cidades, que precisam encontrar soluções para garantir o desenvolvimento sustentável.

“No ano que vem, teremos a Conferência Rio+20 e nós poderemos desenvolver um mapa de ações e uma espécie de receita sobre sustentabilidade urbana e desenvolvimento econômico, que pode servir de exemplo para comunidades não apenas da América Latina, mas de todo o mundo”, acrescentou.

Durante a solenidade, o secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, apresentou às autoridades um plano de urbanização e recuperação para o Aterro de Gramacho, o maior da América Latina, localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo ele, o local, onde milhares de catadores trabalham em condições insalubres, poderá receber praças, jardins e projetos de defesa dos manguezais.

“Apresentamos esse projeto que pode fazer parte das ações dessa cooperação, já que entre seus objetivos está a promoção da justiça ambiental. Aquela área hoje é totalmente degradada”, destacou Minc. A previsão é que o Aterro de Jardim Gramacho deixe de operar até o início do ano que vem.

Fonte: Viva Pernambuco, 17/08/2011.

domingo, 21 de agosto de 2011

Mensagem da Semana


















Ouvir a Mensagem



Adoro-TE


Adoro-te, recôndito Eu do universo, alma do Todo,
Meu Pai e Pai de todas as coisas;
Minha respiração e respiração de todas as coisas.

Adoro-te, indestrutível essência,
sempre presente no espaço, no tempo e além, no infinito.
Pai, amo-Te, mesmo quando Tua respiração é dor, porque Tua dor é amor;
mesmo quando Tua Lei é esforço,
porque o esforço que tua Lei impõe é o caminho das ascensões humanas.

Pai, mergulho em tua potência, nela repouso e me abandono,
peço à fonte o alimento que me sustente.

Procuro-te no âmago onde Tu estás, de onde me atrais.
Sinto-Te no infinito que não atinjo e donde me chamas.
Não Te vejo e, no entanto, ofuscas-me com Tua luz;
Não Te ouço, mas sinto o tom de Tua Voz;
Não sei onde estás, mas encontro-Te a cada passo,
Esqueço-Te e Te ignoro, no entanto, ouço-Te em toda a minha palpitação.

Não sei individuar-Te, mas gravito em torno de Ti, como gravitam todas as coisas, em busca de Ti, centro do universo.

Potência invisível que diriges os mundos e as vidas,
Tu estás em Tua essência acima de toda a minha concepção.

Que serás Tu, que não sei descrever nem definir, se apenas o reflexo de Tuas obras me enceguece?

Que serás Tu, se já me assombra a incomensurável complexidade desta Tua emanação, pequena centelha espiritual que me anima integralmente?

O homem Te busca na Ciência, invoca-Te na dor, Te bendiz na alegria.
Mas, na grandiosidade de Tua potência, como na bondade de Teu amor, estás sempre além, além de todo o pensamento humano, acima das formas e do devenir, um lampejo do infinito.


Pietro Ubaldi

Do livro "A Grande Síntese", de Pietro Ubaldi

sábado, 20 de agosto de 2011

Pietro Ubaldi e Chico Xavier - Por Júlio Damasceno

Um paralelo harmônico entre as obras do médium italiano, escritor e filósofo espírita Pietro Ubaldi e as do médium brasileiro Chico Xavier, numa palestra realizada pelo expositor Julio Damasceno no XV Congresso Nacional Pietro Ubaldi.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pietro Ubaldi e Chico Xavier


Chico Xavier conhecia muito pouco da vida de Pietro Ubaldi, porque não havia literatura suficiente, o visitante não se revelava e a barreira lingüística impedia a fácil comunicação entre eles. Qualquer diálogo somente poderia ocorrer com a presença de um intérprete. Logo, aquele momento, depois da recepção das mensagens, de "Sua Voz" e de Francisco de Assis, era propício às revelações dos, espíritos através de Chico, em que o fenômeno mediúnico se evidenciou com toda a sua autenticidade, relatado por Clóvis Tavares, em seu Trinta Anos com Chico Xavier.

"Após a recepção e leitura dos dois luminosos documentos, como de hábito, Chico passa a descrever, em sua encantadora simplicidade, os acontecimentos por ele percebidos no ambiente psíquico que se formara durante os serviços espirituais da noite.

