quinta-feira, 22 de abril de 2010

Gotas de Luz



Lei de Destruição


Destruição Necessária e Destruição Abusiva


A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parece conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se porque lhes criou Ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.

Uma primeira utilidade, que se apresenta desta destruição - utilidade puramente física, é verdade - é esta: os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, sendo estas matérias as únicas que contém os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos, instrumentos da ação do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados, a Providência os faz servir para sua manutenção mútua; é por esse motivo que o corpo se nutre, mas o Espírito não é nem destruído, nem alterado; apenas se despoja de seu envoltório.
Há, além disso, "considerações morais de ordem elevada”.

É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que defende para conservar a vida usam de habilidades e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morre tomará outra.” [GEN-cap 3]

Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso de moral, em os quais a inteligência ainda não substitui o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.

Sob outro prisma, ao se destruírem uns aos outros, pela necessidade de se alimentarem, os seres infra-humanos mantêm o equilíbrio na reprodução, impedindo-a de tornar-se excessiva, contribuindo, ainda, com seus desejos, para uma infinidade de aplicações úteis à Humanidade.

Restringindo o exame desta questão apenas ao procedimento do homem, que é o que mais nos interessa, aprendemos com a Doutrina Espírita que a matança de animais, bárbara sem dúvida, foi, é e será por mais algum tempo necessária aqui na Terra, devido às suas grosseiras condições de existência. À medida porém, que os homens se depuram, sobrepondo o Espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora será cada vez menor, até desaparecer definitivamente, qual se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

Aprendemos mais que, em seu estado atual, o homem só é escusado da responsabilidade dessa destruição na medida em que tenha de prover ao seu sustento e garantir a sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de destruir, ou em esportes mortíferos, como as touradas, o "tiro aos pombos", etc., terá de prestar contas a Deus por esse abuso que revela, aliás, predominância dos maus instintos.



Fonte: CVDEE

Continuaremos no próximo Gotas de Luz, com a Lei de Destruição...

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