sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pastorino e o Evangelho


Os Textos do Evangelho


Já no século II escrevia Orígenes: Presentemente é manifeste que grandes foram os desvios sofridos pelas cópias, quer pelo descuido de certos escribas, quer pela audácia perversa de diversos corretores, quer pelas adições ou supressões arbitrárias (Patrologia Grega, Migne, vol. 13, col. 1.293).

Quanto mais se avançava no tempo, mais crescia o número de cópias e de variantes, aumentando sempre mais o desejo de possuir-se um texto fixo e autorizado.

Chegávamos ao 4.0 século. Constantino estabeleceu que o Bispo de Roma devia ser o primaz da Cristandade. O imperador Teodósio deu mão forte aos cristãos romanos, declarando o cristianismo religião do Estado, e firmando, desse modo a autoridade do Bispo de Roma. Ocupava o Bispado o então Papa Dâmaso (português de nascimento) , devendo anotar-se que, naquela época, todos os Bispos eram denominados papas.

Desejando atender ao clamor geral, Dâmaso encarregou Jerônimo de estabelecer o texto definitivo das Escrituras.

A tarefa era ingente, e Jerônimo tinha capacidade para desempenhá-la, pois conhecia bem o hebraico, o grego e o latim. Ele devia re-traduzir para o latim todas as Escrituras, já que as versões antigas (vetus latina) eram variadíssimas.

Vulgata

A tradução latina de Jerônimo é conhecida com o nome de Vulgata, ou seja, edição para o vulgo, e tem caráter dogmático para os católicos romanos.

Língua Original

A língua original do Novo Testamento é o grego denominado Koiné, ou seja, comum, popular, falado pelo povo. Não é o grego clássico.

O grego do Novo Testamento apresenta um colorido francamente hebraista, e bem se compreende a razão: todos os autores eram judeus, com exceção de Lucas, que era grego.


Carlos Torres Pastorino

Do livro “Sabedoria do Evangelho”, de Carlos Torres Pastorino

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