Esse momento é assim descrito pelo Prof. J. A. Peçanha, um dos presentes: "Após a leitura, o querido médium brasileiro relatou o que foram para ele os instantes extraordinários que acabara de viver. Não podia individualizar: era uma grande luz que descia do Alto sobre o recinto. Sentiu-se transportado em espírito para muito longe e, nesse vôo, contempla na Itália distante o túmulo de São Francisco, em Assis, junto ao qual vê o Prof. Ubaldi despedir-se, antes de sua viagem ao Brasil, do seu grande amigo: o "Poverello" de Assis. Este fato real — depois narrado pelo próprio Prof. Ubaldi em carta aos amigos brasileiros — era ainda desconhecido de F. C. Xavier e então, só do conhecimento do Prof. Clóvis Tavares, em virtude de sua correspondência particular com o Missionário da Úmbria".

Quero confirmar que, dessa visita do Prof. Ubaldi ao túmulo do Santo de Assis, captada psicometricamente pelo nosso Chico, ainda guardo alguns "souvenir" que me foram carinhosamente presenteados pelo grande amigo italiano. Tudo maravilhosamente exato e exatissimamente confirmado.

Agora, alguns aspectos de xenoglossia, através da límpida clarividência do médium Xavier.

Declara o sensitivo mineiro que dele se aproximou uma Entidade Espiritual, revelando chamar-se Lavínia e haver sido mãe do Prof. Ubaldi. Abraçou o filho, carinhosamente, dizendo:

"Para Cristo ele é um Apóstolo, mas para mim será sempre o meu "bambino". E entre expressões afetuosas chamou-lhe: “Mio garofanino”.

O Prof. Ubaldi, muito feliz e muito comovido, sentindo, igualmente, a presença maternal, comprova tudo, declarando que era com esse "vezzeggiativo" que sua Mãezinha o apelidava ternamen¬te, quando pequenino, “mio garofanino”: “meu pequeno cravo”.

Chico assinalou ainda a presença do filho do Professor, morto na Segunda Guerra mundial, na batalha de Tobruk, no Norte da África, — o jovem Franco Ubaldi.

Finalmente, um fato ainda mais interessante, se é possível assim dizer. Chico registra a presença de uma irmã do Prof. Pietro, já desencarnada, que veio em companhia de D. Lavínia Alleori Ubaldi e de Franco, seu filho. Afirma ela chamar-se Maria. E aí que sobrevêm algo de duvidoso e inédito, mas que veio a tornar-se um fato probatório extraordinário. O Professor declara, humildemente, que, de fato, tem uma irmã chamada Maria, mas ainda viva, na Itália, — Maria Ubaldi Papparelli...

Um momento abalador, de hesitação geral, de ansiedade, quase de choque, ante o insólito acontecimento. Mas, foi questão de segundos, de brevíssimos segundos: o Espírito Maria esclarece ao Professor, através de Chico, afirmando que ela fora também sua irmã, homônima da que estava viva na Itália, havendo morrido há muito tempo, quando Pietro Ubaldi estava ainda por nascer... O Professor, então maravilhado, confessa que só agora, após a elucidação espiritual, recordava que, de fato, sabia haver tido uma irmã, que não chegara a conhecer pessoalmente, também chamada Maria, tal qual a que ainda se acha encarnada na Europa... Foi uma prova realmente maravilhosa, singularíssima, da verdadeira sobrevivência espiritual.

Imediatamente após a euforia que nos inundou as almas, ante o fato autêntico que acaba de ser narrado, o médium Xavier nos transmite o pedido de uma Entidade Espiritual amiga, entre as que se encontravam no ambiente saturado de elevada espiritualidade.

O pedido foi dirigido ao nosso afetuoso anfitrião, Dr. Rômulo Joviano: que ele se dirigisse à estante localizada naquela sala e nos trouxesse, aos da mesa, o volume da primeira edição do Parnaso de Além-Túmulo, que ali se encontrava; que o abrisse e verificasse a data do prefácio escrito pelo próprio médium.

Assim foi feito. Dr. Rômulo leu as duas linhas finais daquele prefácio: "Pedro Leopoldo, Dezembro de 1931. Francisco Cândido Xavier". Então, a mesma Entidade Espiritual acentuou que na mesma época, em dezembro de 1931, se iniciava também a missão pública do Professor Ubaldi, que havia recebido sua primeira página mediúnica igualmente em dezembro do mesmo ano: foi a primeira de suas Mensagens: "Mensagem do Natal”; recebida na Itália, na noite de Natal de 1931".

Uma outra concordância maravilhosa, entre as duas tare¬fas missionárias, registrada pela história, está no fato de que Francisco Cândido Xavier recebeu a primeira Mensagem do Além-Túmulo, em 8 de julho de 1927, e, Pietro Ubaldi escreveu, sob inspira¬ção, "Os Ideais Franciscanos Diante da Psicologia Moderna", também em 1927, verificável no livro Fragmentos de Pensamento e de Paixão. Foi naquele ano que Pietro Ubaldi fez o voto de pobreza, mas sua missão pública somente começou no Natal de 1931.

