terça-feira, 15 de junho de 2010

Gotas de Luz


Lei de Destruição

Violência, Pena de Morte e Eutanásia


Violência

Violência: constrangimento físico ou moral. Coação definida por uma situação oposta ao Direito e à Justiça. Ato de periculosidade resultante de uma condição inferior variando em grau e em intensidade. Quando a ação negativa atinge índices elevados, surge a violência que constitui um sistema de vida contrário à lei de justiça e amor.

Para nós espíritas, analisando a lei de causa e efeito, a violência é um dos mais lamentáveis estados humanos e um dos problemas da autoridade cujos efeitos degradam a criatura, levando-a à condição de animalidade primitiva. Com a ambição desmedida, a inquietação e o desamor, a violência leva o homem a fomentar guerras e inúmeras barbaridades. Assim vemos:

• crimes incontáveis sendo praticados em nome da liberdade;

• homens reduzidos a seres desprezíveis no “appartheid”, nas lutas de classes, nas fugas para a loucura e o suicídio pela ingestão de drogas e alcoólicos;

• doenças graves ainda incuráveis refletindo o estado de desamor e o império do egoísmo;

• a miséria econômica, as injustiças sociais, o abandono e o desrespeito aos direitos humanos;

• guerras intermináveis entre as nações, entre povos da mesma nacionalidade, eclodem como conseqüência de ambição materiais, crises sociais e religiosas;

• a violência da fome dizimando crianças e velhos indefesos.

Enumerar a violência em nossos dias não é tarefa difícil e suas causas são de variadas amplitudes, contudo todas têm origem no sentimento humano mais nefasto que é o egoísmo.

Causas da violência


Allan Kardec *[LE-qst 913] nos mostra o egoísmo como o vício mais radical, incompatível com a justiça, o amor e a caridade.

“Sendo o egoísmo, inerente à espécie humana, não será um obstáculo permanente ao reino do bem absoluto sobre a Terra?

É certo que o egoísmo é o vosso mal maior, mas ele se liga aos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade em si mesma.” *[LE-qst 915]

“Qual é o meio de se destruir o egoísmo?

"De todas as imperfeições humanas a mais difícil de se desenraizar é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria da qual o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pode libertar-se. Tudo concorre para entreter essas influência: suas leis, sua organização social, sua educação.” *[LE-qst 917]

Como causas da violência, segundo as instruções dos Espíritos Superiores estão o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ciúme e todos os vícios morais engendrados pelo egoísmo que perturba as relações sociais, provoca dissensões, destrói a confiança, levando o indivíduo a atitudes de revide e insensatez. É o egoísmo, fonte de todos os males da Humanidade que leva o homem a agir contrariando a lei divina ou natural, gerando lutas e conflitos no meio social e familiar.

Meios de combate à violência

Os reajustes devem partir de cada um de nós, de nossas famílias e do meio social em que vivemos. Vamos analisar algumas atitudes e posicionamentos que poderemos tomar ajudando a combater a violência:

• Trabalhando pela harmonia e a paz em nosso relacionamentos sociais;

• Não julgando nem provocando divisões discriminatórias;

• Não provocando escândalos ou maledicências;

• Conciliando discórdias e desavenças entre familiares ou amigos nos mal entendidos comuns;

• Buscando na prece e na meditação serena e renovação das forças e as disposições para o bem;

• Amando e perdoando incondicionalmente.

Caminhamos todos nós rumo à perfeição. Somos filhos de Deus e temos tido as mesmas oportunidades de redenção, segundo nosso estágio evolutivo. Por que nos violentarmos e ao nosso próximo?

Pena de Morte


O Espiritismo assume uma postura francamente contrária à pena de morte.

“A pena de morte desaparecerá um dia da legislação humana?

A pena de morte desaparecerá incontestavelmente e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra.” *[LEqst760]

“A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito quando elimina da sociedade um membro perigoso?

Há outros meios de se preservar do perigo sem matar.” *[LE-qst 761]


As principais argumentações espíritas contrárias a esta medida são:

- Elimina a oportunidade do arrependimento.


Joanna de Ângelis [Após a Tempestade]
“Compete ao Estado deixar sempre acessível a porta para o ensejo de reparação a sicário impiedoso ou ao flagelo humano que se converteu em vândalo desavisado. O criminoso não fugirá à consciência nem à injunção reparadora pelas Supremas Leis da vida. Justo, portanto, facultar ao revel ensancha de recompor-se e reparar quanto possível os males perpetrados."

- Impede a reparação, pela Justiça Humana, de uma possível injustiça cometida contra o réu.

Humberto de Campos [Cartas e Crônicas]
“Se você demonstra interesse tão grande na regeneração dos costumes, defendendo com tamanho entusiasmo a suposta legalidade da pena de morte, vasculhe a própria consciência e verifique se está isento de falta.
Se você já superou os óbices da animalidade, adquirindo a grande compreensão a preço de sacrifício, estimaria saber se terá realmente coragem para amaldiçoar os pecadores do mundo, atirando-lhes “a primeira pedra”.

- Não reduz os índices de criminalidade


Joanna de Ângelis [Após a Tempestade]
"De forma alguma a pena de morte faz reduzir a incidência da criminalidade. Ao contrário, torna-se mais violenta e selvagem, fazendo que o tresloucado agressor, que sabe o destino que lhe está reservado, mais açuladas tenha as paixões destruidoras arrojando-se irremissivelmente nos dédalos das alucinações dissolventes.”

- Não livra a sociedade de ação maléfica do delinqüente.

Humberto de Campos [Cartas e Crônicas]
“Um assassinado, quando não possui energia suficiente para desculpar a ofensa e esquecê-la, habitualmente passa a gravitar em torno daquele que lhe arrancou a vida, criando os fenômenos comuns da obsessão; e as vítimas da forca ou do fuzilamento, do machado ou da cadeira elétrica, se não constituem padrões de heroísmo e renunciação, de imediato, além túmulo, vampirizam o organismo social que lhes impôs o afastamento do veículo físico, transformando-se em quesitos vivos de fermentação da discórdia e da indisciplina.”

Eutanásia


Eutanásia, ou "morte feliz", é o ato de abreviar a morte em doentes terminais. O Espiritismo manifesta-se também em oposição a essa medida. Um homem agoniza, preso a cruéis sofrimentos. Sabe-se que o seu estado é sem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?

Resposta de São Luís:

“Mas quem vos daria o direito de préjulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar-lhe os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou a sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões?

Bem sei que há casos em que se podem considerar, com razão como desesperador. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que o seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um súbito clarão de arrependimento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.” *[ESE-cap V]


Fonte : CVDEE


Continuamos no próximo Gotas de Luz com o tema "Leis Divinas e Naturais".


*LE (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec)
*ESE (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec)

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