Negar é fácil, mas anular uma verdade é impossível!

Concluindo o encontro entre os dois missionários, afirmou ainda Clóvis Tavares:

"O dia memorável se encerrou de maneira encantadoramente espiritual. Entre outras mensagens recebidas pelo nosso admirável Chico, escolho esta do grande Espírito Cruz e Souza, intitulada “O Herói”, que o grande simbolista do Parnaso brasileiro dedica ao ilustre visitante, já na madrugada da data natalícia do Professor Ubaldi (18 de agosto), homenagem aos seus 65 anos bem vividos, balizando a Verdade e o Bem:

O Herói

Afrontando o aguilhão torvo e escarninho
De sarcasmos e anseios tentadores,
Ei-lo que 'passa sob as grandes dores;
Na grade estreita do terrestre ninho.

Relegado às agruras do caminho,
Segue ao peso de estranhos amargores,
Acendendo celestes resplendores,
Atormentado, exânime, sozinho...

Anjo em grilhões da carne, errante e aflito,
Traz; Consigo os luzeiros do Infinito,
Por mais que a sombra acuse, gema e brade!

E, servindo no escuro sorvedouro,
Abre ao mundo infeliz as portas de ouro
Para o banquete da imortalidade.

Cruz e Souza".


De Pedro Leopoldo, dia 21 de agosto, a caravana veio a Campos e o Professor Pietro Ubaldi fez cinco conferências em nossa cidade: duas na Escola Jesus Cristo, uma no Fórum Nilo Peçanha, outra no Trianon e a quinta na Sociedade Fluminense de, Medicina e Cirurgia. Ainda visitou a Academia Campista de Letras, a Liga Espírita de Campos e deu uma entrevista na Associação de Imprensa Campista. Em 30 de agosto: Pietro Ubaldi, Clóvis Tavares e outros companheiros retornaram à longa peregrinação pelo; país.


José Amaral

Do livro "Pietro Ubaldi e o 3º Milênio", de José Amaral.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Poder do Pensamento


O Fenômeno do Pensamento
(Uma meditação de Pietro Ubaldi)


Abaixemos, portanto, as luzes e entremos no Templo do pensamento. Vamos penetrar num mundo de vibrações delicadas, de formas fugitivas, que o pensamento cria e destrói, mundo de fenômenos evanescentes e sutis e, no entanto, reais.

A insolubilidade de muitos problemas talvez seja motivada justamente pelo situá-los de maneira errônea: a solução é muitas vezes impedida pelo próprio preconceito, embora inconsciente; a conclusão já é dada pela primeira posição do problema.

Aproximamo-nos da gênese do pensamento. Talvez todo o fenômeno do pensamento não seja senão um fenômeno mediúnico de ressonância noúrica e possam ambos reluzir-se ao mesmo princípio; e assim, muitas diferenciações preconcebidas, que prejudicam a visão substancial do fenômeno não terão sentido.

Virão à luz expressões audazes e desconcertantes, mas quero levar à superfície da consciência — onde tudo é claro, sensível, racional — estes mistérios evanescentes das profundezas; quero medir este, quase direi — singular pensamento radiofônico, que tão estranhamente emerge dos abismos.

Desçamos às profundezas desse oceano que existe no íntimo de nossa personalidade psíquica.

Começo do exterior, da superfície, da descrição do ambiente. Não posso escrever em qualquer lugar. Num ambiente de desmazelo, desordenado, desarmônico, não asseado, novo para mim, não impregnado de minhas longas pausas do meu estado de ânimo dominante, não harmonizado com a cor psíquica de minha personalidade, não posso escrever senão mal e com esforço. Eis-me, ao contrário, em meu pequeno gabinete, ambiente de paz, onde os objetos expressam minha própria pessoa, onde a atmosfera é ressonante de minhas vibrações e tudo, por comunhão de vida, está sintonizado com meu temperamento. Por aí me deter, longamente, para pensar e escrever, saturei as paredes, a mobília, os objetos, de um particular tipo de vibração, que agora a mim retorna como uma música que harmoniza o meu pensamento.

Este é o primeiro problema: harmonização, que me permite a seleção de correntes e a imersão nelas; esses delicadíssimos estados de consciência não posso atingir senão num oásis de paz, através de um processo inicial de isolamento vibratório do violento ruído do mundo.

Antes de lançar-me à exploração do supranormal, tenho necessidade de encerrar-me, para minha ajuda e proteção, nesse invólucro de vibrações simpáticas, harmônicas, leves, como num veículo que me permita flutuar no oceano das vibrações comuns da vida humana, que são densas, sufocantes, cegas.

É noite, aproximadamente dez horas. É ótima hora, em que minha capacidade receptiva se intensifica, até cerca de 1 h da madrugada, em que diminui, então, por cansaço. Existe um antagonismo entre meu pensamento e a forte radiação solar; parece que a luz embaraça minha funções inspirativas, neutralizando as correntes psíquicas que me circundam. Amo as luzes tênues, difusas, coloridas, que deixam vaguear os objetos nos contornos indefinidos da penumbra.

Li que quando Chopin improvisava, fazia baixar as luzes e procurava a "nota azul", que devia ser a nota de sintonização entre sua alma e a do público.

No meu caso, o público está materialmente distante, mas espiritualmente está presente e próximo, e eu o sinto, imenso, estrondeando mil vozes: é a alma do mundo.

Minha solidão está cheia dessas vozes: é um oceano sem limites, que sobe em marés, ruge na tempestade, submerge-me e levanta-me em seus vagalhões. Depois se aquieta e escuta, vencido por essa potência de pensamento que me arrasta.

Em minha sensibilidade, o pensamento adquire o poder do raio, as correntes espirituais do mundo são tangíveis, essas forças sutis são reais; e entre elas vou avançando e com destreza navegando.

A princípio, sinto-me extraviado, sozinho no vácuo, e imploro apoio moral, consentimento, confiança. Peço às menores harmonizações de ambiente o primeiro auxílio para o impulso; peço um encaminhamento a uma cadeia de simpatias humanas, que funcionem como círculo mediúnico, embora espiritual e longínquo: uma espécie de caixa de harmonia das minhas ressonâncias espirituais.

Vou subir a uma atmosfera rarefeita e minha humanidade tem necessidade de um invólucro de simpatia que a aqueça e proteja, que a auxilie a lançar-se além da zona humana das tempestades, onde minha alma se encontra exposta ao embate de forças titânicas. Não se pode imaginar o poder de harmonização que emana de um ato de bondade; a bondade é uma música que eu respiro e que docemente me impele à corrente. Esta vibra muito mais pela bondade que pela sabedoria: é perfeição moral.

Para conquistar o conhecimento devo alcançar um estado de purificação, que é leveza espiritual. Apresentam-se, desde agora, as necessárias relações entre evolução e ascensão, de um lado, e mediunidade inspirativa, de outro; esboça-se a afirmação de que a verdadeira ciência não pode ser senão missão e sacerdócio.

Atingido o estado de tensão nervosa indispensável para submergir-me na corrente, esta me arrasta; o próprio estado de tensão me protege do choque das vibrações inferiores e o mundo humano desaparece, distanciando-se de minhas sensações. Basta a imersão nas noúres para poder absorver-lhe todo o alimento energético e atingir o isolamento das correntes inferiores. Isso constitui felicidade, êxtase, esquecimento de tudo, até o momento de despertar na consciência normal, em que há uma espécie de penosa turvação de potência perceptiva.


Pietro Ubaldi

Texto extraído do livro "As Noures", Cap. "O Fenômeno", de Pietro Ubaldi.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Italiano Pietro Ubaldi e sua relação com Campos















Município foi o primeiro visitado pelo filósofo na vinda ao Brasil em 1952

Por Patrícia Bueno (Especial para o NF10)

Educado dentro de padrões palacianos, o italiano Pietro Ubaldi escreveu seu nome na História ao renunciar a bens materiais e, com suas teorias, unir ciência e espírito. Mergulhando fundo em diferentes correntes filosóficas e religiosas, destacou-se como um grande pensador cristão do século XX. Mas qual a sua relação com Campos? Quem explica é o psicólogo e pesquisador Jorge Damas, que esteve na cidade na última semana participando do lançamento nacional do documentário A Grande Síntese de Pietro Ubaldi, que dá nome à obra prima do pensador italiano, composta por 24 livros, 10 escritos na Itália e 14 no Brasil.

- Quando veio para o Brasil, em 52, a primeira cidade que ele visitou foi Campos. Ele esteve aqui para descansar da viagem, que antigamente era de navio e muito longa. Depois saiu pelo Brasil e foi morar na cidade de São Vicente, em São Paulo, marco da civilização brasileira - explica Damas, que assina o roteiro do filme da Versátil Vídeo Spirite.

Em entrevista ao NF10, no Hotel Antares, ele ressalta que o professor Clóvis Tavares era o elo que ligava o grande filósofo à Planície Goytacá. Clóvis entrou em contato com a obra do amigo italiano depois que revistas de diversas partes do mundo começaram a reproduzir seus textos. No Rio de Janeiro eles podiam ser lidos no jornal Correio da Manhã e na Revista O Reformador, aliás, foi esta última a fonte através da qual o professor Clóvis teve o primeiro contato com a obra de Ubaldi. “Os dois começam então a se corresponder por cartas”, completa Jorge Damas, explicando que foram esses contatos que, de fato, voltaram as atenções de Ubaldi para terras brasileiras.

O roteirista de A Grande Síntese ressalta a multiplicidade da obra do pensador: “Ele escrevia obras de conceitos bem variados: abordava química, física, política, sociologia, espiritualidade, religiosidade, reencarnação. Então, é uma obra muito ampla. Mas que tem um conceito, um eixo central, que é a evolução. Ele mostra na sua obra que tudo está em evolução. Ele amplia, basicamente, o conceito de Darwin”, define.

Pietro Ubaldi nasceu em 18 de agosto de 1886, na cidade de Foligno, que fica a 18km de Assis, cidade natal de São Francisco. Foi um filme onde aparecia ao lado do médium Chico Xavier que despertou em Oceano Vieira de Melo, diretor do documentário, o interesse por mais uma das boas histórias que vão parar nas telas. “Esse filme tinha o Chico recebendo o Ubaldi em Pedro Leopoldo. Aí quis saber quem era esse Pietro Ubaldi, ou seja, já tinha ouvido falar, mas não tinha muita informação. Quando li a sinopse sobre a ida dele a Pedro Leopoldo, fiquei maravilhado e falei: isso aqui dá um documentário maravilhoso. Um cara era milionário que abandonou tudo para viver uma vida franciscana e descobre uma mediunidade rara”, comenta Oceano, que também recebeu o NF10 para uma conversa no hotel.

O documentário de longa-metragem, com narração de Paulo Goulart, foi exibido na trigésima terceira Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Em Campos, o filme foi apresentado no Teatro Casimiro Cunha, da Escola Jesus Cristo. Uma plateia atenta acompanhou a exibição do DVD, que tem cinco vídeos extras e conta com depoimentos de amigos e familiares do filósofo italiano, incluindo membros da família de Clóvis Tavares. O trabalho está à venda na Escola Jesus Cristo, Rua dos Goytacazes, 177.


Fonte: Portal NF10.com.br em 18/03/2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pietro Ubaldi - Uma Entrevista no Brasil

Entrevista concedida por Pietro Ubaldi ao Jornal Pernambuco Espírita, em 1955.

















No dia 8 de setembro passado, tivemos o primeiro contato com o grande pesador e filósofo Prof. Pietro Ubaldi, na residência do Sr. Sebastião Stanislau, à Estrada do Arraial, em Casa Amarela desta cidade. O autor da “A Grande Síntese” nos recebeu cordialmente, ficando inteiramente ao nosso dispor, respondendo humildemente, qualidade que lhe é peculiar, todas as nossas perguntas em torno da doutrina dos espíritos.

Ele nos declarou textualmente que aceita integralmente toda a codificação kardeciana, não tendo nenhuma restrição a fazer sobre o Espiritismo. E como tal se considera espírita. Fez questão para que “Pernambuco Espírita” divulgasse essa qualidade, o que estamos fazendo. Homem simples e dentro daquela brandura, o grande pensador dos nossos dias, não se sentiu agastado com a nossa presença, ao contrário, cheio de boa vontade para perscrutar-lhe o que ia no mais profundo d’alma e assim tivemos uma oportunidade rara um nossos dias diante dessas situações em que personalidades de alto conceito se apresentam à imprensa para transmitir ao grande público os seus sentimentos deslumbrados com tanta bondade e tanta sabedoria, teremos para com o nobre prof. Pietro Ubaldi estas expressões de gratidão: Muito obrigado, prof. Pietro Ubaldi...

Fizemos ao prof. Pietro Ubaldi, as seguintes perguntas, que sem nenhuma afetação e dentro da maior calma, ele respondeu a todas com absoluta segurança e sem rodeios. Ei-las:

- Como interpreta as doutrinas contidas no Livro dos Espíritos?

R. Aceito espírito e matéria. Admito a existência do perispírito, contudo ainda não cheguei a conclusão científica positiva da sua existência, como um dos elementos formadores da personalidade humana.

- O Sr. aceita a pluralidade dos mundos habitados?

R. Aceito a pluralidade dos mundos habitados, sem nenhuma sombra de dúvida. Cada mundo tem a sua forma particular. Todos obedecendo aos ditames divinos de aperfeiçoamento das suas humanidades. É interessante frisar que em todos eles a reencarnação é a condição de evolução, de reforma. É meio primordial das criaturas chegarem à perfeição.

- O Sr. aceita o Espiritismo no seu tríplice aspecto: ciência, religião e filosofia?

R. O espiritismo no Brasil, assume um aspecto todo especial, em relação aos demais países do mundo. O espiritismo no Brasil é religião, enquanto nos outros países é estudado como ciência e como filosofia.

- O Sr. aceita o Espiritismo como doutrina cristã?

R. Aceito o espiritismo como doutrina eminentemente cristã e como tal, será aceito por todos, logo que se espalhe pelo mundo. Será a religião de terceiro milênio. O mundo tem apenas 45 anos para completar a sua reforma.

- Como concebe Deus?


R. Deus é a inteligência suprema do universo. É o ponto de convergência de todas as criaturas. A ciência oficial não pode compreender Deus. Não pode chegar até Deus, porque não tem conhecimento bastante. Há outro caminho para se chegar até Deus. É o caminho do coração. Quando não de chega até Deus pelo raciocínio, se chega pelo sentimento. A intuição que temos da existência de Deus, não podemos demonstrá-la, porque não conhecemos Deus em sua essência. somente a intuição no-Lo revela e para os conhecimentos atuais da humanidade, isto é o bastante.

- Como encara a Codificação Kardeciana?


R. É um trabalho que veio revolucionar o pensamento humano. Ela deu um sentimento completamente novo ao estudo da metafísica. Imprimiu um novo sentido no campo da bondade, da paciência e da caridade. Estabeleceu para o mundo um conteúdo moral muito elevado da justiça de Deus e seus atributos. Como sistema filosófico espiritualista, tem os principais elementos para constituir uma verdadeira filosofia. Há necessidade de um gênio, alguém para desenvolver estes princípios contidos nos livros básicos do Espiritismo. É necessário um estudo mais desenvolvido.

A codificação kardeciana tem todos os princípios científicos em estado de embrião. A ciência oficial de hoje não os encara como coisa séria. É preciso, pois, alguém de responsabilidade, apareça para incentivar o estudo das doutrinas dos espíritos nos meios científicos, norteando-lhes o verdadeiro estudo, fazendo com que a ciência oficial, siga-lhes as pegadas. E no campo experimental, dentro das instituições espíritas, dar uma novação feição ao estudo da mediunidade hoje tão malbaratada nesses centros de estudos.

As impressões do Prof. Pietro Ubaldi sobre as Comemorações do 1º. Centenário do Espiritismo

Perguntaram-me o que eu penso a respeito do primeiro Centenário do Espiritismo. Antes de tudo quero declarar que me considero espírita. Todas as vezes que no ambiente espírita acho pessoas boas e honestas, como quase sempre achei, mas, que não me posso considerar espírita quando me devo concordar com espíritas que exploram a verdade e não acreditam em Deus e que quereriam para eu ser espírita, que eu condenasse e agredisse os outros grupos de religião. Isto eu não posso fazer, porque quero abraçar a todos. Explico tudo isto para esclarecer vários mal-entendidos que nasceram a este respeito. A minha é a religião da bondade e fico unido a todos os que a praticam em qualquer religião que estejam; no entanto afasto-me de todos que não a praticam, em qualquer religião que estejam.

Para mim interessa a substância e não a forma.

Por isso, se a celebração deste primeiro Centenário do Espiritismo for útil para despertar nas almas esta substância de amor recíproco e bondade, dar-lhe-ei a minha adesão completa. Mas, se pelo contrário, forma somente ruidosa manifestação exterior onde prevaleçam interesses humanos, como infelizmente em geral acontece nas manifestações religiosas de nosso tempo, aí eu não saberia que fazer e vim dizer, embora ficando sempre com o maior respeito para tudo o que for o meu próximo, do que eu devo amar como a mim mesmo.


Prof. Pietro Ubaldi
Jornal Pernambuco Espírita, 1955
Imagem: foto de Pietro Ubaldi na chegada ao Brasil (Monismo.com.br)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pensamentos Nobres


Pensamentos extraídos das obras do médium, escritor e filósofo italiano, Pietro Ubaldi:


"A Bíblia é o mais vasto documento de recepção noúrica mundial, atingindo as mais elevadas fontes. O povo hebreu nos dá o exemplo de um fenômeno inspirativo gigantesco, prolongando-se por séculos e séculos, funcionando como preparação do evento que daria origem à civilização destinada a governar o mundo. Não é possível a dúvida nem a negação em face de fatos históricos de tal importância. E o Cristianismo foi esperado e preparado por essa elevadíssima mediunidade inspirativa, que agora estudamos, e desses contatos superiores continuamente se tem alimentado e fortalecido no seu exaustivo caminhar." (Pietro Ubaldi – do livro "As Noúres")

"Ninguém se encontra, sempre, neste mundo, no posto exato de maior rendimento em relação as suas qualidades. A maior parte das energias se desperdiça nos atritos da luta, razão pela qual o que interessa não é a utilização imediata da capacidade adquirida, mas a criação e a aquisição de novas qualidades, através de novas experiências. Se olharmos mais profundamente, encontrar-nos-emos no melhor posto, no de melhor rendimento diante do futuro. A verdadeira construção não está mais no efêmero triunfo dos resultados exteriores, senão em nossa alma, como qualidade adquirida e como produto eterno." (Pietro Ubaldi - do livro "Fragmentos de Pensamento e de Paixão")

" Ora, a função de adaptar as altas coisas do espírito, rebaixando-as ao nível do involuído, vem sendo realizada pelas religiões. Este é o trabalho dos ministros de Deus, o qual é realizado aceitando uma interpretação materialista do que é espiritual, encenando espetáculos com as representações do rito, adaptando-se às massas onde estas não cedem. Poder-se-ia observar em que medida Cristo transformou o mundo, ou até que ponto o mundo transformou Cristo. É preciso, no entanto, reconhecer que não havia outro meio para chegar a essa simbiose, necessária para os fins da evolução. Reduzido a essas condições, o produto espiritual é aceito no plano humano, evolutivamente degradado, mas utilizável para os fins da vida. (....) Trata-se de uma mercadoria-esperança, baseada na fé, de modo que os descrentes a deixam sobre a mesa. Mas, para quem nela crê e, portanto, a deseja, nasce a luta entre a procura e a oferta, como sucede com qualquer troca. Diz o fiel ao ministro: "eu te presto obediência, se tu me deres o paraíso". Diz o ministro ao fiel: "se tu não me prestares obediência, eu te mandarei para o inferno". Deve-se pagar com a obediência o paraíso que se adquire, mas aqui há qualquer coisa mais. Nas outras trocas o adquirente não é castigado, se não as efetua. Neste caso, se ele não as realiza, é sujeito a uma pena, de maneira que não está livre para recusar. Temos, assim, um mercado forçado em economia de monopólio. A realidade é que o ministro quer a obediência a qualquer custo e, por isso, utiliza os meios de que dispõe. No entanto, o jogo é totalmente psicológico e é descoberto, na falta de crentes ou ausência de fé. Tudo isso é inevitável num mundo em que a troca não é um balanço de justiça, mas é dirigida por uma forma mental egoísta, pela qual cada um luta para extrair do próximo a maior vantagem possível. " (Pietro Ubaldi, do livro "Um Destino Seguindo Cristo" – Cap. 4)

"Cada um julga com os elementos que possui. Quanto mais somos ignorantes, menos elementos possuímos, e quanto menos elementos possuímos, mais rápidas e absolutas são nossas conclusões. Ao contrário, quem possui mais conhecimento e, com isso, mais elementos para julgar, não chega a conclusões simplistas, rápidas e absolutas. Logo, quem mais se aproxima da verdade é quem julga lentamente, sem absolutismo, mas com profundidade. Então, quem julga, lançando seu julgamento sobre os outros, em última análise julga a si mesmo, e com seu julgamento, se revela. Pelo fato: de ele não poder julgar senão conforme seu tipo de pensamento e natureza, com o seu julgamento são descobertos seu pensamento e sua natureza. A melhor maneira de se chegar a conhecer uma pessoa é a de observar os seus julgamentos a respeito dos outros. Quando alguém cai na ilusão de supor que, julgando os outros, está assim pondo-os a descoberto e colocando-se acima deles, na realidade, apenas se está submetendo a julgamento, descobrindo-se e mostrando a todos seus próprios defeitos." (Pietro Ubaldi – do livro "A Lei de Deus")

"Quanta diferença há entre a beleza escultural do corpo de um atleta, de face obtusa e frente achatada, e o corpo frágil e esbelto de um sensitivo de olhar profundo e frente espaçosa! Eis a transformação que chega a mostrar-se até no plano físico! Este é, precisamente, o trabalho da evolução: transformar a força em inteligência. É dessa forma que nós explicamos o inverter-se da posição entre o involuído e o evolvido, isto é como no primeiro prevalece a força e escasseia a inteligência, e como no segundo domina a inteligência e é diminuta a força física. Assistimos, sem dúvida, a um processo de espiritualização, cujo verdadeiro sentido é este, amplíssimo, de desenvolvimento evolutivo." (Pietro Ubaldi - do livro" A Grande Batalha")

"Assim caminha a evolução como um rio, que é livre, e entretanto tem de chegar necessariamente ao mar. Em ambos os casos, a coação não é exterior, mas devida ao poder dos impulsos interiores, como a gravitação, que é física, para a terra, no caso do rio, e espiritual, para Deus, no caso da evolução. Em ambos os casos a corrente é livre, e no entanto deve obedecer a esse princípio de atração que a leva, num caso, a descer materialmente para baixo, no outro a subir espiritualmente para o Alto. Tudo resulta livremente constrangido por esse íntimo chamamento irresistível. O rio, como a evolução, não sabe o que encontrará em seu caminho. Ele deve cavar seu próprio leito, adaptar-se ao terreno, superar as dificuldades, ora correndo rapidamente, ora precipitando-se em cascatas, ora repousando em lagos ou pauis. Mas o ponto de chegada está fixado: o mar. A corrente do rio não pode escapar ao impulso que lhe imprime aquela atração. Também a evolução sente o chamamento poderoso que a movimenta e não pode deixar de responder-lhe obedecendo. Ora, como é certo que, cedo ou tarde, o rio terá de chegar ao mar, então é certo que, cedo ou tarde, de um modo ou de outro, a evolução deverá levar o universo ao estado perfeito do sistema. Como no rio, cada gota d'água chegará ao grande pai de todas as águas: o mar; igualmente com a evolução cada ser chegará ao grande pai de tudo o que existe: Deus. Como o rio, a evolução é livre de escolher o caminho que quiser, mas está fechada nos limites de sua lei, que a constrange a caminhar, sempre para o seu ponto final. O caminho do rio não está traçado e as águas devem procurá-lo, mas sempre seguindo o telefinalismo preestabelecido, dessa forma acontece com a evolução." (Pietro Ubaldi - do livro "Evolução e Evangelho").

"Os vários graus de conhecimento que a evolução nos oferece alcançam-se com tipos variados de inteligência, proporcionados ao nível biológico conquistado pelo indivíduo. Para as formas superiores de conhecimento os primitivos estão completamente imaturos. Podem recebê-lo, aprendê-lo, repeti-lo, possuí-lo em aparência, mas uma coisa é a erudição e outra é saber pensar." (Pietro Ubaldi - do livro "A Descida dos Ideais")

"Um livro diz tudo sem o querer, especialmente o que não se quer dizer, pela preocupação de o calar. A miragem que vibra nos olhos do escritor transfere-se para as suas páginas. Quem sonhou glórias, escreverá glórias; quem egoísmo, egoísmo; quem avidez, avidez; quem sensualidade, sensualidade. Mas também aquele que tudo lutou e sofreu pela elevação do espírito — diga o que disser, só falará sobre elevação do espírito. É como uma música de fundo, uma cor predominante, uma psicologia dominante que não se quer, não se improvisa, não se inventa." (Pietro Ubaldi - do livro "Ascese Mística")

"A idéia abstrata do bem pode tornar-se música, poesia ou pintura, renúncia martírio ou ação heróica, conforme o ambiente humano em que se materializa. Cada realização concreta é um processo involutivo em que a unidade se ramifica no particular. Por isso, cores e sons e as várias sensações humanas se equivalem num plano mais alto então passam de diferentes vestiduras do mesmo conceito. Esse conceito foi percebido por Franz Liszt quando, de Roma, escreve ao seu amigo Berlioz dizendo-lhe como sentia um secreto parentesco entre Rafael e Mozart, entre Miguel Ângelo e Beethoven, entre Ticiano e Rossini. Poder-se-ia afirmar que na profundeza da consciência se tocam os planos superiores, onde a idéia, antes de descer e diferenciar-se na forma concreta, é abstrata e existe em tipos simples e únicos para muitos grupos de manifestações diversas; e que, quanto mais subimos para o centro, tanto mais a idéia originária se faz abstrata e única, até identificar-se naquele monismo absoluto, que é Deus. Assim, a arte e a fé; a ciência e a ação, não passam de diferenciações produzidas pela descida daquele e único princípio." (Pietro Ubaldi - do livro "As Noúres")


Foto de Pietro Ubaldi em seu escritório, fonte: monismo.com.br.

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